- João Frazão
Os Ultras
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A propósito da embrulhada criada na PT, em que os ultra defensores do interesse pátrio, como é o caso do senhor Ricardo Salgado, dono do BES, assim que lhes acenaram com meia dúzia de patacos, resolveram estar-se nas tintas para o dito (interesse) e ameaçaram entregar ao capital estrangeiro mais uma fatia de uma empresa estratégica, José Sócrates fez uma extraordinária declaração a um jornal espanhol.
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Diz Sócrates que a posição da Comissão Europeia de proibir a utilização da Golden Share na PT é ultraliberal.
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Ficamos a saber que Sócrates se incomoda com essa coisa dos ultraliberalismos e damos connosco a pensar que há aqui alguma coisa que não bate certo.
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Porque, ou nós temos andado desatentos, ou foi Sócrates, com o aplauso dos ricardos salgados cá do sítio, que desenvolveu ao longo dos últimos anos o maior ataque que há memória aos direitos dos trabalhadores. E a maior ofensiva contra as funções sociais do Estado, seja na Educação, na Saúde, na Segurança Social. E que, à boleia da crise internacional, cozinhou com o PSD e o CDS o Orçamento de Estado e mais o PEC e mais as medidas de austeridade onde essa ofensiva não só prossegue alegremente com é brutalmente aprofundada. Na qual se insere, naturalmente, a privatização do que resta de empresas estratégicas para a economia nacional e para garantir serviços públicos essenciais, como é o caso da EDP, dos CTT, da CP ou até do Metro de Lisboa.
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E é exactamente por isso que isto não bate certo. Então estas não são as mais ultraliberais medidas de que há memória no Portugal de Abril? E não foram e estão a ser concretizadas por Sócrates, o agora anti-ultraliberal?
Cá para mim, Sócrates, o executor das políticas de direita – de quem Ricardo Salgado disse em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, em Abril deste ano, que «é um bom Primeiro-Ministro», e que tem «bons ministros, indiscutivelmente» ao mesmo tempo que sublinhava que «o PSD esteve à altura de defender os interesses nacionais, concertando-se com o Governo em matéria do PEC» – sabe que, enquanto defender os interesses deste último, pode contar tem o seu apoio ultragarantido, o que quer é ganhar um balão de oxigénio à conta dos genuínos sentimentos de defesa da pátria que sabe existirem no povo português.
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E também por isso este episódio só mostra que, um e outro, são as duas faces de uma realidade que está, há muito, ultra…passada!
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Diz Sócrates que a posição da Comissão Europeia de proibir a utilização da Golden Share na PT é ultraliberal.
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Ficamos a saber que Sócrates se incomoda com essa coisa dos ultraliberalismos e damos connosco a pensar que há aqui alguma coisa que não bate certo.
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Porque, ou nós temos andado desatentos, ou foi Sócrates, com o aplauso dos ricardos salgados cá do sítio, que desenvolveu ao longo dos últimos anos o maior ataque que há memória aos direitos dos trabalhadores. E a maior ofensiva contra as funções sociais do Estado, seja na Educação, na Saúde, na Segurança Social. E que, à boleia da crise internacional, cozinhou com o PSD e o CDS o Orçamento de Estado e mais o PEC e mais as medidas de austeridade onde essa ofensiva não só prossegue alegremente com é brutalmente aprofundada. Na qual se insere, naturalmente, a privatização do que resta de empresas estratégicas para a economia nacional e para garantir serviços públicos essenciais, como é o caso da EDP, dos CTT, da CP ou até do Metro de Lisboa.
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E é exactamente por isso que isto não bate certo. Então estas não são as mais ultraliberais medidas de que há memória no Portugal de Abril? E não foram e estão a ser concretizadas por Sócrates, o agora anti-ultraliberal?
Cá para mim, Sócrates, o executor das políticas de direita – de quem Ricardo Salgado disse em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, em Abril deste ano, que «é um bom Primeiro-Ministro», e que tem «bons ministros, indiscutivelmente» ao mesmo tempo que sublinhava que «o PSD esteve à altura de defender os interesses nacionais, concertando-se com o Governo em matéria do PEC» – sabe que, enquanto defender os interesses deste último, pode contar tem o seu apoio ultragarantido, o que quer é ganhar um balão de oxigénio à conta dos genuínos sentimentos de defesa da pátria que sabe existirem no povo português.
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E também por isso este episódio só mostra que, um e outro, são as duas faces de uma realidade que está, há muito, ultra…passada!
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N.º 1910
8.Julho.2010 - Avante
8.Julho.2010 - Avante
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