PS acusou sociais-democratas de quererem patrocinar "novas formas de trabalho forçado" e romper com fundamentos do Estado Social.
Os sociais-democratas afirmaram que não vão desistir da proposta (João Henriques (arquivo))
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O tributo solidário, ou a tentativa do PSD para acabar com a "sociedade dual" ("uns trabalham e contribuem e outros vivem de expedientes e de fraudes", defendeu o deputado Adão e Silva), foi ontem chumbado em bloco pela esquerda parlamentar, embora os sociais-democratas tenham afirmado ao PÚBLICO que não vão desistir da proposta. "Não nos resignamos" com este chumbo e "vamos pensar em outros caminhos", disse Adão e Silva.
O projecto de lei do PSD propunha, refira-se, que os beneficiários (entre os 18 e 60 anos) do subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego e rendimento social de inserção (RSI) prestassem trabalho não remunerado em instituições públicas ou sociais ou frequentassem formações profissionais, estando prevista a cessação destas prestações em caso de recusa. O trabalho, designado tributo solidário, seria então a "contrapartida" dos benefícios sociais, explicou Adão e Silva ontem à tarde, no plenário destinado a debater o projecto de lei do PSD. "Uma cartilha que deve ficar muito clara para todos: os milhares de cidadãos que recebem apoios do Estado têm de dar uma contrapartida desses benefícios em trabalho social ou noutra forma de retribuição à sociedade pelo esforço que esta efectuou para pagar aqueles apoios", disse.
O CDS aplaudiu e aproveitou para antecipar o debate potestativo de hoje, relativo ao RSI - uma "renda do Estado", classificou o líder parlamentar Pedro Mota Soares, que aproveitou a ocasião para propor uma auditoria global a esta prestação. Mas as críticas da esquerda (e o anúncio do chumbo do projecto) não se fizeram tardar, com o PS, PCP, Bloco de Esquerda (BE) e Verdes a acusarem o PSD de querer patrocinar uma medida consensualmente designada como "vergonhosa". "Este projecto pressupõe que os desempregados são uns malandros e que devem trabalhar de graça", afirmou Jorge Machado, do PCP, enquanto a bloquista Mariana Aiveca lembrou que as prestações para os desempregados "não vivem à custa de ninguém".
A socialista Maria José Gamboa falou mesmo numa tentativa de criar "novas formas de trabalho forçado", apontando que a denominação do tributo "tem pouco de solidário" porque "desvaloriza o trabalho e rompe com a lógica subjacente ao Estado Social". "Em bom rigor", afirmou, "aquilo que o PSD vem propor a esta câmara e ao país é a instituição de novas formas de trabalho forçado, de trabalho obrigatório a custo zero, sem querer assegurar, no final do dito tributo solidário, a inserção profissional destes cidadãos".
Adão e Silva ripostou, apontando que a proposta pretende "resgatar do estigma social quem está fora do mercado de trabalho" e que não se insere numa "lógica de criação de postos de trabalho": "O objectivo é fazer com que o indivíduo se sinta socialmente útil e promover a sua reinserção no mercado de trabalho."
O projecto de lei do PSD propunha, refira-se, que os beneficiários (entre os 18 e 60 anos) do subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego e rendimento social de inserção (RSI) prestassem trabalho não remunerado em instituições públicas ou sociais ou frequentassem formações profissionais, estando prevista a cessação destas prestações em caso de recusa. O trabalho, designado tributo solidário, seria então a "contrapartida" dos benefícios sociais, explicou Adão e Silva ontem à tarde, no plenário destinado a debater o projecto de lei do PSD. "Uma cartilha que deve ficar muito clara para todos: os milhares de cidadãos que recebem apoios do Estado têm de dar uma contrapartida desses benefícios em trabalho social ou noutra forma de retribuição à sociedade pelo esforço que esta efectuou para pagar aqueles apoios", disse.
