A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

terça-feira, julho 31, 2007


Função Pública
Sindicatos rejeitam redução de carreiras
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A redução para três carreiras na Função Pública não é vista com bons olhos pelos sindicatos do sector. A dirigente da Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública, Ana Avoila, afirma que há categorias que nunca poderão ser feitas por um técnico generalista, enquanto que Bettencourt Picanço, do Sindicato dos Quatros Técnicos do Estado, acusa o Governo de querer deixar os funcionários públicos sem futuro profissional.
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Em declarações à TSF, Ava Avoila assinalou que estão em causa 1500 categorias da Função Pública, integradas nas principais carreiras do sector.
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“Se o Governo tivesse postura séria, saberia o que se passa e saberia que há cinco grupos profissionais das carreiras gerais em que há categorias específicas, muitas delas integradas nestes grupos profissionais”, explicou.
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Para Bettencourt Picanço, esta proposta governamental resulta da proposta de lei que o Governo apresentou no Parlamento, apenas com os votos favoráveis do PS e que na opinião do sindicalista prejudica os trabalhadores.
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“Na prática é a proposta de lei que o PS com a oposição de todos os outros partidos e que faz com que a Administração Pública seja cada vez mais governamentalizada”, acrescentou.
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Este sindicalista entende mesmo que a proposta do Ministério das Finanças provoca a perda das perspectivas profissionais dos funcionários públicos, com o desaparecimento das carreiras.
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in Correio da Manhã 2007.07.30
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Terça-feira, 31 Julho
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- Joao Pedro de Pinho Acho que quem anda a fazer estas alterações não sabe nada de carreiras e só esta a olhar cortar despesas. Em relação em querer ou não ir para a FP, como isto esta, qualquer dia não existe F.Publica. Só Privados com o Governo a pagar a empresas, e fazer o que quer e como quer.
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Segunda-feira, 30 Julho
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- Victor C Mas haverá alguma coisa que eles não reclamem? E que tal estes sindicalistas protestantes começarem a trabalhar para justificar o emprego?
- Luis Caseiro Nunca tive o prazer de assistir a qualquer sindicato elogiar algum governo por alguma medida tomada. Só sabem reclamar, reclamar, reclamar! Há que liberalizar as leis laborais, para fomentar o emprego e a excelência, já chega de apoio à mediocridade!!!Luis Caseiro, Nova Iorque
- Leandro Coutinho Se esta malta está tão descontente com o emprego na função pública, porque razão continua a querer manter-se por lá? Porque não mudam para a actividade privada? Se na função pública só existem espinhos.. porque razão continuam?


