A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

domingo, maio 13, 2007


Adelaide Cabette
LUTA PELOS SEUS DIREITOS: UMA FEMINISTA DE VANGUARDA

Adelaide de Jesus Damas Brazão e Cabette, natural de Elvas, nasceu em 1867. Como descendia de uma família modesta, desde muito cedo foi obrigada a participar no sustento familiar, através do seu trabalho numa fábrica local. Em consequência, não frequentou a escola primária, o que não a impediu de aprender a ler pelos seus próprios meios.

Aos 18 anos de idade casou com Manuel Cabete, um homem de qualidades invulgares para a época, que a incentivou a estudar. Concluiu a instrução primária aos 22 anos e licenciou-se em Medicina, na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, em 1900, com 33 anos de idade.

A maternidade e a criança foram os seus primeiros interesses como médica e pedagoga. Teve consultório aberto, deu aulas de puericultura e publicou muitos trabalhos. Presidiu à Alma Feminina, revista do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas. Foi membro da Sociedade das Ciências Médicas, co-fundadora da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e presidente do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas. Abraça os ideais maçónicos, onde é iniciada em 1907.

Em 1997, a escritora Lídia Jorge retirou-a do esquecimento e deu-lhe vida em A Maçon, peça em dois actos já representada no Teatro Nacional:

«Tão perto e tão longe - Adelaide Cabete morreu em 1935, mas da sua personalidade singular e do seu desempenho social notável, como médica, pedagoga, publicista e benemérita, passado pouco mais de meio século, restam notícias vagas, partilhadas por muito poucos. Este esquecimento, porém, não se deve apenas ao espírito redutor de 1926, sagaz em sepultar, durante longas décadas, o nome daqueles que haviam querido a libertação.»

«As raízes mais fortes do apagamento desta figura mergulham na dissensão do tempo que lhe foi contemporâneo, atravessado pela prática da cisão e da vingança que caracterizaram as primeiras décadas deste século. Adelaide Cabete, uma lutadora tão persistente quanto rebelde, viria a estar ligada a várias cisões, que ela mesmo interpretaria, sobretudo, a partir da sua perspectiva feminista de vanguarda, em colisão com as mulheres que aceitaram o minguado papel permitido pelos políticos da Primeira República.»

in
http://www2.fc.ul.pt/agenda_fcul/marco/marco5.html

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