A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

sábado, julho 11, 2009

G8 agoniza; Europa lança G14, Obama não sabe, Lula quer G20

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A cúpula em L'Aquila, Itália, deve ter sido a última do G8. A crise capitalista global decretou o fim do prazo de validade desse coletivo dos sete países mais ricos do mundo, mais a Rússia. Ficou patente que as grandes nações em desenvolvimento não podem mais ficar de fora – nesta sexta-feira (10), Barack Obama citou a China, a Índia e o Brasil como exemplos. Mas se a morte do G8 parece certa, não há acordo sobre qual ''G'' o substituirá, para não falar das críticas da maioria excluída de países.

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Por Bernardo Joffily

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O G8 na verdade nasceu G6: em 1975. No ano seguinte virou G7, com a inclusão do Canadá. E em 1998 acoplou a Rússia, que não era tão rica mas retornara ao capitalismo e é uma grande potência nuclear. O grupo de elite, que se reúne anualmente para coordenar ações em política mundial, sempre foi visto de esguelha pelo resto do planeta.

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Com a crise, o G8 fez água

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Quando a crise econômica tingiu sua fase aguda, em setembro passado, o fechado clube dos ricos, que já se reunira 34 vezes, sentiu que precisava de ajuda. O desenvolvimento desigual do capitalismo gerara economias emergentes nos países em desenvolvimento (a começar pela China, que já é a segunda do mundo, pelo sistema de paridade de poder de compra, e a quarta na contabilidade tradicional) sem as quais discutir a crise seria perda de tempo.

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Assim surgiu, em novembro passado, nos Estados Unidos, a primeira reunião do G20: o G8, mais 11 grandes países em desenvolvimento, mais a União Europeia (veja a tabela). Em abril, houve nova reunião, em Londres. A lógica do debate no G20 mostrou-se polarizada: de um lado ficam os ricos do velho G8, de outro os recém-chegados em desenvolvimento.

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Levando isso em conta, o primeiro ministro italiano, Silvio Berlusconi, anfitrião e presidente de turno da cúpula do G8, resolveu testar um outro formato, mais restritivo. E surgiu o G14, que teve sua estreia em L'Aquila.

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Opiniões diversas sobre o número do ''G''

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Os líderes que se reuniram na pequena cidade italiana sairam dali com opiniões distintas sobre qual ''G'' deve se afirmar. O único consenso, embora temperado por fórgumas diplomáticas, é que o velho e ultrafechado G8 já deu o que tinha que dar. Mesmo assim, é um consenso nuanceado; a chanceler alemã, Angeka Merkel, acha que o grupo ainda seria "a organização apropriada" para "alguns problemas".

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Obama deixou sua posição em aberto. ''Estamos em um período de transição, estamos tentando encontrar o formato certo', disse, Segundo o presidente americano, economias emergentes influentes precisam fazer parte de qualquer esforço colaborativo para lidar com os desafios globais. Ele mencionou a China, a Índia e o Brasil, sem arriscar a defesa de uma composição específica.

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Nesta manhã, Berlusconi, disse que um G14 que reunisse além ricos e emergentes seria o organismo mais adequado para as grandes decisões globais.

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O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, deichou L'Aquila expressando uma posição nítida. “É preciso que haja manutenção do G20 até concluirmos toda essa discussão de economia. Se tivesse que escolher entre o G14 e o G20 eu escolheria o G20”, afirmou Lula nesta sexta, em coletiva à imprensa.

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Lula também registrou a permanência da polarização Norte-Sul na reunião do G14: “Temos um pouco de divergências por que achamos que é preciso combinar aqueles que fazem pagamento pelo sequestro de carbono com a diminuição das emissões. Se ficar apenas no pagamento pelo sequestro os países ricos, como tem dinheiro, vão continuar emitindo gás de efeito estufa e pagar para os outros sequestrarem”, avaliou.

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Por que não o G192?

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Por fim, convém assinalar que mesmo o G20, embora mais amplo que o fechado G8 ou o entreaberto G14, deixa de fora a grande maioria dos países. Alguns deles são economias consideráveis, como a Espanha, 12º lugar no ranking mundial do PIB (Produto Interno Bruto), ou o Irã, 17º PIB e com uma grande população.

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A maioria de nações pequenas e médias interroga por que não se discute os problemas do planeta na Organização das Nações Unidas, que foi criada em 1945 exatamente para isso.

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Argumenta-se que a ONU é grande demais e operacional de menos, não teria a agilidade requerida pelos problemas na ordem do dia, a começar pela crise. Os barrados no G8, no G14 e no G20 evidentemente não concordam. Principalmente os países mais pobres, que, sendo maioria numérica e populacional, teriam mais condições de fazer ouvir seus reclamos na ONU, o G192 (as Nações Unidas contam hoje 192 Estados-membros).

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in Vermelho - 10 DE JULHO DE 2009 - 18h37
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