A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

terça-feira, julho 13, 2010

Portugal - 54 mil licenciados no desemprego

Formação: Candidaturas ao Ensino Superior iniciam-se hoje
Pedro Catarino
Em 2007, havia 43 mil licenciados em trabalhos de baixa qualificação ou não qualificados


Número de vagas para o Ensino Superior é semelhante à quantidade depessoas sem trabalho e com nível de ensino igual ou superior à licenciatura.
  • 0h30 - 2010.07.13
Por:André Pereira/P.G./J.N.P./J.S./Bernardo Esteves
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Portugal tem 54 600 desempregados com habilitações de Ensino Superior: licenciaturas, mestrados ou doutoramentos. Os dados são do Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos ao primeiro trimestre deste ano, o que significa mais 8,5 por cento (4300) do que no mesmo período de 2009. Hoje inicia-se a primeira fase de candidaturas ao Ensino Superior, para a qual foram disponibilizadas 53 986 vagas, quase tantas quanto o número de licenciados sem emprego.
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Perante este cenário, as perspectivas de arranjar um trabalho na área de formação são cada vez mais reduzidas. Os recém-licenciados deixam as universidades e em pouco tempo desistem de procurar um local onde possam exercer uma profissão relacionada com a sua formação. As estatísticas, mais uma vez, não podiam ser mais claras: em 2007, havia pelo menos 43 mil licenciados em trabalhos de baixa qualificação ou não qualificados, como limpezas ou construção civil.
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Raquel Seno, de 33 anos, licenciou-se em Engenharia do Ambiente há sete anos e nunca trabalhou na área. Hoje trabalha numa empresa de telecomunicações: 'Quando terminei o curso foi frustrante. Gostava de fazer algo na área, mas já não procuro nada.' João Amaral, por sua vez, esteve três anos num laboratório a exercer a profissão que escolheu. As condições de quem sobrevive em função das bolsas atribuídas aos projectos fizeram-no desistir. 'Formei-me em Biotecnologia em 1991/92 e ainda estive três anos num laboratório. Tive de desistir e desde então já tive trabalhos em várias áreas', conta.
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Licenciada em Psicologia, com uma pós-graduação em Comportamento Organizacional, Sílvia Ferreira, de 26 anos, lamenta o investimento: 'Já desisti. Só se surgir uma colocação por recomendação. De outra forma não vale a pena pensar nisso. É frustrante.'
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AUMENTO DE VAGAS EM DIREITO É 'UMA FRAUDE'
O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, considerou ontem 'uma fraude' o aumento do número de vagas para os cursos de Direito (abriram 1330 lugares), justificando que o mercado já tem excesso de licenciados na área. 
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No dia em que foram conhecidas as vagas para o Superior público, a Ordem dos Enfermeiros divulgou os resultados de um questionário feito a enfermeiros, que indica que quase vinte por cento dos licenciados não exercem a profissão.
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PORTUGAL LIDERA FUGA DE CÉREBROS NA EUROPA
Portugal é o país da Europa em que mais licenciados partem, todos os anos, para o estrangeiro à procura de trabalho. Nos últimos dez anos foram 450 mil os diplomados no País e quase vinte por cento decidiram emigrar, de acordo com dados divulgados pela OCDE relativos a 2007. Áreas de saúde e engenharias são as mais atingidas. No estudo da OCDE, o Haiti é o país com mais alta taxa de fuga de diplomados: 83,6%.
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DEPOIMENTOS
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'INVESTI 15 A 17 MIL EUROS NO CURSO DE DESIGN', Marcos Evangelista, 27 anos, Design Multimédia, Almeirim
'Investi 15 a 17 mil euros no curso de Design Multimédia. O mercado está muito difícil. Já passei por três empresas que nunca me deram estabilidade profissional.'
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'QUIS FAZER MESTRADO MAS NÃO VALIA A PENA', Fábio Fontes, 26 anos, Tradução Inglês/Francês, Évora
'Acabei o curso de Tradução Inglês/Francês em 2006 e a ocupação temporária no Cybercenter acabou por se tornar definitiva. Ainda quis fazer mestrado, mas não valia a pena.'
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'NÃO TENHO EXPECTATIVAS DE TRABALHAR NA ÁREA', Catarina Matos, 29 anos, Geografia e Urbanismo, Lisboa
'Nunca trabalhei na área de formação, nem tenho expectativas de o fazer. Tive uns estágios profissionais, mas não consegui. Foi sempre noutras áreas, como call centers.'
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DISCURSO DIRECTO
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'PARA O ANO ABRIRÃO MAIS CEM VAGAS EM MEDICINA', Mariano Gago, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 
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Correio da Manhã – As vagas no ensino superior voltam a aumentar. Porquê?
Mariano Gago – Portugal tem metade dos licenciados dos países desenvolvidos. Precisamos de profissionais qualificados para atrair investimento.
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– O bastonário dos Advogados reitera que há excesso de vagas em Direito.
– O curso de Direito não é só para formar advogados e magistrados, mas também para muitas outras áreas. Os alunos sabem isso.
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– As vagas de Medicina são criticadas pelo bastonário dos Médicos, que teme que não haja internato para todos os alunos.
– Já telefonei à ministra da Saúde e garantiu-me que haverá internato para todos. Para o ano abrirão mais cem vagas em Medicina e um curso novo, em Aveiro. Toda a gente sabe que há falta de médicos.
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Confirma que vinte mil estudantes podem perder apoios devido à nova fórmula de cálculo das bolsas de estudo?
– Não esperamos uma diminuição muito significativa de bolsas. A nova fórmula é mais justa e impede alunos de famílias abastadas de obterem bolsas.
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Crise: Empréstimos para pagar os estudos

