15-07-2009
Câmara de Lisboa
Façam favor de imaginar
No passado dia 14, realizou-se a apresentação da candidatura de António Costa à presidência da Câmara Municipal de Lisboa e muitos terão visto nas imagens televisivas extractos dos discursos do candidato e de José Sócrates, na qualidade de secretário-geral do PS.
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Porque ninguém deve ter reparado nisso, vale a pena dizer que se as coisas tivessem corrido como apelaram os subscritores de uma manifestando apelando à «convergência de esquerda» nas eleições municipais da cidade de Lisboa, o que nesse dia teria passado nas televisões seriam extractos de discursos não apenas de José Sócrates mas também de Jerónimo de Sousa e de Francisco Louçã.
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E estando nós ainda a mais de dois meses das eleições legislativas, essa hipotética imagem bem poderia ilustrar o grau de interpenetração das campanhas para as legislativas e para as autárquicas e o prolongado elemento de confusão e perturbação que projectaria para a decisiva batalha das legislativas onde, goste-se ou não, a diferenciação entre o PS e as forças à sua esquerda é um dos elementos centrais.
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Mesmo admitindo, por concessão minha, que as divergências no plano autárquico e a questão da repartição de responsabilidades poderiam eventualmente ser superadas, é o elemento acima referido que mais lamento que não tenha sido compreendido por tantos dos democratas respeitáveis (alguns dos quais meus amigos e que assim continuarei a coinsiderar) que, seguramente com generosas preocupações e intenções, subscreveram aquele manifesto, embora outros não pudessem deixar de saber que, no actual estado das artes, não tinha nenhuma viabilidade.
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Mas isto não me impede de voltar a repetir que houve impulsionadores deste manifesto que conheciam perfeitamente o filme superveniente e que já sabiam que, para eles próprios, o lançamento do manifesto era apenas o primeiro passo que os havia de levar, por gosto e conscientemente, à sua presença na apresentação da candidatura de António Costa.
no Blog O Tempo das Cerejas
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