América Latina
Cuba garante que liberará todos os 52 presos políticos que prometeu, mas reitera que "não os dissidentes são criminosos". Em entrevista ao Estado de S.Paulo, o presidente da assembleia Nacional de Cuba, Ricardo Alarcón, ataca os EUA e torce para que o Brasil tenha "sua primeira mulher presidente", em referência à candidata Dilma Rousseff.
Alarcón é presidente da Assembleia Nacional de Cuba desde 1993. Aos 73 anos, é considerado uma das mais importantes figuras da diplomacia cubana, tendo ocupado diversos postos diplomáticos desde a revolução de 1959, incluindo o de chanceler, em 1992. Durante 12 anos, foi representante do país na ONU, em Nova York, e tornou-se o principal acessor do governo nas relações com os Estados Unidos. Veja abaixo a entrevista
Leia também:O Estado de S.Paulo: Cuba cumprirá a promessa de liberar todos os 52 presos?
Ricardo Alarcón: Todos serão libertados, sem exceção, nas próximas semanas.
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O Estado de S.Paulo: Por que Cuba libertou esses dissidentes?
Ricardo Alarcón: Não são dissidentes. São pessoas culpadas por crimes e por trabalharem para potências estrangeiras que querem destruir nosso país. Isto é crime em qualquer país do mundo, com pena de prisão e até de morte.
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O Estado de S.Paulo: Para onde irão os presos que ainda estão em Cuba?
Ricardo Alarcón: Veremos. Mas serão libertados.
O Estado de S.Paulo: Existe a possibilidade de alguns ficarem em Cuba?
Ricardo Alarcón: Acho difícil que todos fiquem. Estamos procurando um lugar no exterior para resolver a situação. Eles precisam de visto e é nisso que trabalhamos agora.
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O Estado de S.Paulo: Há alguma negociação similar com o Brasil para recebê-los?
Ricardo Alarcón: Pelo que sei, não existe nada.
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O Estado de S.Paulo: A liberação foi acompanhada de perto pela Casa Branca. Como o sr. avalia a política do presidente dos EUA, Barack Obama, em relação a Cuba?
Ricardo Alarcón: Obama é apenas mais do mesmo. Tem uma linguagem mais comedida, um estilo mais calmo, mas sua política externa, no fundo, é a mesma que existia antes. No entanto, a América Latina já tomou o caminho irreversível da luta por sua independência efetiva. Há muitos desafios ainda, mas a região está no caminho certo. Estamos vivendo uma época de mudanças que não pode mais ser sabotada.
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O Estado de S.Paulo: O Brasil terá eleições este ano. Como o sr. avalia a possibilidade de mudança de governo em Brasília?
Ricardo Alarcón: Seria muito bom que o Brasil tivesse sua primeira mulher presidente. Isto garantiria a continuidade da obra começada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que colocou o Brasil em um lugar de destaque no cenário internacional.
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Fonte: O Estado de São Paulo
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Ricardo Alarcón: Todos serão libertados, sem exceção, nas próximas semanas.
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O Estado de S.Paulo: Por que Cuba libertou esses dissidentes?
Ricardo Alarcón: Não são dissidentes. São pessoas culpadas por crimes e por trabalharem para potências estrangeiras que querem destruir nosso país. Isto é crime em qualquer país do mundo, com pena de prisão e até de morte.
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O Estado de S.Paulo: Para onde irão os presos que ainda estão em Cuba?
Ricardo Alarcón: Veremos. Mas serão libertados.
O Estado de S.Paulo: Existe a possibilidade de alguns ficarem em Cuba?
Ricardo Alarcón: Acho difícil que todos fiquem. Estamos procurando um lugar no exterior para resolver a situação. Eles precisam de visto e é nisso que trabalhamos agora.
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O Estado de S.Paulo: Há alguma negociação similar com o Brasil para recebê-los?
Ricardo Alarcón: Pelo que sei, não existe nada.
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O Estado de S.Paulo: A liberação foi acompanhada de perto pela Casa Branca. Como o sr. avalia a política do presidente dos EUA, Barack Obama, em relação a Cuba?
Ricardo Alarcón: Obama é apenas mais do mesmo. Tem uma linguagem mais comedida, um estilo mais calmo, mas sua política externa, no fundo, é a mesma que existia antes. No entanto, a América Latina já tomou o caminho irreversível da luta por sua independência efetiva. Há muitos desafios ainda, mas a região está no caminho certo. Estamos vivendo uma época de mudanças que não pode mais ser sabotada.
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O Estado de S.Paulo: O Brasil terá eleições este ano. Como o sr. avalia a possibilidade de mudança de governo em Brasília?
