13.05.2010 - 17:20 Por Lusa
O novo pacote de medidas de austeridade anunciado hoje pelo Governo era, na opinião dos economistas hoje ouvidos pela Lusa, inevitável, mas devia ter surgido mais cedo e mais focado no lado da despesa.
Para Luís Campos e Cunha, trata-se de um pacote “duríssimo”, que é consequência das políticas seguidas nos últimos quatro a cinco anos.
“Muitos economistas têm avisado de que esta situação orçamental não era sustentável e, apesar disso, praticamente todos os grandes projectos, que são ruinosos para o país vão continuar, o que significa que em 2014 ou 2015 a situação vai estar muito pior do que é hoje”, disse o economista, que foi ministro das Finanças de José Sócrates durante quatro meses.
Para Campos e Cunha, este pacote “vem demasiado tarde” e é, por isso, “muito mais duro do que seria necessário se tivesse sido tomado há seis meses atrás”.
Para o presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), João Duque, as medidas propostas não surpreenderam, “infelizmente”, porque “mais uma vez” incidem sobre “o aumento dos impostos para aparentemente se fazer a grande contração do défice".
“Anunciaram um pacote de medidas para aumento dos impostos, eu preferia ver um pacote de medidas de contenção mais séria na despesa”, sublinhou.
“É claro que pode haver alguma contenção na despesa por via das remunerações, nomeadamente dos gestores públicos e dos políticos, mas não é propriamente aí que se vão buscar as centenas ou milhares de euros de que o Estado precisa”, acrescentou João Duque.
Em termos políticos, o docente do ISEG vê “com dificuldades” que este Governo se sinta mandatado para este tipo de gestão, uma vez que considera que “os portugueses votaram num Governo com uma política diferente”.
Para João Loureiro, economista da Faculdade de Economia do Porto (FEP), face às circunstâncias actuais, o Governo “não tinha outra alternativa” que não fosse uma redução do défice orçamental de 2010.
“Na actual situação de emergência, a opção pelo aumento de impostos indirectos (IVA) e de impostos directos (IRS e IRC) é quase inevitável, dado que esses instrumentos garantem, no curto prazo, o cumprimento do objectivo orçamental”, reforçou.
Ainda assim, de acordo com João Loureiro, em termos económicos, justifica-se apostar antes na redução da despesa pública, nomeadamente naquela que representa desperdício.
“Esta terá que ser, inevitavelmente, a solução para o futuro, de forma séria já a partir de 2011, até porque nos próximos anos vai haver necessidade de continuar a reduzir o défice para se atingir um valor inferior a 3 por cento do PIB”, conclui.
“Seguramente que haveria alternativas e outras combinações possíveis. No entanto, penso que para reduzir o défice já em 2010, todas elas teriam que assentar em grande escala num aumento de receitas”, considerou ainda.
O Governo anunciou hoje, após reunião do conselho de ministros, um conjunto de medidas adicionais ao Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) para acelerar a redução do défice e responder à pressão dos mercados internacionais”.
“Muitos economistas têm avisado de que esta situação orçamental não era sustentável e, apesar disso, praticamente todos os grandes projectos, que são ruinosos para o país vão continuar, o que significa que em 2014 ou 2015 a situação vai estar muito pior do que é hoje”, disse o economista, que foi ministro das Finanças de José Sócrates durante quatro meses.
Para Campos e Cunha, este pacote “vem demasiado tarde” e é, por isso, “muito mais duro do que seria necessário se tivesse sido tomado há seis meses atrás”.
Para o presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), João Duque, as medidas propostas não surpreenderam, “infelizmente”, porque “mais uma vez” incidem sobre “o aumento dos impostos para aparentemente se fazer a grande contração do défice".
“Anunciaram um pacote de medidas para aumento dos impostos, eu preferia ver um pacote de medidas de contenção mais séria na despesa”, sublinhou.
“É claro que pode haver alguma contenção na despesa por via das remunerações, nomeadamente dos gestores públicos e dos políticos, mas não é propriamente aí que se vão buscar as centenas ou milhares de euros de que o Estado precisa”, acrescentou João Duque.
Em termos políticos, o docente do ISEG vê “com dificuldades” que este Governo se sinta mandatado para este tipo de gestão, uma vez que considera que “os portugueses votaram num Governo com uma política diferente”.
Para João Loureiro, economista da Faculdade de Economia do Porto (FEP), face às circunstâncias actuais, o Governo “não tinha outra alternativa” que não fosse uma redução do défice orçamental de 2010.
“Na actual situação de emergência, a opção pelo aumento de impostos indirectos (IVA) e de impostos directos (IRS e IRC) é quase inevitável, dado que esses instrumentos garantem, no curto prazo, o cumprimento do objectivo orçamental”, reforçou.
Ainda assim, de acordo com João Loureiro, em termos económicos, justifica-se apostar antes na redução da despesa pública, nomeadamente naquela que representa desperdício.
“Esta terá que ser, inevitavelmente, a solução para o futuro, de forma séria já a partir de 2011, até porque nos próximos anos vai haver necessidade de continuar a reduzir o défice para se atingir um valor inferior a 3 por cento do PIB”, conclui.
“Seguramente que haveria alternativas e outras combinações possíveis. No entanto, penso que para reduzir o défice já em 2010, todas elas teriam que assentar em grande escala num aumento de receitas”, considerou ainda.
O Governo anunciou hoje, após reunião do conselho de ministros, um conjunto de medidas adicionais ao Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) para acelerar a redução do défice e responder à pressão dos mercados internacionais”.
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