A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

sábado, julho 11, 2009

Ainda Manuel Pinho

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Não sou, não fui e julgo que se calhar nunca serei um admirador do ex-ministro Manuel Pinho. O homem não tinha, de facto, nem o aspecto nem o carisma que levasse quem quer que fosse a acreditar que estava ali alguém que poderia dinamizar e fazer avançar a nossa débil economia na senda do êxito.
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Como de economia percebo um pouco menos do que a minha mulher, como dizia Salgado Zenha, acompanhei o que do ministro Pinho diziam os nossos opinion leaders da matéria nos nossos diversos meios de comunicação social. E para ajudar, apenas me surgiam ali relatos de gaffes, atitudes menos felizes, frases de conteúdo duvidoso ou incongruente, o que me deu do ex-ministro Manuel Pinho uma imagem nada favorável. A pior possível, diria eu.
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Portanto vivi até agora com a convicção mais ou menos arreigada de que Manuel Pinho não passava de um zero à esquerda, que ninguém atinava porque carga de água é que ele estava enfiado no Governo Sócrates, e que isso talvez apenas fosse porque o cargo não tinha relevo nem importância alguma, ou porque como Sócrates liderava um governo de maioria absoluta, ministros como Manuel Pinho não contavam para coisa nenhuma: estavam ali porque sim!
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E vieram os casos Quimonda, Autoeuropa, Bordalo Pinheiro, Pirites Alentejanas, tudo misturado com a bombástica declaração na China de que Portugal tinha a mão de obra mais barata da Europa. E foi tudo. Veio o debate do Estado da Nação (que até nem estava a correr mal de todo a José Sócrates, convenhamos) e pimba! vieram os tais corninhos, que a principio julguei serem dirigidos ao inefável Louçã, que tomava a palavra na altura. Foi uma bronca. Ninguém teve uma atitude mais branda para com Manuel Pinho. Nem sequer o grupo parlamentar do PS, sempre pronto a remendar as mazelas e os deslizes dos políticos socialistas. Todos o zurziram impiedosamente e a sua figura a fazer corninhos encheu todo o espaço cibernético!
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Para meu espanto, agora começam a surgir de todos os lados, elogios à actuação de Manuel Pinho, começando nos trabalhadores de várias empresas por cujos postos de trabalho se diz agora que ele lutou imenso para salvar, até ao estraordinário convite de Joe Berardo, que pode ser tudo o que quiserem menos parvo. De facto, um homem como ele, saíndo do anonimato e fazendo uma fortuna colossal, pode ser tudo menos palerma. E se ele, com a queda para o sucesso nos negócios foi convidar Manuel Pinho para fazer parte dos seus corpos gerentes, é porque Manuel Pinho não era afinal aquela figura meio idiota, meio incongruente que a Contra-Informação retratava, pois um homem como Joe Berardo é daqueles que não dá ponto sem nó. E se ele veio a público fazer um convite daqueles, alguma poderosa razão estará com ele. Ou então andamos todos a dormir na forma. O Futuro nos dirá, caros confrades.
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Cordialmente José Pires
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