Ricardo Alarcón: Seria muito bom que o Brasil tivesse sua primeira mulher presidente. Isto garantiria a continuidade da obra começada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que colocou o Brasil em um lugar de destaque no cenário internacional.
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Fonte: O Estado de São Paulo
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América Latina
Como os ' dissidentes' de Cuba seriam tratados em outros países?
Em Cuba, existem cerca der 50 pessoas a quem os grandes meios de comunicação classificam como "presos políticos", "presos de consciência" ou "dissidentes". Os governos dos países mais poderosos e ricos do mundo se apóiam neste argumento para pressionar o governo cubano e forçar mudanças na ilha de acordo com seus interesses políticos e econômicos. A conhecida e prestigiosa organização Anistia Internacional também qualifica com estes termos estas pessoas. Porém, o que há de correto em tudo isso?
É preciso recordar que nenhum dos chamados "dissidentes" foram penalizados por delitos de opinião, mas por sua colaboração direta com o governo dos Estados Unidos por diferentes meios, basicamente a recepção de fundos econômicos.
Esta superpotência, cuja economia representa hoje cerca de um terço de toda a economia mundial, mantém um bloqueio econômico que provoca graves privações à população da ilha e que já foi condenado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 18 ocasiões. Além disso, protege em seu território pessoas responsáveis por centenas de vítimas de atos terroristas na ilha e mantém ocupada uma parte do território do país, a Baía de Guantânamo, contra a vontade expressa do povo e do governo cubanos.
Quer dizer, o governo dos Estados Unidos mantém uma guerra aberta e declarada contra Cuba, com o objetivo de derrubar o sistema político e social vigente na ilha. Para isso, destinou, só nos anos 2007 e 2008, US $ 45,7 milhões para os chamados "dissidentes", e outros US $ 100 para organizações radicadas nos Estados Unidos que atuam, em muitos casos, como financiadores intermediários dos mesmos.
Os delitos dos chamados " dissidentes", portanto, não têm nada a ver com a liberdade de expressão, mas com colaboração com uma superpotência estrangeira inimiga.
Mas o que aconteceria em outros países com pessoas com atuações semelhantes? (1)
O Código Penal dos Estados Unidos prevê uma pena de 20 anos para quem preconize a derrubada do governo ou da ordem estabelecida. Estipula 10 anos de prisão para quem emita "falsas declarações", com o objetivo de atentar contra os interesses dos Estados Unidos em suas relações com outra nação. E pena de três anos para quem "mantenha (...) correpondência ou relação com um governo estrangeiro (...). com a intenção de influir em sua conduta (...) a respeito de um conflito ou uma controvérsia com os Estados Unidos".
O Código Penal espanhol castiga com pena de 4 a 8 anos a quem "mantiver relações de inteligência ou relação de qualquer gênero com governos estrangeiros (...), a fim de prejudicar a autoridade do Estado ou comprometer a dignidade ou os interesses vitais da Espanha". Prevê pena de 10 a 15 anos aos responsáveis por crime de "rebelião", aplicado a quem se "levante violenta e publicamente" com objetivos como: derrubar ou modificar a Constituição, destruir ou suprimir faculdades do rei da Espanha.
A França castiga com pena de até 30 anos e multa de € 450 mil "o feito de manter relações de inteligência com uma potência estrangeira, (...) com vistas a sucitar hostilidades ou atos de agressão contra a França".
A Itália sanciona com pena entre 3 e 10 anos o " cidadão que, inclusive indiretamente, receba (...) do estrangeiro (...) dinheiro ou qualquer outro artigo (...) com o objetivo de cometer atos contrários aos interesses nacionais", com um incremento de pena se "o dinheiro (...) se entrega ou se promete mediante propaganda na imprensa".
Em qualquer um dos citados países, e em outros não mencionados, os denominados "dissidentes" cubanos receberiam, então, penas muito superiores que aquelas recebidas por seus delitos em Cuba. Contra todos eles (os dissidentes), ficou provado o recebimento, direto ou indireto, de fundos do governo dos Estados Unidos e colaboração com a política de guerra contra a ilha.
O pesquisador francês Salim Lamrani define a Anistia Internacional como uma organização "reconhecida por sua serenidade, profissionalismo e imparcialidade", porém critica seu tratamento em relação a Cuba. "A Anistia Internacional faria bem em reconsiderar seu juízo a respeito daqueles que considera presos de consciência em Cuba, pois ter duas medidas é inaceitável", afirma o professor.
(1) Salim Lamrani, “Las contradicciones de Amnistía Internacional”, no Rebelión de 7 de maio de 2008. http://www.rebelion.org/noticia.php?id=67001
Fonte: Kaos en la Red, tirado de vídeo produzido por Cubainformación.