Alunos pediram 128 milhões aos bancos

A época de crise económica tem levado ao aumento do pedido de empréstimos dos estudantes do ensino superior, que recorrem à linha de crédito criada pelo Governo há três anos.
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Por:Edgar Nascimento
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Em Dezembro de 2009, contabilizavam-se 11 108 empréstimos, quando no final de 2008 eram 6452 e no final do ano lectivo 2007/08 eram 3693. Até ao final de 2009, o valor do crédito contratado ascendia a 128 milhões de euros. Os empréstimos entre 10 mil e 15 mil euros foram os mais contratados (3522), seguindo-se os empréstimos entre 5 mil e 10 mil euros (2875). Dois terços dos empréstimos concedidos são para estudantes matriculados em estabelecimentos de ensino superior público e são os que frequentam cursos de Enfermagem (590) quem mais recorre ao crédito.
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O valor de cada empréstimo está relacionado com a duração do curso, num máximo de cinco anos e até cinco mil euros por ano.
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Mobilidade: Naturais do Brasil e PALOP lideram lista

Getty Images
Gabinete de Estatística do Ensino Superior analisou situação dos estudantes em Portugal

Nove mil estrangeiros estão a tirar o curso em Portugal

Representam cinco por cento dos alunos do ensino superior português, num total de 8663 estudantes. No ano lectivo 2008-09 estavam matriculados 174 mil alunos no ensino superior, dos quais 165 337 de nacionalidade portuguesa.
  • 11 Julho 2010
Por:Edgar Nascimento
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De acordo com o documento ‘Inscritos no Ensino Superior: Informação Socioeconómica’, elaborado pelo Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a maioria dos alunos estrangeiros é de nacionalidade brasileira (3813), angolana (3587), cabo-verdiana (3544) e moçambicana (876). De países europeus, são os espanhóis os que mais optam pelas instituições portuguesas para iniciar, continuar ou concluir um curso superior: 679 estavam inscritos no ano lectivo 2008-09. Seguem-se os franceses (584) e os italianos (334). Mas também há alunos provenientes de países tão distantes como a Polinésia Francesa (2) ou Vanuatu (1), ambos da Oceânia. 
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No que respeita aos caloiros estrangeiros, em 2008-09 foram 6225: África (2665), América (2111), Europa (1196), Ásia (239) e Oceânia (14). Mais uma vez, são os nascidos no Brasil e nos países africanos de língua oficial portuguesa quem lidera a lista dos estrangeiros caloiros. Do continente asiático, matricularam-se 57 chineses, 32 iranianos e 31 timorenses.
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570 COM MENOS DE 18 ANOS
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O Inquérito ao Registo de Alunos Inscritos e Diplomados do Ensino Superior, realizado pelo GPEARI/MCTES, referente a 2008-09, indica que estavam matriculados 570 estudantes com menos de 18 anos de idade: nove tinham 16 anos e 561 contavam 17 anos. No outro extremo encontravam-se os estudantes com mais de 45 anos: 16 689 (8864 mulheres). O escalão etário com mais alunos em todos os graus de ensino superior é o dos 25-34: 94 878 inscritos.
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52 MIL ENTRAM NA 1ª OPÇÃO
Quase metade (44 por cento) dos alunos inscritos pela 1ª vez no ensino superior público em 2008-09 conseguiu entrar na 1ª opção de ingresso. Na 2ª opção entraram 8422 estudantes (7,1 por cento). De acordo com o estudo do GPEARI/MCTES, 2,7 por cento ficaram colocados nas 5ª e 6ª opções (3234 alunos). No entanto, ressalve-se que 46 832 (39,7 por cento do total) não responderam a esta questão do Inquérito ao Registo de Alunos Inscritos e Diplomados. 
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