O CDS aplaudiu e aproveitou para antecipar o debate potestativo de hoje, relativo ao RSI - uma "renda do Estado", classificou o líder parlamentar Pedro Mota Soares, que aproveitou a ocasião para propor uma auditoria global a esta prestação. Mas as críticas da esquerda (e o anúncio do chumbo do projecto) não se fizeram tardar, com o PS, PCP, Bloco de Esquerda (BE) e Verdes a acusarem o PSD de querer patrocinar uma medida consensualmente designada como "vergonhosa". "Este projecto pressupõe que os desempregados são uns malandros e que devem trabalhar de graça", afirmou Jorge Machado, do PCP, enquanto a bloquista Mariana Aiveca lembrou que as prestações para os desempregados "não vivem à custa de ninguém".
A socialista Maria José Gamboa falou mesmo numa tentativa de criar "novas formas de trabalho forçado", apontando que a denominação do tributo "tem pouco de solidário" porque "desvaloriza o trabalho e rompe com a lógica subjacente ao Estado Social". "Em bom rigor", afirmou, "aquilo que o PSD vem propor a esta câmara e ao país é a instituição de novas formas de trabalho forçado, de trabalho obrigatório a custo zero, sem querer assegurar, no final do dito tributo solidário, a inserção profissional destes cidadãos".
Adão e Silva ripostou, apontando que a proposta pretende "resgatar do estigma social quem está fora do mercado de trabalho" e que não se insere numa "lógica de criação de postos de trabalho": "O objectivo é fazer com que o indivíduo se sinta socialmente útil e promover a sua reinserção no mercado de trabalho."
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1 a 10 de 21
quando acabam?
O PC tem toda a razão. Trabalhar? quando é possível receber o dinheirinho sem "bolir". isso é que era bom!!!. Estes comunas desde que deram cabo do Alentejo, nunca mais fizeram nada de jeito.
Não vê nada de errado!!!
Bem o Sr só vê o lado que quer ver.Sub de desemprego: o sr ficou desempregado trabalhou uma vida inteira, mas como diz " porque deverão sair da cama e trabalhar se eles podem dormir e ganhar sem o fazer....." já ficou desempregado, é que se existem pessoas que se podem enquadrar no ideal que descreve garanto-lhe que a esmagadora maioria quer trabalhar.Agora o sr quer que se mande as pessoas cortar mato??? Pois bem lhe digo que as pessoas que trabalham nesse serviço ganham em média 5 a 10 euros pelo serviço quer o sr que um desempregado que ganha 420 euros de Sub de desemprego "vá trabalhar" de borla!!!!! Se o Estado ou outras entidades precisam que algum trabalho seja feito então que paguem o valor respectivo.Se me disser assim, a câmara X precisa de um cantoneiro e que o salário é de 600 euros, mas agora vai meter os desempregados e se estes estiverem a ganhar 400 e a autarquia lhes pagar 200 euros ainda vá que vá...agora trabalho escravo....Não obrigado.Agora diga-me justamente se o sr ficar desempregado acha perfeitamente justo ir trabalhar para algo que tem um salário base...mas você vai trabalhar de borla....não seja hipócrita-
Devem estar tontos
Uma cartilha que deve ficar muito clara para todos: os milhares de cidadãos que recebem apoios do Estado têm de dar uma contrapartida desses benefícios em trabalho social ou noutra forma de retribuição à sociedade pelo esforço que esta efectuou para pagar aqueles apoios"... O esforço que a Sociedade efectuou?!!! E então os descontos que os trabalhadores fazem todos os meses sobre os seu ordenados são para quem?Devem querer falar Subsídio Social de Reinserção: aí tudo bem! Fiscalizem! Mas se lhes dão trabalho, paguem-lhes o ordenado a que têm direito e suspendam-lhes o subsídio. Quando acabar o trabalho, dêem-lhes o subsídio. -
Generalistas
Por esta ordem de ideias, prendiam-se todos os políticos, uma vez que todos eles são corruptos, mas isto seria generalizar.... Ah!!!! É o que eles estão a fazer!!!!! Ignorantes e incompetentes, pelo menos isso sabemos deles...... -
salazar...coelho
Agora,o que está a dar online é aparecerem pessoas a dizerem o seguinte:eu até sou do PSD/PS etc,mas depois desta,neste caso em que o partido em que eu votei defende os seus princípios nunca mais votarei nele.lolÉ patético!Depois misturam alhos com bogalhos já que o tributo solidário refere-se apenas ao subsídio de desemprego e não ao de insercção social que foi defendido no passado por Manuela Ferreira Leite.Esta medida salazarista e radical proposta por salazar coelho é de um radicalismo extremo nuca visto no PSD na sua história já que pretendem impôr trabalhos forçados sobre algo que pertence aos cidadãos e para o qual eles descontam todos os meses.Depois usam-se exemplos de alguém que prevarica para se punirem todos por igual.É curioso que o novo PSD se esqueceu de propôr o tributo solidário para os bancos que beneficiaram de empréstimos dados pelo sector público ou propôr um tributo solidário para milionários ou grandes empresas assim como os gestores públicos e seus prémios milionários,para esses nada de tributo solidário.Todos vimos que foi o sector privado,desta vez a destruir as economias,radicalismo de uma lado ou outro é sempre errado. -
Trabalho? Solidário?
