06-07-2009
.Agora sim, demagogia e da grande !
Evitando salamaleques e poupando punhos de renda, é melhor dizer já que o título deste «post» se aplica precisamente à anunciada intenção do PS de, a três meses de dois actos eleitorais, proibir por lei a sinultaneidade de candidaturas a legislativas e autárquicas.
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A coisa é tão trôpega e mal enjorcada que foi possível ouvir ontem na SIC e ler hoje nos jornais essa incontornável vedeta chamada Ana Gomes a dizer que «depois da especulação perfeitamente demagógica» que tinha sido feita sobre a sua e a de Elisa Ferreira candidaturas ao PE e às Câmaras de Sintra e do Porto, esta intenção do PS era «uma decisão razoável por parte do partido». A vedeta que me perdõe mas se a decisão passou a ser «razoável» então a especulação não era «perfeitamente demagógica» ou então temos de concluir que o PS anda a reboque de especulações «perfeitamente demagógicas». Acresce que Ana Gomes parece esquecida de duas coisas muito importantes: a primeira é que tanto ela como Elisa Ferreira eram candidatas em posições elegíveis; e a segunda foi o papel que desempenhou a afirmação de Elisa Ferreira sobre o «assinar o nome» que até permitia, no limite, a suposição de, se eleita para a presidência da Câmara do Porto, continuaria a ser deputada ao PE.
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A coisa é tão trôpega e mal enjorcada que foi possível ouvir ontem na SIC e ler hoje nos jornais essa incontornável vedeta chamada Ana Gomes a dizer que «depois da especulação perfeitamente demagógica» que tinha sido feita sobre a sua e a de Elisa Ferreira candidaturas ao PE e às Câmaras de Sintra e do Porto, esta intenção do PS era «uma decisão razoável por parte do partido». A vedeta que me perdõe mas se a decisão passou a ser «razoável» então a especulação não era «perfeitamente demagógica» ou então temos de concluir que o PS anda a reboque de especulações «perfeitamente demagógicas». Acresce que Ana Gomes parece esquecida de duas coisas muito importantes: a primeira é que tanto ela como Elisa Ferreira eram candidatas em posições elegíveis; e a segunda foi o papel que desempenhou a afirmação de Elisa Ferreira sobre o «assinar o nome» que até permitia, no limite, a suposição de, se eleita para a presidência da Câmara do Porto, continuaria a ser deputada ao PE.
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Depois, em numerosos comentários elogiosos sobre esta intenção do PS, são patentes duas coisas da alguma forma associadas: uma é não distinguir com clareza o reprovável cúmulo de exercício de mandatos e o cúmulo de candidaturas e a outra é um patente mergulho numa espécie de «mundo de faz de conta» em que se esquece que, em mais de 2300 candidatos à AR, apenas 230 serão eleitos, não havendo nenhum motivo para que os restantes sejam atingidos por qualquer diminuição na sua capacidade eleitoral activa designadamente nas autárquicas.
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Para além de se saber se o PS não quererá é livrar-se de alguns candidatos a deputados, estamos outra vez na inaceitável situação de se conceberem leis inspiradas pelas específicas situações ou interesses dos dois grandes partidos, o PS e o PSD.
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Repare-se bem: em 2005, a CDU elegeu 14 deputados e, mesmo esperando-se com fundamento que agora eleja mais, é no mínimo admissível que 210 dos seus candidatos às legislativas não venham a ser eleitos. E agora pergunta-se: faz algum sentido privar a CDU de candidatar às Câmaras Municipais muitos destes seus qualificados quadros ou militantes ? Aliás, também dá vontade de perguntar se, caso o calendário eleitoral fosse outro e não se registasse esta indesejável mas inevitável contiguidade entre as duas eleições, alguém se lembraria destas cínicas engenharias políticas disfarçadas de «transparência» e «respeito pelos eleitores».
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Para além de se saber se o PS não quererá é livrar-se de alguns candidatos a deputados, estamos outra vez na inaceitável situação de se conceberem leis inspiradas pelas específicas situações ou interesses dos dois grandes partidos, o PS e o PSD.
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Repare-se bem: em 2005, a CDU elegeu 14 deputados e, mesmo esperando-se com fundamento que agora eleja mais, é no mínimo admissível que 210 dos seus candidatos às legislativas não venham a ser eleitos. E agora pergunta-se: faz algum sentido privar a CDU de candidatar às Câmaras Municipais muitos destes seus qualificados quadros ou militantes ? Aliás, também dá vontade de perguntar se, caso o calendário eleitoral fosse outro e não se registasse esta indesejável mas inevitável contiguidade entre as duas eleições, alguém se lembraria destas cínicas engenharias políticas disfarçadas de «transparência» e «respeito pelos eleitores».
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1 comentário:
Não ademira que o país ande sem norte!
Recorrem os partidos a todo e qualquer estratagema, sem consideração pelas necessidades especificas da população!
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