A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

domingo, abril 15, 2007




A Censura em Portugal no tempo do fascismo:
Um exemplo - Seara Nova

Os cortes da Censura num artigo de Fernando Piteira Santos sobre «Problemas da Administração Local». No link abaixo pode ver-se o artigo completo censurado, com cortes.

Nota - neste blog clique nas imagens acima para aumentá-las


http://www.bibliotecas.cm-amadora.pt/piteira/bbhtm/censu_p1.htm

Seara Nova

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Seara Nova é uma revista fundada em Lisboa, no ano de1921, por iniciativa de Raul Proença e de um grupo de intelectuais portugueses da época. Na sua origem era uma publicação essencialmente doutrinária e crítica, assumidamente com fins pedagógicos e políticos. O grupo de intelectuais reunidos em torno do projecto editorial definiram-na como de doutrina e crítica, tendo como objectivo, como se lê no editorial do n.º 1, datado de 15 de Outubro de 1921, ser poetas militantes, críticos militantes, economistas e pedagogos militantes. Com a publicação pretendiam contribuir para quebrar o isolamento da elite intelectual portuguesa, aproximando-a da realidade social. Depois da implantação da Ditadura Nacional surgida da Revolução Nacional de 28 de Maio de 1926, o grupo da Seara Nova, a que se usa atribuir a designação de seareiros, não obstante a censura e as dificuldades financeiras, assumiu-se como um dos grupos mais activos no combate ideológico contra o salazarismo. Nos seus anos iniciais o projecto reuniu alguns dos principais nomes da intelectualidade do tempo, com destaque para Jaime Cortesão, Raúl Proença e António Sérgio, mas também, entre outros, Raúl Brandão, Aquilino Ribeiro, Câmara Reis e Augusto Casimiro. Após estas vicissitudes e múltiplas entradas e saídas de colaboradores, a revista perdeu o prestígio de outrora e já pouco significa enquanto movimento social actuante.

Índice

Historial da publicação

A Seara Nova iniciou a sua publicação no mês de Outubro de 1921, ostentando o seu primeiro número a data de 15 de Outubro de 1921. O n.º 2 saiu logo a 5 de Novembro, incluindo um artigo de Raul Proença sobre a noite sangrenta e outros comentários à profunda crise política e social que então se vivia.

O lançamento da revista foi precedido por um conjunto de reuniões, uma das quais, decisiva para o arranque do projecto, foi realizada em Abril daquele ano na localidade de Coimbrão, distrito de Leiria, nela tendo nela participado Teixeira de Vasconcelos, Raúl Proença, Câmara Reis, Jaime Cortesão, Aquilino Ribeiro e Raúl Brandão.

Os colaboradores

O grupo pretendia intervir activamente na vida política do país, aproximando a elite intelectual republicana e progressista da realidade portuguesa, servindo-se da revista como foco da sua potencial acção pedagógica e doutrinária.

Entre os colaboradores iniciais incluíam-se alguns intelectuais já com experiência jornalística e de participação cívica na imprensa, com destaque para Jaime Cortesão, Augusto Casimiro e Raul Proença, que já haviam pertencido à A Águia, publicação que não obstante as suas intenções não tinha podido satisfazer o propósito de intervenção e de aproximação ao social que os animava.

Foram muitos os intelectuais que colaboraram na Seara Nova ao longo dos seus mais de 50 anos de publicação relativamente regular, contando-se entre muitos outros, os seguintes: António Sérgio (que integrou a direcção a partir de 1923 e nela se consagrou como pensador e crítico notável), Augusto Casimiro, Rogério Fernandes, Augusto Abelaira, Teixeira Gomes, Afonso Duarte, Hernâni Cidade, Joaquim de Carvalho, João de Barros, Irene Lisboa, Manuel Mendes, José Rodrigues Miguéis, José Bacelar, Álvaro Salema, Lobo Vilela, Santana Dionísio, José Gomes Ferreira, Adolfo Casais Monteiro, Mário Dionísio e Jorge de Sena.

Quase desde o início do projecto, foi Raul Proença quem se destacou pela forte e ousada intervenção no campo político, educativo, e literário. Deve-se também a Raul Proença ter recrutado alguns dos mais importantes colaboradores do projecto, com destaque para António Sérgio.

António Sérgio, apesar de ter depois abandonado o projecto numa cisão em que foi acompanhado por Jaime Cortesão, desenvolveu na Seara Nova uma notável acção pedagógica e cultural, tendo um papel fundamental no combate à tendência literária para o vago, nebuloso, torre de marfim que então dominava, através da introdução de formas de crítica literária mais racional. Nessa linha de intervenção foi continuado por Castelo Branco Chaves e por Agostinho da Silva.

Deve-se a Câmara Reis o desenvolvimento de um importante trabalho pedagógico e cultural, com destaque para a divulgação metodológica e para a discussão doutrinária no campo da educação.

O percurso político e ideológico

Após a implantação da Ditadura Nacional e da consolidação do subsequente Estado Novo, a Seara Nova transformou-se no principal periódico de oposição democrática ao regime de António de Oliveira Salazar. Ao longo do meio século que se seguiu ao Golpe do 28 de Maio, a revista, através do pensamento dos seus colaboradores, desempenhou um papel central na reflexão e intervenção crítica face ao processo de degenerescência do liberalismo republicano da década de 1920 e depois na oposição à consolidação do Estado Novo na segunda metade da década de 1930, na resistência cívica ao longo dos anos de 1940 e 1950 e na renovação doutrinária da esquerda portuguesa e na sua afirmação política e cultural nos anos de 1960 e 1970 até à queda da ditadura e à subsequente reorganização da vida política e intelectual portuguesa. Ao longo de todo este percurso temporal e político, a acção da Seara Nova foi um dos principais veículos de consolidação da oposição democrática em Portugal.

Para além da actividade editorial, o grupo da Seara Nova promoveu colóquios e debates, sempre com o propósito de estudar e investigar a realidade portuguesa e esclarecer o público, mantendo uma assídua e relevante presença na vida cultural portuguesa.

Apesar das vicissitudes resultantes da censura em Portugal e das dificuldades financeiras que o projecto atravessou, manteve o entusiasmo e a persistência dos editores e o interesse do público, numa aliança invulgar em Portugal de criatividade, combatividade e pujança ideológica.

Séries e periodicidade

A revista prosseguiu com a sua publicação, embora nem sempre regularmente, até ao ano de 1979, atingindo então o número 1598/1599. A partir daquele ano, passou a publicar apenas um exemplar anual para assegurar que, face à lei portuguesa, o título não caducasse, assim se mantendo até ao ano de 1985, quando reapareceu com uma nova série. Agora como revista trimestral, a partir da edição do Verão de 2004 a publicação retomou a anterior numeração, incorporando posteriormente todas as edições entretanto feitas.

Ligações externas

in Wikipedia

Seara Nova

Revista essencialmete doutrinária e crítica, com fins pedagógicos e políticos, na qual a literatura deixou bem presente a sua função social. Os homens da Seara Nova seriam, segundo um texto do 1º número, "poetas militantes, críticos militantes, economistas e pedagogos militantes", o que contribuiria também para quebrar o isolamento dos homens de elite, aproximando-os da realidade social.

Raul Brandão, Aquilino Ribeiro, Câmara Reis, Jaime Cortesão, Augusto Casimiro e Raul Proença (os três últimos já haviam pertencido à "A Águia", que não satisfez, no entanto, o seu desejo de intervenção social) foram alguns dos fundadores, sendo talvez este último o que mais se destacou, pela sua forte e ousada intervenção no campo político, educativo, e da literatura. Foi também este escritor que trouxe António Sérgio para o grupo, onde este pôde desenvolver a sua notável acção pedagógica e cultural, tendo um papel fundamental no combate da tendência literária para o "vago, nebuloso, torre de marfim", através da organização de uma ciência da crítica literária mais racional, que seria continuada nas obras de Castelo Branco Chaves e Agostinho da Silva.

Apesar de diversas divergências e cisões (de Jaime Cortesão e António Sérgio, por ex.), a revista desenvolveu um importante e significativo trabalho (sobretudo do ponto de vista pedagógico e cultural, com Câmara Reys, e posteriormente Augusto Casimiro - 1961 -, Rogério Fernandes - 1967 -, e Augusto Abelaira - dois anos mais tarde - na direcção), de onde se destacam nomes como Teixeira Gomes, Afonso Duarte, Hernâni Cidade, Joaquim de Carvalho, João de Barros - escritores e poetas já conhecidos - Irene Lisboa, Manuel Mendes, José Rodrigues Miguéis, José Bacelar, Álvaro Salema, Lobo Vilela, Santana Dionísio, José Gomes Ferreira, Casais Monteiro, Mário Dionísio e Jorge de Sena - de entre os que se tornaram conhecidos no desenvolver do trabalho de "Seara Nova".


http://www.citi.pt/cultura/temas/seara_nova.html

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