Esta superpotência, cuja economia representa hoje cerca de um terço de toda a economia mundial, mantém um bloqueio econômico que provoca graves privações à população da ilha e que já foi condenado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 18 ocasiões. Além disso, protege em seu território pessoas responsáveis por centenas de vítimas de atos terroristas na ilha e mantém ocupada uma parte do território do país, a Baía de Guantânamo, contra a vontade expressa do povo e do governo cubanos.
Quer dizer, o governo dos Estados Unidos mantém uma guerra aberta e declarada contra Cuba, com o objetivo de derrubar o sistema político e social vigente na ilha. Para isso, destinou, só nos anos 2007 e 2008, US $ 45,7 milhões para os chamados "dissidentes", e outros US $ 100 para organizações radicadas nos Estados Unidos que atuam, em muitos casos, como financiadores intermediários dos mesmos.
Os delitos dos chamados " dissidentes", portanto, não têm nada a ver com a liberdade de expressão, mas com colaboração com uma superpotência estrangeira inimiga.
Mas o que aconteceria em outros países com pessoas com atuações semelhantes? (1)
O Código Penal dos Estados Unidos prevê uma pena de 20 anos para quem preconize a derrubada do governo ou da ordem estabelecida. Estipula 10 anos de prisão para quem emita "falsas declarações", com o objetivo de atentar contra os interesses dos Estados Unidos em suas relações com outra nação. E pena de três anos para quem "mantenha (...) correpondência ou relação com um governo estrangeiro (...). com a intenção de influir em sua conduta (...) a respeito de um conflito ou uma controvérsia com os Estados Unidos".
O Código Penal espanhol castiga com pena de 4 a 8 anos a quem "mantiver relações de inteligência ou relação de qualquer gênero com governos estrangeiros (...), a fim de prejudicar a autoridade do Estado ou comprometer a dignidade ou os interesses vitais da Espanha". Prevê pena de 10 a 15 anos aos responsáveis por crime de "rebelião", aplicado a quem se "levante violenta e publicamente" com objetivos como: derrubar ou modificar a Constituição, destruir ou suprimir faculdades do rei da Espanha.
A França castiga com pena de até 30 anos e multa de € 450 mil "o feito de manter relações de inteligência com uma potência estrangeira, (...) com vistas a sucitar hostilidades ou atos de agressão contra a França".
A Itália sanciona com pena entre 3 e 10 anos o " cidadão que, inclusive indiretamente, receba (...) do estrangeiro (...) dinheiro ou qualquer outro artigo (...) com o objetivo de cometer atos contrários aos interesses nacionais", com um incremento de pena se "o dinheiro (...) se entrega ou se promete mediante propaganda na imprensa".
Em qualquer um dos citados países, e em outros não mencionados, os denominados "dissidentes" cubanos receberiam, então, penas muito superiores que aquelas recebidas por seus delitos em Cuba. Contra todos eles (os dissidentes), ficou provado o recebimento, direto ou indireto, de fundos do governo dos Estados Unidos e colaboração com a política de guerra contra a ilha.
O pesquisador francês Salim Lamrani define a Anistia Internacional como uma organização "reconhecida por sua serenidade, profissionalismo e imparcialidade", porém critica seu tratamento em relação a Cuba. "A Anistia Internacional faria bem em reconsiderar seu juízo a respeito daqueles que considera presos de consciência em Cuba, pois ter duas medidas é inaceitável", afirma o professor.
(1) Salim Lamrani, “Las contradicciones de Amnistía Internacional”, no Rebelión de 7 de maio de 2008. http://www.rebelion.org/noticia.php?id=67001
Fonte: Kaos en la Red, tirado de vídeo produzido por Cubainformación.
Veja abaixo o vídeo (em espanhol) de Cubainformación:
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Pouco trabalho?
18/03/2010 23h09
A anistia internacional,nao deve ter muito com o que se ocupar no resto do mundo,por exemplo:Iraque,Palestina,Afeganistao,Paquistao,Honduras,etc. É so mais um orgao,assim como a ONU,de apoio aos interesses norte americanos!MarciTeresina - PI
Cadê as legendas do vídeo?
18/03/2010 17h21Não falo espanhol, apenas português. O texto não é a tradução do vídeo que traz a matéria. Entendo que como o Vermelho só publica textos em português também deveria de só publicar vídeos em nossa língua. O vídeo original em espanhol pode estar acessível a quem quiser ver, mas não deve ser a única versão disponível! É o que eu penso.julianaSão Paulo - SP..
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