Havana, 11 Jul (Lusa) - O ex-líder cubano Fidel Castro prevê, em artigo divulgado este sábado em Cuba, que se Manuel Zelaya retomar a presidência das Honduras a autoridade dos "governos civis" latino-americanos será abalada e regressarão os golpes militares.
Lusa
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Havana, 11 Jul (Lusa) - O ex-líder cubano Fidel Castro prevê, em artigo divulgado este sábado em Cuba, que se Manuel Zelaya retomar a presidência das Honduras a autoridade dos "governos civis" latino-americanos será abalada e regressarão os golpes militares.
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"Se o Presidente Manuel Zelaya não for reinvestido nas suas funções", escreve Fidel no site oficial www.cubadebate.cu, "uma onda de golpes de Estado ameaça varrer muitos governos na América Latina, ou eles estarão à mercê da extrema-direita militar, formada na doutrina de segurança da Escola das Américas, especialista em tortura, guerra psicológica e terror."
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Acrescenta Fidel: "A autoridade civil de muitos governos na América do Sul e Central seria enfraquecida. Eles não estão muito longe desse tempo tenebroso. Os militares golpistas nem vão dar atenção à administração civil dos Estados Unidos. Pode ser muito negativo para um Presidente que, como Barack Obama, pretende melhorar a imagem desse país. O Pentágono obedece formalmente ao poder civil. As legiões, como em Roma, ainda não assumiram o comando do império."
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Tal como o Presidente Hugo Chávez, da Venezuela, Fidel Castro põe em causa a iniciativa de procurar o diálogo directo com o governo de facto de Roberto Micheletti, considerando tratar-se de uma "armadilha" e uma "humilhação" para o Presidente legítimo das Honduras.
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"Que horrível é ver um Presidente [Oscar Árias, da Costa Rica, anfitrião do encontro] receber um usurpador e tratá-lo da mesma maneira que ao Presidente legítimo", comentou Chávez.
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"Zelaya sabe que não é apenas a Constituição das Honduras que está em jogo, mas o direito dos povos da América Latina a escolher os seus dirigentes", comenta Fidel Castro. "O Presidente ilegalmente derrubado não procura o poder, mas defende um princípio e, como disse José Martí [líder da revolução independentista cubana], 'um princípio justo no fundo de uma cova pode mais do que um exército'."
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OM.
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