Estou triste com o meu partido.Sempre votei PSD, mas nem sempre concordei com todas as suas politicas e esta medida é uma delas.Felizmente estou empregado, mas já estive desempregado por um período de 5 meses.Se há trabalho solidário, empreguem as pessoas com condições dignas e paguem-lhes o respectivo salário.Se há pessoas que não são merecedoras dos subsídios que recebem? Há e se calhar há mais do que aquelas que imaginamos, então vamos criar mais postos de trabalho para fiscais dessas situações.De certeza que o investimento em pessoas para fiscalizarem os subsídios mal aplicados teria um retorno a curto prazo bastante positivo!Deixem-se de medidas de curto prazo e vamos atacar a questão de fundo!Fiscalizem e penalizem quem prevarica, mas deixem em paz quem cumpre e sempre cumpriu as regras.Caro Pedro Passos Coelho, tens tudo para poder fazer deste Portugal um país melhor. Acredito em ti, mas tens de te preocupar mais com estas "pequenas" injustiças... -
politica
Esta de romper com o Estado Social só pode ser anedota.Concordo perfeitamente que se ajudem as pessoas que estão com a corda na garganta em virtude do desemprego,não concordo com esse Estado Social que alimenta milhares de parasitas que vivem à custa de todos os portugueses.Quem são eles? Todos nós sabemos,o Estado sabe mas teima em gastar muitos milhões de euros com esta politica da distribuição do nosso dinheiro.Falaram-me um dia destes de um pai que leva o filho à escola de Mercedes e esse mesmo miúdo recebe ajuda para livros e outras.É por esta e outras que este governo tem desbaratado o nosso dinheiro e deixou-nos a todos a pedir esmola ás instâncias internacionais e nem se sabe como acabará tudo isto. Os políticos deviam ser chamados à responsabilidade por medidas que nem populares são porque os portugueses não concordam com ela.E vem esta gente falar de patriotismo e querer melhorar a vida do povo português quando os exemplos em contrario são mais que muitos? Por exemplo o deputado do PS que «roubou» os gravadores terá fundado em tempos uma offshore.E porque é que se vai para os offshores? Pura e simplesmente para fugir aos impostos. -
TRABALHOS A FAZER
que tal ajudar no banco alimentar. ajudar a garantir a segurança das nossas crianças no perímetro das escolas. ajudar a colocar flores nos jardins na proximidade das suas casas. apanhar garrafas para as colocar no vidrão. ajudar as escolas a ocupar as crianças nos tempos -
RE: vergonhoso sim
Pagava para ver o sr RuiPaz desempregado. E em vez de receber um subsidio (fruto do seu trabalho e do seu contributo á segurança social) para procurar outro emprego, tivesse de ir trabalhar no mato sem receber nenhum. o senhor não sabe o que é estar desempregado. Para além de se estar desempregado ainda teríamos de ser enxovalhados no nosso próprio país.
O MEU TESTEMUNHO PESSOAL
Encontro-me desempregada desde 03-05-2010. Estou sempre no computador a enviar currículos e crente que vou encontrar um emprego a curto prazo. Acordo de manha angustiada, vivo em frente a praia até me fazia bem dar uma volta e passear um pouco, mas não tenho vontade de sair... ando triste e agressiva/sensível com as pessoas mais próximas porque a minha situação não me satisfaz e lembro estou no desemprego à 18 dias. Acredito que pode haver excepções mas não é o meu caso. SOU PSD mas fiquei muito chocada com esta medida do meu próprio partido. se há trabalho para fazer então que arranjem postos de trabalho.
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