Um Mundo de Contrastes (2)
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Deco gastou 80 mil euros num relógio da marca Jacob
Os luxos dos famosos
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* Helena Isabel Mota / João Tavares / Rute Lourenço
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Todos garantem serem poupadinhos mas, quando perdem a cabeça, gastam rios de dinheiro para comprar um carro, uma camisola ou um simples par de sapatos. Deco compra de seis em seis meses um relógio ou uma peça de joalharia. Já deu 80 mil euros por um relógio Jacob. O cantor dos D’ZRT, Angélico, teve só por meses um Ferrari, concretizando um sonho. Enquanto Isabel Figueira não olhou ao preço de um casaco para mimar o marido.
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Duas vezes por ano, o craque do Barcelona faz uma visita à sua relojoaria de eleição e leva para casa um modelo de luxo. Deco é louco por acessórios e não olha a dinheiro na altura de entregar o cartão de crédito. A maior extravagância foi um relógio da marca Jacob, que lhe custou 80 mil euros, e a verdade é que o jogador não pareceu arrependido da aquisição.
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Mas o luso-brasileiro não é caso único entre os nossos famosos. Apesar de todos garantirem que são poupadinhos e que extravagâncias não são com eles, a verdade é que, pelo menos uma vez na vida, todos perderam o amor ao dinheiro e estoiraram rios de euros num bem de luxo.
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Para o cantor dos D’ZRT, Angélico Vieira, mais do que uma extravagância, foi o concretizar de um sonho de menino. Desde criança que o namorado da actriz Rita Pereira ambicionava acelerar ao volante de um Ferrari e assim que conseguiu juntar dinheiro, depois de um Verão em que a banda esteve no auge, não foi de modas: entrou no stande e realizou o desejo de miúdo. O Ferrari – que tantas despesas de manutenção exige – acabou por ser vendido, mas a verdade é que, nos meses em que Angélico foi proprietário do carro, sentiu-se um homem muito mais realizado.
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Já entre a ala feminina, não há quem nunca tenha perdido a cabeça por... um par de sapatos. Foi o caso da repórter da SIC Vanessa Oliveira, que quase ia desmaiando quando viu o preço de uns normalíssimos sapatos pretos, de salto alto. Ainda assim, estava tão apaixonada pelo modelito que não conseguiu resistir à compra. Hoje estão arrumados na prateleira.
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ANTÓNIO PINTO BASTO: 15 MIL EUROS
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Há muito que o fadista queria ter um barco para uns passeios em família e há alguns anos decidiu- -se por um modelo de 15 mil euros. Aquilo que não sabia eram os gastos-extra que o barco lhe viria a dar. “A manutenção é caríssima e não o uso tantas vezes como isso”, confessou.
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MANUEL SERRÃO: 5 MIL EUROS
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O empresário caprichou numa viagem com alguns amigos. O destino foi Paris e para tal Manuel Serrão deslocou-se no avião Concorde. Durante o fim-de-semana, ficou hospedado num dos melhores hotéis e comeu nos mais finos restaurantes da capital francesa. A viagem de luxo vai ficar para sempre na memória do empresário.
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DECO: 80 MIL EUROS
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O jogador do Barcelona não se deslumbra com grandes carros ou roupas extravagantes. Ao que Deco não resiste é a uma bela peça de joalharia ou um relógio, principalmente se for da marca Jacob. “Pelo menos de seis em seis meses, compro um relógio para mim ou para a minha mulher”, conta o jogador luso-brasileiro, exemplificando: “Ofereço-lhe sempre por alturas do Natal e do aniversário e também para mim.
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”Entre a sua colecção de relógios conta-se um Jacob modelo Pocket que lhe custou cerca de 80 mil euros. Trata-se de um modelo idêntico ao que Ricardo Quaresma possui mas difere na quantidade de brilhantes. Daí o seu valor ser superior. Ainda no último Natal, Deco surpreendeu a mulher, Jaciara, com mais uma jóia Jacob.
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ISABEL FIGUEIRA: 1.200 EUROS
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A manequim e apresentadora portuguesa confessou não ser uma pessoa de grandes extravagâncias e que é pouco dada ao lado material das coisas. Isabel Figueira tem uma carreira de sucesso como manequim mas, mesmo assim, prefere investir o dinheiro do que esbanjá-lo em pequenos luxos. Ainda assim, e como prova do seu amor para com o marido, o futebolista César Peixoto, do Sp. Braga, decidiu abrir os cordões à bolsa e presenteá-lo com uma peça de roupa. “Não sou nada extravagante nas compras, mas uma vez comprei um casaco caríssimo ao César. Custou-me mais de mil euros, mas ele adorou. Comprei-o na loja de uma amiga minha, a Lúcia Garcia, e valeu bem a pena”. Curiosamente, Isabel Figueira nem se recorda da marca do casaco. “Sei que é uma marca conhecida mas não me lembro. Tem pêlo por dentro e é muito giro”, explicou a manequim.
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ANGÉLICO: 200 MIL EUROS
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O cantor dos D’ZRT perdeu o amor ao dinheiro para realizar um sonho de menino e comprou um Ferrari. Isto apesar de o ter vendido uns meses mais tarde. “É uma máquina, mas os custos com a manutenção e o combustível são enormes”, explicou o namorado da actriz Rita Pereira, que ainda assim se sentiu realizado por acelerar ao volante de um modelo da Ferrari. “Era um sonho de criança e foi bom podê-lo ter concretizado”, explicou o cantor, que agora optou por conduzir um modelito mais económico. Talvez dentro de alguns anos um novo Ferrari possa vir a caminho. O sonho, esse já está concretizado.
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VANESSA OLIVEIRA: 500 EUROS
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Assim que passou pela montra, a repórter da SIC ficou apaixonada por um par de sapatos. E nem quando viu que custavam mais do que um salário mínimo resistiu a levá-los para casa. “Eram pretos, normalíssimos, mas a verdade é que foi amor à primeira vista”, contou Vanessa Oliveira, que garante não ser rapariga para grandes excentricidades. Na maioria das vezes, a repórter consegue resistir ao impulso consumista e, assegura, só por esta vez perdeu o amor ao dinheiro. “Até tenho vergonha de contar esta história. Nem acredito que comprei uns sapatos tão caros.
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”SOUSA CINTRA: 1000 EUROS“
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Ainda enquanto presidente do Sporting, perdi a cabeça por uma camisola, de marca italiana, durante uma viagem à Rússia”, recorda Sousa Cintra, adiantando ter dado “centenas de contos” pela peça de roupa. “Ainda tentei regatear mas a funcionária da loja não quis saber”, diz, contando que mais tarde acabou por oferecer a camisola ao filho. “Era um pouco grande. Mas gostei tanto dela...” Sousa Cintra confessa ter sido esta a sua maior extravagância, até porque garante ser “poupado”.
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QUARESMA: 20 MIL EUROS
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Os relógios são a perdição do jogador do FC Porto. Oriundo de uma família humilde, Ricardo Quaresma conseguiu com esforço uma vida abastada que lhe permite actualmente alguns luxos. Por isso, não resiste a comprar peças de joalharia e relógios. Jacob é a sua marca de eleição, tal como a do colega de selecção Deco. Além de um modelo Pocket que ronda os 20 a 30 mil euros, o jogador tem mais três relógios da Jacob, além de outras peças de joalharia tais como os brincos de diamante.
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in Correio da Manhã 2007.07.28
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vem de

