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O presidente boliviano Evo Morales assegurou que o Comando Sul da Armada dos Estados Unidos interveio no golpe de Estado de Honduras, que derrubou o presidente Manuel Zelaya, em 28 de junho.
"Existe a informação de que o império do Estados Unidos, mediante seu Comando Sul, é responsável pelo golpe de Estado em Honduras. Portanto, é o império contra o povo, e o povo historicamente derrotou os diferentes impérios", declarou Morales, em uma entrevista coletiva que concedeu na noite dessa segunda-feira em Montevidéu, capital do Uruguai.
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O mandatário disse que a suposta participação de Washington na deposição do presidente Zelaya configura uma "agressão e provocação". "O golpe que poderia ter ocorrido na Bolívia no ano passado está acontecendo agora em Honduras", acrescentou.
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Evo preferiu não acusar diretamente o presidente norte-americano, Barack Obama. "Talvez ele (Obama) não saiba disto, mas a estrutura do império continua em vigor. É uma agressão, uma provocação", disse.
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Morales e o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, divulgaram ontem um comunicado conjunto no qual manifestaram repúdio ao golpe em Honduras e reafirmaram que não reconhecerão o governo de facto do país, encabeçado por Roberto Micheletti, nomeado presidente pelo Congresso.
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"Após o ocorrido, temos a obrigação de fazer uma profunda reflexão sobre como se vive em uma ditadura, já que as novas gerações talvez não saibam", enfatizou o boliviano.
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Durante uma visita de nove horas ao Uruguai, a primeira que fez como presidente, Morales discutiu a possibilidade de obter uma saída para o Oceano Atlântico e a venda de gás boliviano. Também houve conversas sobre temas ligados à educação, à saúde e à integração regional.
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O mandatário revelou que, além de se reunir com Vázquez, pôde ainda conversar com o candidato à presidência uruguaia pela coalizão governista Frente Ampla, José Mujica, e com o escritor Eduardo Galeano.
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Mediação da Costa Rica continua sábado
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O presidente da Costa Rica, Oscar Arias, anunciou ter convidado as novas autoridades Honduras e as depostas mediante o golpe de Estado de 20 de junho a se retomarem o diálogo no próximo sábado. O presidente derrubado pelos militares, Manuel Zelaya, que ontem deu um ultimato para que os golpistas abandonem o poder, se encontra na Guatemala, à espera da próxima etapa da mediação costa-riquenha para solucionar a crise política de Honduras.
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O encontro representará uma nova tentativa de prosseguir com as conversas iniciadas na semana passada. Arias anunciou que a reunião com as partes será realizada no próximo sábado, mas pode se estender até o domingo, caso não seja alcançado um acordo.
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O encontro será realizado novamente na residência oficial de Arias, em San José, capital da Costa Rica. As delegações do governo golpista e do governo deposto também participarão da reunião.
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Com agência
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in Vermelho - 14 DE JULHO DE 2009 - 17h52
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