Venham mais cinco
Duma assentada
Que eu pago já
Do branco ou tinto
Se o velho estica
Eu fico por cá
Se tem má pinta
Dá-lhe um apito
E põe-no a andar
De espada à cinta
Já crê que é rei
Dàquém e Dàlém Mar
Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que é já tempo
D'embalar a trouxa
E zarpar
A gente ajuda
Havemos de ser mais
Eu bem sei
Mas há quem queira
Deitar abaixo
O que eu levantei
A bucha é dura
Mais dura é a razão
Que a sustem
Só nesta rusga
Não há lugar
Pr'ós filhos da mãe
Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que é já tempo
D'embalar a trouxa
E zarpar
Bem me diziam
Bem me avisavam
Como era a lei
Na minha terra
Quem trepa
No coqueiro
É o rei
NOTA - José Afonso continua a sua "peregrinação", cantando um pouco por todo o lado. Muitas sessões foram proibidas pela PIDE/DGS. Em Abril de 73 é preso em Caxias até finais de Maio. Novamente no Natal de 1973 surge Venham mais cinco, um novo disco com a colaboração de José Mário Branco onde interpreta Redondo Vocábulo, poema escrito na cadeia de Caxias. A canção Venham mais cinco foi proibida pela PIDE.
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