Dinheiro: Três maiores privados portugueses
Bancos lucraram 4,7 milhões por dia

* Ayala Monteiro

Os três maiores bancos privados portugueses registaram o resultado líquido total de 867,8 milhões de euros nos primeiros seis meses deste ano. Ou seja: lucraram diariamente 4,755 milhões de euros de Janeiro a Junho últimos.
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A instituição financeira mais lucrativa foi o BES. O Banco presidido por Ricardo Espírito Santo Salgado ganhou 366,8 milhões de euros no primeiro semestre de 2007. Comparando com o mesmo período do ano passado, o BES lucrou mais 82,8 por cento. Esta percentagem superou em cerca de 34 por cento a de vários analistas.
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Devido ao bom desempenho da equipa dirigida por Ricardo Espírito Santo Salgado, e tendo em conta o plano estratégico até 2010, a Lisbon Brokers e o Citigroup aumentaram para 20 euros o preço-alvo do BES por acção.
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Na segunda posição dos bancos que apresentaram contas relativas ao primeiro semestre do corrente ano ficou o BCP. A instituição financeira presidida por Paulo Teixeira Pinto lucrou 307,9 milhões de euros, com uma quebra de 22,2 por cento. Conforme noticiámos na passada quarta-feira, a descida do resultado líquido do BCP deveu-se à oferta pública de aquisição do BPI, que custou 65,5 milhões de euros, e ao pagamento de mais imposto.
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O BPI apresentou ontem o resultado líquido de 193,1 milhões de euros no exercício de Janeiro a Junho de 2007. Em comparação com os mesmos meses do ano passado, o lucro da instituição financeira presidida por Fernando Ulrich aumentou 30 por cento.
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ULRICH CONTRA TEIXEIRA PINTO
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O presidente do BPI afirmou ontem, em conferência de imprensa, que vai votar contra o modelo de governação do BCP proposto pelos accionistas que apoiam Paulo Teixeira Pinto. Segundo Fernando Ulrich, que aumentou para 8,51% a participação no capital social do BCP, o BPI está contra todas as propostas de alteração das estruturas dos órgãos sociais do BCP. Ulrich disse também que Teixeira Pinto falhou no desafio que assumiu ao aceitar a presidência do BCP. “Sempre pensei e disse que o desafio era muigto grande (...) mas ele sabia e se o assumiu foi por sua conta e risco”, comentou.
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Américo Amorim, que ajudou a fundar o BCP e se incompatibilizou com Jorge Jardim Gonçalves, pode voltar ao maior banco privado português. Não é de excluir uma OPA sobre o BCP através do Banco Popular Espanhol, do qual Amorim é accionista de referência.
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SAIBA MAIS
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- 1,171 mil milhões de euros é quanto vale a marca Millennium bcp, de acordo com um estudo realizado pela Interbrand.
- 1,877 mil milhões de euros foi quanto diminuiu a capitalização bolsista do BCP. Desde o passado dia 18, o maior banco privado português perdeu 52 cêntimos por acção na Euronext Lisboa.
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AUMENTO DE BALCÕES
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O BES – Banco Espírito Santo – espera terminar o corrente ano com o total de cerca de 700 balcões.
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PRIVADOS
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O BCP e o BPI surgiram no mercado português em 1985 como entidades financeiras privadas. O BES, nacionalizado após o 25 de Abril de 1974, voltou a ser entregue à família que o detinha: Espírito Santo.
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Segunda-feira, 30 Julho
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- REVOLTADO DA SILVA Em fevereiro passado fui a uma dependencia da CAIXA GERAL DE DE3POSITOS aqui na margem sul (por uma questão de respeito) que é coisa que nao tiveram comigo eu nao divulgo qual, por uma revisao de spred sacaram da minha conta bancaria 22 contos, o que é isto? nao é roubo?
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Domingo, 29 Julho
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- António Machado - Braga Pois claro ao que roubam, é natural! É escandaloso que para movimentar o nosso dinheiro tenhamos de pagar comissões e impostos, cartões e outras coisas que tais. Quer-se dizer tiramos-lhes trabalho e ainda nos cobram por isso! Como não lhes chega, qualquer dia, estamos a pagar uma taxa pelos pagamentos feitos por multibanco! (Braga)
- tó ró Por minha parte acabei-lhes com a mama e aconselho todos os portugueses que possam a fazer o mesmo. Deixem-se de exibicionismos e peguem no dinheiro que está no banco a render juros de miséria e paguem ao banco o que devem se possivel tudo. Se toda gente fizer o mesmo a coisa pia fino. Certificados de aforro é mais rentavel.
Sabado, 28 Julho- manuel gonçalves Os bancos têm que ter lucro para funcionarem, mas tambem é verdade que já cheira a escândalo os milhões que lucram quando é pedido às pessoas mais sacrificios com aumento constante dos juros da compra de casa e os miseráveis juros que os bancos retribuem das pequenas poupanças dos portugueses. Isto às vezes já cheira a roubo.
- jose pedro martins É com grande satisfação minha que um dia resolvi nao pagar mais nada aos Bancos, emprestimos, cartões de credito, derivado da falta de respeito que tiveram comigo cobrando-me uma taxa que nao deveriam cobrar e sem me darem resposta as minhas reclamações. Se todos fizessem como eu... ai como Portugal ficava diferente. (Porto)
- jotaT ATENÇÃO... estes resultados são meramente contabilisticos e acho que os bancos deviam esclarecer esta matéria.
- Fernando Santos No que diz respeito ao crédito bancário, em relação a uma prestação mensal paga por um contribuinte somente cerca de 1/5 desse valor serve para amortizar um empréstimo, porque os restantes 4/5 são juros, é só lucro... mas do fácil, para os bancos, é claro! Já para não falar das comissões bancárias que cobram por tudo e por nada!... Lisboa
- FERNANDO ANDRADE PARA QUANDO DIZER BASTA! ISTO NÃO É TER LUCROS MAS SIM UM ROUBO DESCARADO. QUANDO E QUE ABRIMOS OS OLHOS E INVERTEMOS A SITUAÇÃO. BASTAVA DEXARMOS TODOS DE PAGAR AS NOSSAS CONTINHAS OU FAZERMOS UMA CORRIDA AOS LEVANTAMENTOS. PARA O SISTEMA ENTRAR EM FALENCIA.
