Juan Medina/Reuters
Zapatero, forçado por Bruxelas, agravou as medidas de austeridade
Europa forçada a apertar o cinto
O adensar da crise internacional está a ter repercussões no Estado Social, com consequências imprevisíveis na generalidade da Europa. Depois das manifestações violentas na Grécia, em Espanha a Função Pública agendou para 2 de Junho uma manifestação contra as medidas de austeridade, e os principais sindicatos ameaçam com uma greve geral. Em Itália e França o clima é igualmente tenso ante as medidas de contenção. O descontentamento ameaça alastrar ao Reino Unido, onde o recém-formado governo de coligação prepara igualmente um pacote de crise.
- 0h30
Os responsáveis da CCOO e da UGT, principais associações sindicais espanholas, consideram que os cortes salariais e nas despesas sociais "terão efeitos indesejados" e sugerem ao primeiro-ministro José Rodríguez Zapatero algumas alternativas: em vez da baixa dos ordenados em 5% e do congelamento das reformas mais baixas defendem a reintrodução dos impostos sucessório sobre o património e o aumento "temporário" da tributação dos rendimentos.
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Em França, François Fillon, chefe de governo, anunciou cortes nas medidas sociais e o congelamento das despesas do Estado durante três anos. O governo recusa falar de austeridade, mas a oposição pressiona o executivo. A líder socialista Martine Aubry, prometeu um pacote alternativo para a próxima semana.
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Os jornais italianos falam entretanto dos planos do governo de Berlusconi para congelar os salários pelo menos durante um ano e para suspender as contratações na Função Pública até 2011. Os sindicatos pedem reuniões urgentes.
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David Cameron, novo chefe do governo britânico, anunciou um corte de 5% no salário dos ministros e alertou que nenhum sector está imune. A saúde pública deverá pagar uma parte da factura e o aumento do IVA pagará outra fatia.
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MAIS DADOS
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ESPANHA
Zapatero corta 5% nos salários, aumenta o IVA, eleva a idade da reforma de 65 para 67 e anula o abono de família adicional por cada novo filho.
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ITÁLIA
Governo de Berlusconi quer reduzir a frota de mais de 600 mil veículos oficiais, entre eles vários Maserati no valor de 150 mil euros cada. Vai ainda congelar os salários e suspender até 2011 a contratação de funcionários.
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FRANÇA
O presidente Nicolas Sarkozy vai congelar despesas públicas, atacando as medidas sociais, nomeadamente o rendimento de solidariedade.
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REINO UNIDO
O governo de David Cameron anunciou a redução de 5% no salário dos ministros e alertou que cortes podem afectar sectores como a Saúde e até o orçamento dos Jogos Olímpicos de 2012.
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MERKEL PEDE LUTA PELO OURO
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Angela Merkel pagou com uma derrota em eleições estaduais, no passado dia 9, o preço do apoio à Grécia, mas lembrou ontem que o que está em causa com o alastrar da crise é a sobrevivência do euro e, com ele, da própria União Europeia. A chanceler alemã defendeu por isso a necessidade de todos os Estados-membros da UE "ousarem" dar passos rumo a uma maior e mais efectiva "união económica e política" da Europa.
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