| EDUARDA  FERREIRA .  | 
| No Mundo há 215  milhões de crianças sujeitas a tarefas laborais. Quase metade corre  mesmo perigo físico. .  | 
| A anterior avaliação foi "optimita".  Agora, o relatório quadrienal da Organização Mundial do Trabalho (OIT)  vem reconhecer que em muito pouco (3%) foi reduzido o número de crianças  que trabalham. Pior: 115 milhões estão mesmo expostas a tarefas  perigosas. . | 
| Há, por todo o Mundo, 215 milhões de crianças que  trabalham, muitas delas sujeitas a condições em que a sua vida e saúde  está em risco (estas são 115 milhões). A OIT divulga agora o seu  relatório e lança um alerta que também soa a autocrítica. É que "houve  um abrandamento no decréscimo" do fenómeno face às realidades detectadas  quatro anos antes. "Isto pede uma campanha mais enérgica", admitem os  tutores da campanha mundial lançada em 1992 e que estipulava o ano de  2016 como a meta em que "as formas mais graves de trabalho infantil  sejam eliminadas". Em 2010, o documento da OIT admite que tal objectivo  possa estar comprometido. Os números dizem respeito ao quadriénio  2004-08, em cujo começo havia 222 milhões de crianças "activas  economicamente". No ano 2000, elas eram 245,5 milhões.  .  Na região  da Ásia-Pacífico é onde mais crianças trabalham (113,6 milhões). No  entanto, aí, na América Latina e nas Caraíbas, a tendência tem sido a de  recuo na exploração da mão-de-obra infantil. O mesmo não está a  acontecer na África a Sul do Sara, que registou um aumento em números  relativos e absolutos. Na região equatorial desse continente uma em cada  quatro crianças trabalha e há mesmo um dos países, o Mali, em que  metade das crianças estão sujeitas a tarefas "profissionais".  . Agricultura  é terreno fértil É nas actividades agrícolas que  predomina o recurso a trabalho infantil, confirma o relatório da OIT.  Essa realidade corresponde a 60% dos casos detectados em todo o Mundo. A  maior parte dessas crianças trabalha para a família, devido à situação  de pobreza em que esta vive. "Temos de ir ao encontro das formas  escondidas do trabalho infantil", alerta a OIT, confirmando que muitas  destas situações "estão enraizadas na pobreza".  .  Apenas uma em  cada cinco é paga pelo que faz, no caso da agricultura. Os serviços  também exploram essa mão-de-obra em 25,6% dos casos. Segue-se a  indústria (7%). Segundo o relatório, a crise económica mundial estará a  contribuir para que o trabalho infantil não decresça a ritmo mais  acelerado, sobretudo nas formas mais pesadas. Mas, de acordo com o  director-geral da OIT, "a desacelaração económica não pode ser  desculpa". Muitas das crianças visadas no relatório trabalham à noite,  em condições insalubres, com exposição a químicos, em alturas perigosas,  debaixo de terra ou de água e sujeitas a maus-tratos. . . | 
 
 
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