- ivone alves Enquanto eles lucram milhoes eu tive que procurar trabalho fora de Portugal para ajudar a minha familia. So de amortizacao da casa pago €720 e o ordenado do meu marido sao €1000. temos dois filhos a estudar. Assim e a vida em Portugal dos pequeninos
- afonso O problema é que o povo elege os politicos para defender os seus interesses, mas preferem defender os interesses dos grandes grupos economicos deve ser mais rentavel...
- Leandro Coutinho O BCP "agarrou" o Atlântico e o Sotto Mayor.. O Bpi começou pelo Fonsecas e, de seguida, foi o B.Fomento+Borges.. A CGD integrou o BNU.. Estes "grupos" foram criados com base no maior ou menor compadrio que tinham no Estado.. (veja-se como Finantia foi afastado dessas corridas por ter á frente um homem sério que não procura compadrios)..
- nokas Nos 1ºs anos de vida do empréstimo habitação as prestações são para pagar juros, só após esse período é que se começa a amortizar o valor da casa. Não admira que após 6 anos ainda devesse esse valor. A penalização para liquidação da totalidade já não comporta esses valores, o mesmo não se pode dizer dos créditos pessoais que são sempre de evitar ao máximo!
- Mário Costa Os especuladores e todos os que contribuem para piorarem as condições de vida dos povos são criminosos. Podem não sabê-lo, mas são-no de facto. Inclusivé os que fazem leis injustas, por encomenda e que servem tais desígnios. Respeito tenho eu pelos que varrem as ruas. Entre o lucro legítimo e o escorchante há uma grande diferença, o 1º promove o progesso e o 2º o desequilíbrio social.
- Manuel Gomes Barbosa Em 1997 comprei um apartamento, através da CGD, que me custou 10.500 contos. Em 2003, 6 anos depois, a dívida era de 9.500 contos. Resolvi pagar na totalidade essa importância e qual não foi o meu espanto quando me informaram que iria ser penalizado em 1.000 contos por antecipar o pagamento do empréstimo. Ou seja, fui pagar a totalidade do empréstimo, perdendo todas as prestações já pagas.
- Manuel Gomes Barbosa Pede-se dinheiro emprestado para compra de uma casa, após o empréstimo liquidado, pagou-se 3 vezes ou mais a casa. Assim é fácil fazer dinheiro à custa dos outros. Quem dava muita protecção aos bancos era o Prof. Dr. Oliveira Salazar, pelo que vejo nada mudou em relação à protecção à banca.
- Ferreira Mas já se esqueceram que o Governo de Santana Lopes ficou com os dias contados logo que anunciou que ia pôr os Bancos a pagar mais impostos? "O Povo tem o que merece"
- lol\ 25 de Abril, justiça popular...desgraçadinhos!! É mesmo tipico português. Quem sabe negociar recebe mais juros do que aqueles que paga, é só ter os olhos bem abertos! Juros do cartão de crédito?? Só os paga quem gosta de viver acima das suas possibilidades! Ganham 100 e gastam 200, depois admiram-se que estes lucros apareçam...
- d.afonsohenriques Se fosse só os bancos!! E a BRISA, EDP, PT GALP, etc... grandes grupos económicos que controlam o país...um 25 abril sem cravos é o q devia acontecer mostrar a estes grandes "grupos" que quem manda é o povo! Temos que fazer uma revolução se não continuamos cada vez mais na mesma ou pior!!
- Sr. Dr. E? Ainda bem que é assim.
- Luís Bràulio Cardoso de Macedo Pereira (Lic.) “ Fico muito satisfeito; em saber que o BPI; presidido pelo Fernando Ulrich, obteve um resultado liquido de 193,1 milhões de Euros; - visto que por um lado; demostra boa Administração e por outro; - Eu Estou salvaguardado; no Processo Crime; - que movi contra o BPI e Fernando Ulrich; com o número “ NUIPC 215/07.OGAOHP “ a correr no MP de Oliveira do Hospital – Lisboa – Luís Bràulio Cardoso de Macedo Pereira (Lic.) “
mais comentários
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Sabado, 28 Julho
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- Luisa Baião Em tempos de crise a crise nunca afectou os bancos. As familias desesperam e recorrem ao crédito. Grande parte dos Portugueses vivem de emprestimos. E muitos deles, para viverem de aparencias endividam-se até aos cabelos.
- viriato Já nem comento. Tenho a certeza ABSOLUTA que um novo 25 de Abril està na forja, por isso basta esperar mais uns tempos e depois é ver o povo na rua a fazer justiça, a tal justiça popular... Vai ser engraçado, depois, saber para que é que lhes vai servir o dinheiro !!!
- JAIME JORGE PEREIRA (CASTANHEIRA DO RIBATEJO) Bancos lucraram 4,7 milhões por dia? Como é possivél? Que alguém deixe isto acontecer? Faz-se um pedido de empréstimo ao Banco, e o Banco leva 30%, e eu tenho o meu dinheiro a juros de 2,3%, mas ninguém vê isto? Os jovens que compram casa e depois, cada ano aumenta, e como não podem pagar, entregam a casa ao Banco, ou DIVORCIAM-se, ninguém vê isto? Digam lá, anda ou não anda o DIABO à solta?
- Aires Loureiro É uma escandaleira, porque não pagam quase nada de imposto!(Coimbra)
- A.Matos Se isto não é um escândalo, parece. (Concavada)
- Paulo lima O MELHOR NEGOCIO NESTE PAIS-OS BANCOS
- nokas Mesmo com o mal-parado, o saldo continua a ser positivo. Uns mais usurários que outros, perante o endividamento do particular e empresas em que uns sabem negociar o lucro da banca e os que não sabem, lá se vão assim enchendo, só em juros dos cartões de crédito e outros, faço ideia os milhões! Os juros nos depósitos e investimentos de risco baixo ou médio é que não sobem, só para inv. de alto risco.
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in Correio da Manhã 2007.07.28
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Bilhete Postal
O bairro da vergonha
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* Octávio Ribeiro
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Custa a crer que, em 2007, no nosso país, dinheiros públicos sirvam para construir um bairro destinado unicamente a ciganos. Mas é verdade.
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Em Pombal, o presidente da autarquia e um membro do Governo coincidiram ontem nas declarações que normalizam este empreendimento anacrónico e perigoso. De arrepiar.
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O edil explicou mesmo a opção de manter os ciganos à parte com o facto de já terem ocorrido (cito da Lusa) “problemas noutros locais”, quando pessoas de etnia cigana foram viver junto de “outras pessoas” (fim da citação). É um facto que a ancestral cultura cigana mantém arestas vivas na convivência com os cidadãos não ciganos.
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Mas esta realidade deve apenas tornar mais activa e musculada a política de investimento na integração. Em Pombal, ergueu-se um muro onde se pede pontes.


in Correio da Manhã 2007.07.29

A nova direita (e como derrotá-la)

* Emir Sader

Órgãos de imprensa que pregaram as ditaduras militares no continente, foram seus instrumentos de divulgação, se calaram diante dos crimes com que esses regimes se afirmaram no poder, se crêem no direito de julgar que governo é democrático ou não na América Latina. Eles são o centro da nova direita.
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Existe uma nova esquerda na América Latina, de que o processo bolivariano de Hugo Chávez na Venezuela, o MAS e o governo de Evo Morales na Bolívia, o governo de Rafael Correa, a ALBA, são algumas das suas expressões mais desenvolvidas e significativas. O movimento que se agrupa em torno da candidatura de Fernando Lugo, no Paraguai, se candidata a incorporar-se a esse grupo. Há governos progressistas, que são igualmente vítimas dessa nova direita.
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Sua fisionomia passa pela assunção dos valores liberais e neoliberais: livre comércio, modelo estadunidense de sociedade, elogio da empresa privada e do mercado, crítica do Estado como regulador, das políticas redistributivas, apologia da midia oligopólica como critério de liberdade e de democracia. Ataques furibundos, desqualificadores da esquerda, do socialismo, a qualquer papel regulador ao Estado, do igualitarismo, a políticas de afirmação de direitos, do Sul do mundo à América Latina em particular, dos partidos aos movimentos sociais.
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Uma das características dessa nova direita é que se apóia fortemente no monopólio privado dos meios de comunicação, que dá as pautas e a orientação ideológica. No Brasil, a Folha de São Paulo, O Globo, o Estado de São Paulo e a Veja são seus representantes mais evidentes. Todas empresas oligopólicas, de propriedade familiar, em que os filhos sucedem automaticamente aos pais na direção dos jornais, como se fossem fazendas ou heranças de casas. Todas comprometidas com o golpe militar de 1964, que destruiu a democracia e cometeu os maiores crimes contra o povo brasileiro.
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Desqualificar ao que consideram governos ou candidatos que não se submeteriam a seus interesses – que podem ser um índio, um militar, uma mulher, um operário – é uma forma de defesa do seu lema fundamental: “civilização ou barbárie”, em que eles se apropriam do que consideram ser civilizado e rejeitam todos os outros como representantes da barbárie.
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O instrumento mais reiterado na sua luta por impor seus interesses está na desqualificação dos governos, da política, do Estado, dos partidos, de todas as formas de ação coletiva e organizada de caráter popular. Por isso apoiaram tão generalizadamente governos como os de Menem, Fujimori, FHC, entre outros, que faziam justamente isso: privatizavam para debilitar ao Estado, atacavam os movimentos sociais, desqualificavam os partidos, promoviam a dominação direta da economia sobre a política.
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Comum à imprensa escrita, radial e televisiva dessa nova internacional da direita é o ataque desqualificador a governos como os de Evo Morales, de Hugo Chávez, de Rafael Correa, mas também aos de Lula, de Kirchner, com uma intolerância que beira ao golpismo. Tentam promover uma irritação, explorando expressões do tipo “basta”, “cansei” ou outras afins, que levam ao pedido de soluções autoritárias ao que seria uma crise moral, uma ferida, que deveria ser extirpada por intervenção cirúrgica – numa atualização da Doutrina de Segurança Nacional, que orientou as ditaduras do terror no continente –, que dispensaria vitória eleitoral, porque se apoiaria num sentimento de indignação supostamente majoritária da população.
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Precisam de governos e parlamentos fracos, do enfraquecimento do sistema político, dos partidos, para impor os grandes interesses econômicos privados sobre o Estado.
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Quando atacam aos governos, aos parlamentos eleitos pelo povo, desqualificam ao povo. Se dispõem do monopólio da mídia, tem que entender que a opinião média da população é fortemente influenciada pela mídia. Ou são incompetentes ou o povo não aceita a influência de seus programas informativos totalmente partidarizados, de seus comentaristas e programas de entrevistas que refletem suas visões elitistas do país, da sua programação – esta sim – populista, de baixíssimo nível cultural e educativo. .

São minoritários, como eram – segundo as pesquisas de opinião só reveladas recentemente – no clima prévio ao golpe de 1964, em que estiverem envolvidos todos esses meios de comunicação. São minoritários, segundo a maior pesquisa nacional e a mais direta, que envolve não uma amostra, mas a totalidade dos cidadãos – a eleição presidencial feita há 8 meses.
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No entanto, dá a impressão que nada disso aconteceu, nem que o povo se pronunciou contra a oposição, nem que o governo venceu. Que lições o governo tirou do longo processo de campanha opositora, que o desestabilizou profundamente, que quase levou a seu final, mas que terminou com uma recuperação eleitoral e com a reeleição de Lula?
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A primeira lição deveria ser a de que, quando Lula assumiu uma atitude concreta de denunciar a direita e suas políticas – em que as privatizações estiveram no centro –, conseguiu o apoio popular que lhe delegou este segundo mandato. Ele soube reconhecer – ainda que contraditoriamente – ao dizer no discurso da vitória de que o seu é um governo para os pobres.
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Contraditoriamente porque reconheceu que, paradoxalmente, nunca os ricos ganharam tanto. Se a economia cresceu pouco – e segue assim -, setores médios perderam para que os pobres ganhassem, ao invés da penalização dos mais ricos.
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A segunda é a de que a nova direita, o centro da oposição, está no monopólio privado da mídia, cuja persistência impede a possibilidade de formação democrática da opinião pública. Que, sem democratização da mídia, não haverá democracia.
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Em terceiro lugar, que foram principalmente as políticas de democratização social as que responderam pela vitória do governo e pela derrota da oposição. Mas essas imensas camadas populares estão submetidas a influência ideológica da maciça campanha da oposição através da mídia. Além de que esses setores populares majoritários não estão organizados, não tem condições de expressar politicamente sua opinião, nem de defender suas conquistas, caso atentem contra elas. A organização destes setores é responsabilidade fundamental do PT e do governo, se a esquerda quer evitar retrocessos e, ao contrário, consolidar os avanços e construir um Brasil pós-neoliberal. .

Para isso é indispensável dar continuidade à vitória de novembro de 2006 e, ao contrário do que tem sido a atitude principal do governo até aqui, apontar os adversários fundamentais da democratização econômica, social, política e cultural, lutar contra eles e construir a força popular, política e ideológica para derrotar a direita e afirmar a hegemonia da esquerda.
Fonte: Blog do Emir




in Vermelho 2007.07.31 - 11h45

segunda-feira, julho 30, 2007


Os meninos do Huambo - Para Belisa

Com fios feitos de lágrimas passadas
Os meninos do Huambo fazem alegria
Constroem sonhos com os mais velhos de mãos dadas
E no céu descobrem estrelas de magia
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Com os lábios de dizer nova poesia
Soletram as estrelas como letras
E vão juntando no céu como pedrinhas
Estrelas letras para fazer novas palavras
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Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
.
Com os sorrisos mais lindos do planalto
Fazem continhas engraçadas de somar
Somam beijos com flores e com suor
E subtraem manhã cedo por luar
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Dividem a chuva miudinha pelo milho
Multiplicam o vento pelo mar
Soltam ao céu as estrelas já escritas
Constelações que brilham sempre sem parar
.
Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade
.
Palavras sempre novas, sempre novas
Palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo
.
Assim contentes à voltinha da fogueira
Juntam palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo
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Manuel Rui (letra) e Rui Mingas (música).
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CONTRAPONTO
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Os (meus) meninos do Huambo*
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Com fios feitos de lágrimas de dor
Os meus meninos do Huambo choram
Ainda marcados pelo muito horror
da miséria e da fome onde moram
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Com os lábios de muito dizer aiué
Soletram pensamentos de esperança
Como quem se alimenta de tanta fé
Inebriada pelos sorrisos de criança
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Os meus meninos à volta da fogueira
Já aprenderam que dizer a verdade
Será talvez mais uma bonita bandeira
mas que o melhor é não falar de saudade
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Com os sorrisos mais lindos do planalto
- Essa é uma certeza para a eternidade
Fazem contas engraçadas de sobressalto
E subtraem a fome a sonhos de igualdade
.
Dividem a chuva miudinha pelo milho
Como se isso fosse o seu eterno destino
Saltam ao céu toda a dor feita andarilho
No seu estilhaçado mundo peregrino
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Os meus meninos à volta da fogueira
Não vão aprender novas palavras
Porque a dor da miséria é cegueira
Que alimenta todos os dias as lavras
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Assim descontentes à voltinha da poesia
Juntam palavras do tempo que passa
Para ver se alimentam a barriga vazia
E se descobrem o fim de tanta desgraça.
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*Orlando Castro

**(jornalista, poeta e contista angolano-português)
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in http://malambas.blogspot.com/2007/01/os-meus-meninos-do-huambo.html



Utopia

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Tema incluído no álbum "Como se fora seu filho", de 1983.

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José Afonso no espectáculo do Coliseu, antes de cantar "Utopia": "A utopia com que sempre sonhei é concretizável."

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"Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo mas irmão
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Capital da alegria
Braço que dormes
nos braços do rio
Toma o fruto da terra
É teu a ti o deves
lança o teu
desafio
Homem que olhas nos olhos
que não negas
o sorriso a palavra forte e justa
Homem para quem
o nada disto custa
Será que existe
lá para os lados do oriente
Este rio este rumo esta gaivota
Que outro rumo deverei seguir
na minha rota?"
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in José Afonso: textos e canções, Assírio e Alvim, 1983
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ZECA AFONSO


Foi na cidade do Sado

Foi na cidade do Sado
No pavilhão do Naval
Havia uma bronca armada
Pelas bestas do capital
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Aos sete do mês de Março
Quinta-feira já se ouvia
Dizer a boca calada
Que o PPD era a CIA

Uma tarjeta laranja
Convite ao povo fazia:
Venham todos ao comício
Da Social Democracia

Eram talvez quatrocentos
Gritando a plenos pulmões:
Abaixo o capitalismo
Não queremos mais tubarões

Lá dentro sessenta manos
Do PPD exibiam
Matracas e armas de fogo
E o mais que os outros não viam
A um sinal combinado
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Já quente a polícia vem
Arreia, polícia, arreia
Que o Totta-Acores paga bem
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Amigo arrebenta a porta
Que te vão para matar
As bestas já fazem fogo
Lá fora tens de lutar
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Os gases lacrimogénios
E os tiros que então partia
Mais os cordões da polícia
Os Pê Pê Dês protegiam
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Cai morto João Manuel
De nascimento algarvio
Dezoito já eram feridos
Ficou o Naval vazio

Justiça pela noite fora
Pediu o povo na rua
Morte à polícia assassina
Amigo a vitória é tua
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Aos onze do mesmo mês
Às onze horas do dia
Enquanto o João passava
Enquanto o João jazia
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Do outro lado do rio
Morre o soldado Luís
Soldado filho do Povo
Vamos fazer um País
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* Quadras incluídas no disco: Foi na Cidade do Sado, disco militante, edição LUNAR.


Feira de Santiago em Setúbal (2007),
dedicada a José Afonso

Ao Zeca, Vinte Anos Depois

Bem ou mal, inspirei-me, hoje que passam duas décadas da morte do Zeca, nos seus textos musicados, para lembrar algo do Corfebol, algo de mim, algo de nós, nós que somos Corfebol, este Corfebol que faz parte de nós.
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“Eu vou ser como a toupeira que esburaca” (Eu Vou Ser Como a Toupeira) e usarei esta pena em teclado feita para chamar todos à acção. Porque, já sabemos, “o que faz falta é acordar a malta” (O Que Faz Falta).Eu e tantos neste Corfebol, “lá no cimo de uma montanha acendemos uma fogueira, para não se apagar a chama que dá vida na noite inteira” (Canto Moço).
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“Num lugar ermo só no meu abrigo aí terei meu tecto e meu postigo” (Tecto na Montanha). “No Lago do Breu a Lua nasce (No Lago do Breu). “Estou sozinho no mar largo, sem medo à noite cerrada” (Minha Mãe). Assim é o Corfebol para mim, estas “torres cinzentas que dão para o vento dentro do meu pensamento” (Altos Castelos), este sentir as dificuldades como um desafio, usando a paixão como escudo contra o infortúnio e telescópio para a felicidade.
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E é assim que me vejo, sem modéstia, como “o vento que dá nas canas do canavial” (A Morte Saiu à Rua), porque conheci o Corfebol e “desde então a bater no meu peito em segredo sinto uma voz dizer Teima, teima sem medo” (Fui à Beira do Mar). E, por isso, me “ouvirás cantando nas alturas” (Canção de Embalar). E, pelo Corfebol, sei-o, “eu hei-de vencer” (É para Urga).
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Pois é isto o Corfebol. Este Mundo onde se encontra “em cada esquina um amigo, em cada rosto igualdade” (Grândola, Vila Morena), em que é “benvindo quem vier por bem” (Traz Outro Amigo Também ), esta “Cidade sem muros nem ameias; gente igual por dentro, gente igual por fora” (Utopia), esta “Cidade do homem; não do lobo mas irmão; Capital da alegria” (Utopia). Onde os sexos se irmanam, pois “Mulher na democracia não é biombo de sala” (Teresa Torga).Tenho pena de quem não conhece o Corfebol; de quem não nos conhece.
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“Há quem viva sem dar por nada; há quem morra sem tal saber” (Mulher da Erva).
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Sabemos que isto está mau. Este Mundo que amamos anda triste, mas amamo-lo sempre. “Já o tempo se acostuma à cova funda” (Já o Tempo se Habitua), mas cremos piamente “que um dia rirá melhor quem rirá por fim” (A Morte Saiu à Rua).
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Para o Corfebol, tantas vezes, parece que “a marcha do tempo parou” (O Homem Voltou), mas “já o tempo se habitua a estar alerta” (Já o Tempo se Habitua).Não somos só nós que estamos mal. “O país vai de carrinho; vai de carrinho o país” (O País Vai de Carrinho). Anda tudo torto neste Portugal. “Mandadores de alta finança fazem tudo andar pra trás” (Os Índios da Meia-Praia). Compadrios e injustiças reinam. “À mesa da fama assentou-se quem mama” (Eu Marchava de Dia e de Noite).
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E, claro, se as coisas correm mal, pior tendem para correr. “Quando tudo te corre a prazer vêm amigos estender-te a mão, mas se Deus ou o Diabo viram tudo ao contrário, ninguém vem levantar-te do chão” (Eu Marchava de Dia e de Noite).
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“Homem de costas vergadas, de unhas cravadas, na pele a arder; é minha a tua canseira, mas há quem queira ver-te sofrer” (Só Ouve o Brado da Terra). È certo e sabido que “onde não há pão não há sossego” (Menino do Bairro Negro).
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“A gente ajuda, havemos de ser mais, eu bem sei; mas há quem queira, deitar abaixo o que eu levantei” (Venham Mais Cinco). “Quem te quebrou o encanto, nunca te amou” (Maio, Maduro Maio), ó Corfebol. Mas pior é “se alguém se engana com seu ar sisudo e lhes franqueia as portas à chegada” (Os Vampiros), àqueles que só vêm para cá estragar o que construímos. “Lembram-me os Sheikes das fitas, que dão porrada a quem passa” (Nefretite não Tinha Papeira).
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Desgastam, “que um homem morre mil vezes, mil e uma já é demais” (Canção do Medo). Mas já não tenho pena, sei esperar” (Canção da Paciência).
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Depois, há os que, com esse e outros desgastes, se vão embora. “Adeus que te vou deixar, ó minha terra, ó minha enxada; não faço gosto em voltar” (Adeus ó Serra da Lapa). Porque “às vezes uma dúvida rondava: valia ou não a pena o que fazias?” (Tinha uma Sala Mal Iluminada).Mas vamos dar a volta. “Vira o vento e muda a sorte” (Natal dos Simples). “Mudem de rumo; já lá vem outro carreiro” (A Formiga no Carreiro).
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“Companheiros de aventura, vinde comigo viajar” (Adeus ó Serra da Lapa), “venham comigo venham, que eu não vou só” (Menino d'Oiro). “E o caminho é só um; é sempre em frente” (Tinha uma Sala Mal Iluminada). “Amigo, maior que o pensamento, por essa estrada amigo vem. Não percas tempo, que o vento é meu amigo também” (Traz Outro Amigo Também ) “Ergue-te ó Sol de Verão; somos nós os teus cantores” (Coro da Primavera).“Olha o sol que vai nascendo” (Menino do Bairro Negro), olha as “pombas brancas que voam altas” (As Pombas).
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Com elas, “canta camarada, canta,canta que ninguém te afronta” (Canta Camarada).“Não há bandeira sem luta” (Teresa Torga). “Que a voz não te esmoreça vamos lutar” (Maio, Maduro Maio), “porque a luta continua” (Os Índios da Meia-Praia). Lutemos, pois, pelo que nos une. “Não quebrem vossa união” (Em Terras de Trás-os Montes). “Enquanto há força no braço que vinga, que venham ventos virar-nos as quilhas” (Enquanto Há Força).
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“Não tenhamos medo, pois ninguém melhor poderá resolver esta luta “ (Barracas Ocupação). “Mas se há um camarada à tua espera, não faltes ao encontro sê constante” (Tinha uma Sala Mal Iluminada).
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“Nem toda a força do pano, todo o ano, quebra a proa do mais forte, nem a morte” (Já o Tempo se Habitua). Porque “o homem conquista a vitória sobre o deserto e rio também” (Eu Marchava de Dia e de Noite), sabendo que “só o forte tem sorte” (Eu Marchava de Dia e de Noite). “Amigo, a vitória é tua” (Foi na Cidade do Sado).“O que faz falta é agitar a malta” (O Que Faz Falta). Mexamo-nos. Façamos mexer os que nos ladeiam. “A presença das formigas nesta oficina caseira” (A Presença das Formigas) leva-me a pensar que somos muitos e bons para levar a bom porto esta demanda. “Somos filhos da madrugada” (Canto Moço), mas “o que faz falta é empurrar a malta” (O Que Faz Falta).E, então, vamos. “Por esses quintais adentro vamos às raparigas solteiras” (Natal dos Simples), “por esses quintais adentro vamos às raparigas casadas” (Natal dos Simples). “Traz outro amigo também” (Traz Outro Amigo Também); “venham mais cinco” (Venham Mais Cinco), e que esses cinco tragam cada um outros tantos. E aí “seremos muitos, seremos alguém, cantai rapazes, dançai raparigas” (Enquanto Há Força).
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E, enquanto “navegamos de vaga em vaga; não sabemos de dor nem mágoa” (Canto Moço), “muitos sóis e luas irão nascer; mais ondas na praia rebentar” (Canção da Paciência), e cá estaremos nós, Corfebolistas, a lutar, sempre!, pela nossa Modalidade, pelo nosso Mundo, pela nossa Vida!

