A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

terça-feira, maio 08, 2007


Fados do Tempo da Oura Senhora (30)
lisboanoguinessblogs.sapo.pt
O Sapateiro - Lavadeiras de roupa - Origens
publicado por Lisboa no Guiness às 2007-04-27

Desde o século XIX e até meio do século XX, o artífice de sapateiro, desde que não trabalhasse para grandes lojas ou para casas senhoriais, para sobreviver, tinham que se estabelecer por conta própria, e para tal, tentar arranjar um vão de escada para alugar, era economicamente o mais viável.

Nesta época havia muitos sapateiros de escada por toda a Lisboa.

Era uma vida dura e pouco gratificante em termos económicos, pois os seus clientes era o povo mais humilde, que muitas vezes mandava reparar o calçado, e ou não o chegava a ir levantar por dificuldades financeiras, ou às vezes passado muito tempo.

A sua postura corporal para trabalhar, era sentado num pequeno banco de madeira muito baixo, e no seu próprio colo sobre um avental de couro era a sua mesa de trabalho, é de ver que sentado nesta posição tantas horas seguidas, com luz deficiente mesmo durante o dia principalmente no inverno, tinham que ter praticamente o candeeiro a petróleo sempre aceso.

Trabalhavam dias e dias a fio, só se parava ao domingo de manhã para ir à missa, a saúde tinha que ser precária e muitas deformações, problemas de coluna, da bacia, na vista, etc..

Meu Bisavô Rodrigo Duarte, já tinha esta profissão no Cadaval , quando com a minha bisavó Gertrudes da Conceição lavava roupa para fora.

Passaram no inicio grande dificuldades, até que arranjaram um local à Praça das Flores, que além do vão de escada para poder montar a pequena bancada de sapateiro, tinha uma arrecadação que mais não era que um corredor comprido e com uma largura razoável, atamancada para poderem lá viver. O corredor dava para um saguão , onde minha avó podia lavar roupa para fora, e foi neste ambiente que Alfredo nasceu e lá tiveram mais três filhos. (esse prédio já hoje não existe)

Rodrigo Duarte morre prematuramente em 1905 com uma "tísica galopante".

Meu avô viu-se assim aos 14 anos como o cabeça de casal, e esteve sempre com sua mãe até à hora da sua morte.

Meu avô Alfredo começa a trabalhar e arranja uma pequena casa na Rua da Páscoa, num pátio lá nasceram os seus filhos, e foi onde viveu os restos dos seus dias.

Foi um filho e irmão exemplar, que o adoravam, foi pai e um avô exremoso.
FONTE: http://blogs.sapo.pt/userinfo.bml?user=joselameiras

Foto - autor não identificado
Nota - Em Setúbal ainda existe um sapateiro deste género, com oficina na garagem da casa onde vive. Havia outro, este na varanda da casa onde vivia. Claro que a iluminação mão era a «pitróleo»

Sem comentários: