O Conselho dos Guardiões rejeitou anular as presidenciais iranianas das quais resultou a reeleição do atual presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad, com quase dois terços dos votos, contra pouco mais de um terço do seu principal opositor, Mir-Hossein Mousavi.
De acordo com informações fornecidas pela máxima autoridade constitucional iraniana, as irregularidades registadas no sufrágio do passado dia 12 não são suficientes para anular a consulta em que participaram mais de 40 milhões de pessoas.
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Apesar de em 50 dos mais de 360 distritos eleitorais iranianos terem sido registados mais votos que votantes, num total de aproximadamente três milhões, o Conselho sublinha que o resultado não se altera a favor de Mousavi, uma vez que este foi derrotado nas urnas por mais de 11 milhões de votos de diferença, explica.
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Acresce que a maioria das queixas da oposição refere-se a alegadas irregularidades anteriores à realização da consulta, diz ainda o Conselho.
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Simultaneamente, continuam nas ruas do Irã os confrontos envolvendo as autoridades, partidários de Mousavi e apoiantes de Ahmadinejad. Apenas estes últimos acatam a proibição dos protestos decretada pelo governo para evitar tumultos.
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Segundo dados oficiais divulgados pela imprensa iraniana, citados pela Prensa Latina, em mais de uma semana de crise política morreram 19 pessoas, mil foram feridas, entre as quais 400 polícias, e 457 foram presas.
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O governo iraniano diz que os detidos são agitadores a serviço de potências estrangeiras e, face à colossal mobilização de meios contra o regime (milhões de dólares investidos pela CIA, manipulação de informação, instrumentalização de plataformas de comunicação para difundir uma situação de aparente caos e mobilizar setores da população com base em boatos), acusa o imperialismo de ingerência nos assuntos internos do país.
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EUA, Alemanha, França e Reino Unido estão apostados numa campanha para derrubar o governo do Irã, que depois de convocar vários embaixadores estrangeiros acreditados em Teerã para os esclarecer sobre a situação, equaciona rever as relações com as três potências europeias.
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