Multibancos andam a saque
Crime: Investigados dois gangs
A caixa multibanco foi roubada do interior do McDonald’s de Corroios, Seixal

* Miguel Curado

A Polícia Judiciária tem abertas pelo menos duas investigações relativas à acção de outros tantos gangs de assaltantes que, nas últimas semanas, têm roubado caixas multibanco (ATM) que ainda não estão equipadas com o novo sistema de inutilização de dinheiro.

O alvo destes dois gangs têm sido as caixas ATM mais antigas, assentes no chão. “Não obstante o peso, trata-se de máquinas fáceis de roubar e colocar em cima de pesados de mercadorias”, disse ao CM fonte policial.

Terá sido este o estratagema usado por um destes grupos de assaltantes que levou um multibanco em Corroios, no concelho do Seixal, na madrugada da última quinta-feira.

“Pelo menos sete assaltantes deslocaram-se nessa noite ao McDonald´s de Corroios. Fizeram uso de uma carrinha de mercadorias e de um automóvel”, acrescentou a mesma fonte.

Os ladrões atiraram o automóvel contra a porta principal do McDonald´s, arrombando-a. Em poucos segundos, todo o gang se empenhou no levantamento da caixa ATM, que foi colocada em cima da carrinha de mercadorias. O sistema interno de videovigilância captou os movimentos do gang.

A GNR de Almada tomou conta da ocorrência, passando a investigação à Polícia Judiciária de Setúbal.

Ao que o CM apurou, esta caixa ATM não estaria ainda equipada com o sistema que inutiliza as notas, pintando-as com tinta vermelha.

Este gang, em paralelo com pelo menos mais um, tem apostado precisamente no roubo deste tipo de caixas ATM, em todo o País. “Trata-se de roubos que exigem algum tempo de estudo e que asseguram o lucro”, concluiu a mesma fonte.

MÉTODOS DIVERSIFICADOS

A Polícia Judiciária tem o exclusivo da investigação à acção dos gangs que se dedicam ao roubo de caixas multibanco (ATM). E, se no início desta vaga de crimes os métodos empregues eram simples, hoje são bem mais diversificados. Um factor primordial na acção destes grupos é a observação. Durante vários dias, um ou mais elementos do gang observa o local que pretende assaltar, bem como as movimentações dos funcionários. O ataque é igualmente preparado com minúcia e, depois de derrubadas as barreiras que separam o gang da caixa ATM desejada, torna-se necessário anular os alarmes. Fonte policial disse ao CM que o método mais usado tem sido o da colocação de espuma na buzina do alarme, o que permite aos assaltantes trabalhar sem alaridos.

in CORREIO DA MANHÃ, 2007.05.07

Foto - Manuel Moreira