A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

terça-feira, abril 17, 2007


«Escudo» antimíssil, ameaça à Paz


«
Nas últimas semanas, o plano dos EUA de criação de um «sistema global» de defesa anti-míssil (DAM) conheceu novos e vertiginosos desenvolvimentos nas frentes política e militar.

Em Fevereiro, os Governos de Varsóvia e Praga, ignorando a opinião das populações dos seus países, reafirmaram o apoio à colocação de mísseis interceptores na Polónia e dum sistema de radar na República Checa. No mesmo mês, os EUA concluíam a deslocação para as ilhas Aleútes, nas proximidades da linha de fronteira russa no Mar de Bearing, do maior radar do mundo baseado numa plataforma marítima. Fazendo tábua rasa dos alertas que soam de Moscovo advertindo contra uma nova corrida armamentista à escala mundial, Washington não só admitiu ainda estender a DAM a outros países, como revelou, no início de Março, a intenção de incluir também o Cáucaso no seu roteiro (afigurando-se a Geórgia como candidato favorito).

Simultaneamente, e na altura em que crescem os indícios de que os círculos pró-NATO se preparam para relançar em força a sua agenda política na Ucrânia, surgem notícias sobre a possível cooperação com Kiev na esfera da DAM. Isto depois do secretário-geral da NATO ter-se recentemente pronunciado a favor da adesão da Sérvia, Geórgia e Ucrânia à Aliança.

É patente o registo agressivo e desestabilizador crescentemente assumido pela orientação de «cerco à Rússia» do imperialismo norte-americano. A feroz e primária campanha russofoba agitada aos sete ventos por toda a casta de ideólogos (e práticos) do «elo fundamental transatlântico» – os mesmos que ainda ontem se acotovelavam na primeira fila da exaltação das «virtudes» da restauração capitalista e dos crimes «democráticos» de Iéltsin – vem confirmá-lo.

Em Moscovo recorda-se hoje a «promessa» de que a NATO não se moveria para Leste um milímetro que fosse...

Uma situação que, não obstante divergências manifestadas no seio da UE, virá substancialmente agravar a divisão política do continente, traçada antes de mais pelo alargamento da NATO.

Convém ter presente que o «escudo» anti-míssil que os EUA, acenando com irreais e hipotéticas ameaças provenientes de «Estados párias», apelidam de «defensivo» é na realidade a versão contemporânea da famigerada iniciativa de defesa estratégica (vulgo «guerra das estrelas») do tempo de Reagan. A sua instalação pelos EUA, após o abandono unilateral em 2002 do tratado ABM, visa o objectivo muito concreto de aniquilar o equilíbrio nuclear estratégico ainda existente, assente na dissuasão recíproca, abrindo a possibilidade de desferir um ataque nuclear «impune». Sobre o assunto, a revista norte-americana Foreign Affairs publicou há cerca de um ano um artigo em que não só se proclama o «início da era da supremacia nuclear americana», como se antevê o momento em que os EUA estarão em condições de, num primeiro ataque, destruir os arsenais estratégicos da Rússia e China. Perspectiva que Robert Gates parece corroborar. No mês passado, ao apresentar no Congresso a proposta de orçamento militar record dos EUA para 2008, de 716,5 mil milhões de dólares, o chefe do Pentágono invocou, acima de tudo, a indefinição e incerteza da situação na China e Rússia.

Razões para, na altura em que se assinala o quarto aniversário da criminosa invasão do Iraque, recolocar a pertinência do reforço da luta pela paz e da resistência aos obscuros planos de dominação planetária do imperialismo.

in AVANTE 2007.03.15

Sem comentários: