A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

terça-feira, abril 17, 2007


Juventude Presente




Um dado que emerge da poderosa manifestação do passado dia 2 de Março, é o da elevada presença de jovens. Trata-se de um dado pleno de significado e de relevância e sobre o qual importa reflectir – quer no que respeita às razões essenciais dessa presença juvenil massiva numa luta com a importância da jornada de 2 de Março, quer sobre os ensinamentos a tirar desse facto.

Tratando-se de uma das maiores manifestações realizadas em Portugal nas últimas décadas – há mais (muito mais) de vinte anos que não se via um desfile com dimensões semelhantes - é óbvio que parte grande desses jovens eram crianças, ou não eram ainda nascidos, quando da última manifestação com igual grandeza. E dessa realidade sobressai, como elemento marcante, a confirmação da grande disponibilidade de luta das jovens gerações de trabalhadores e a sua assimilação de uma consciência social e política que lhes permite ocupar o lugar que lhes compete no exaltante processo da luta de massas indispensável para derrotar a política de direita e a substituir por uma política de sentido inverso: uma política de esquerda que inicie a resolução dos muitos e graves problemas que afligem a imensa maioria dos portugueses e portuguesas.

Foram milhares, muitos milhares, os jovens que, tanto do sector público como do privado, vieram de todo o País cheios de força e determinação, exigindo bem alto os seus direitos. Foram milhares, muitos milhares os jovens que, na maioria dos casos submetidos ao antidemocrático vínculo precário, enfrentaram corajosamente o risco, assumiram os direitos que a Lei Fundamental do País lhes confere e fizeram greve de forma a poderem participar numa jornada de luta que tinha tudo a ver com os seus direitos e anseios. Foram milhares, muitos milhares, os jovens que, com a consciência da importância da sua participação, marcaram presença viva e actuante na grandiosa jornada de luta e, com a sua convicção, lhe imprimiram aquela força e aquela alegria de lutar que inundou as ruas da capital. E voltarão no dia 28 de Março.

Esta crescente participação juvenil na luta de massas, não está desligada – e confirma – o incremento da actividade e da influência da Juventude Comunista Portuguesa. O Avante! tem publicado, ao longo do tempo, múltiplos exemplos demonstrativos da intensificação e ampliação da intervenção da JCP por todo o País; da sua crescente ligação às massas juvenis trabalhadoras e estudantis na sequência da aplicação concreta de linhas de orientação definidas nesse sentido; da sua definição teórica, sempre assumida na prática, de que «onde há JCP, há Partido»; da sua preocupação com a preparação política e ideológica dos quadros e das medidas tomadas com vistas a esse objectivo. E temos constatado muitos dos resultados positivos decorrentes desse esforço colectivo dos jovens comunistas.

Sabemos, também, das muitas centenas de militantes e quadros que, formados na JCP, têm ingressado nas fileiras do Partido e aí, assumindo responsabilidades aos mais diversos níveis – em muitos e muitos casos a altos níveis de direcção partidária – se afirmam como destacados elementos do nosso grande colectivo partidário.

E tudo isto esteve presente, também, na grandiosa manifestação de 2 de Março. Porque muitos dos jovens que nela participaram, em alguns casos pela primeira vez, o fizeram por efeito do trabalho, do empenho, da intervenção mobilizadora, levada a cabo pela organização revolucionária da juventude portuguesa, a JCP, juventude do PC – que, sendo presente vivo e dinâmico na actividade e na intervenção actuais do Partido, é a mais sólida garantia da projecção no futuro deste Partido Comunista Português.

A manifestação de 2 de Março foi tratada com cirúrgicos cuidados por parte da comunicação social dominante e dos seus comentadores e analistas cativos. Lendo-os e ouvindo-os, dir-se-ia que nada de importante se passou nas ruas de Lisboa.

Podem esses comentadores e analistas de serviço à política de direita ocultar, iludir, manipular a verdade, fingir que não sabem que no dia 2 de Março se realizou uma das maiores manifestações de sempre em Portugal, com os trabalhadores e o povo nas ruas exigindo o direito ao trabalho e ao trabalho com direitos, que o mesmo é dizer, exigindo democracia – e utilizando, com um sucesso assinalável, uma das suas muitas armas de luta. Podem, esses mesmos comentadores e analistas, continuar a ofender a inteligência dos portugueses fingindo que não viram o conteúdo do protesto e da exigência que desfilaram pelas ruas de Lisboa. Podem continuar a fingir não ver como os desenvolvimentos da política de direita nestes primeiros dois anos do Governo Sócrates/PS ferem o conteúdo democrático do regime e atingem importantes direitos sociais, políticos, humanos, conquistados com a revolução de Abril. Podem continuar a assobiar para o ar face ao processo em curso de transformação da democracia avançada de Abril numa ditadura do grande capital, opressora, exploradora e antidemocrática. Podem continuar a silenciar, a deturpar, a camuflar todos os elementos que integram a poderosa jornada de luta do dia 2 de Março.

Mas sabemos nós, e sabem eles, que os trabalhadores portugueses, jovens e não jovens, vieram para a rua dizer, também, que a Constituição lhes proporciona outras formas de luta das quais não prescindirão. E a que recorrerão quando entenderem necessário.

in AVANTE 2007.03.15

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CGTP mobiliza trabalhadores contra o Governo

Mais de 120 mil pessoas em manifestação contra a política laboral

Entre 120 mil e 150 mil pessoas, segundo as contas da PSP e da CGTP, participaram na manifestação contra a política laboral do Governo, que decorreu hoje no centro de Lisboa.

A CGTP optou por fazer duas grandes concentrações para a manifestação de hoje — uma do sector público e outra do sector privado. Enquanto os trabalhadores do sector privado se concentraram a partir das 14h30 junto à sede da Confederação da Indústria Portuguesa, na zona do Saldanha, os funcionários públicos escolheram os Restauradores como ponto de partida.As duas frentes juntam-se depois rumo à Assembleia da República, sob o lema "Juntos pela mudança de políticas"."Sócrates é mentiroso"Do lado da administração pública, dezenas de milhares de trabalhadores desfilam por algumas das principais artérias da cidade de Lisboa, com destino à residência oficial do primeiro-ministro, José Sócrates."Com razão protestamos e lutamos por politicas socialmente justas", "Basta de injustiças", "É urgente outra política" ou "Direitos conquistados não podem ser roubados", são algumas das palavras de protesto que se podem ler nos cartazes e tarjas empunhados pelos trabalhadores do sector privado, que gritam ainda "Sócrates é mentiroso".

02.03.2007 - 18h44 Lusa, PUBLICO.PT


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