in http://corfebol.blogspot.com/2007_02_01_archive.html

domingo, julho 29, 2007


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Posted by joaovalenteaguiar
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Fados do Tempo da Outra Senhora (38)
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Os Almocreves:
sua importância enquanto agentes de comunicação inter-comunitários
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* André Mano
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Na nossa era de informação instantânea, constante e omnipresente, imaginarmo-nos a nascer, viver e morrer no mesmo sitio poderá ser um exercício mental complicado, contudo, só fazendo este exercício poderemos compreender o quão importantes eram todos aqueles que não faziam o seu dia-a-dia numa determinada localidade mas entre várias.
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Era esse o caso dos Almocreves, condutores de animais de carga que faziam do transporte de bens de uma terra para outra a sua profissão. Não confundir almocreves com mercadores, pois que na maior parte das vezes os bens que transportavam não eram propriedade sua, embora fosse comum um almocreve ser também mercador. Na maior parte das vezes, o almocreve alugava os seus serviços de carga e transporte a mercadores, pescadores, lavradores e até aos municípios e ao Estado. Também acontecia não serem proprietários dos animais porque a almocrevaria, se bem que não sendo uma actividade de grandes rendimentos, atraía algumas pessoas do que hoje chamaríamos "classe média" que entregavam os seus bois e burros a este negócio, contratando um almocreve para o exercício da actividade propriamente dita.
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Profissão conhecida em Portugal desde pelo menos os tempos do Conde D. Henrique (séc. XI-XII), ainda em princípios do séc. XX existiam pessoas que viviam da almocrevaria, altura em que a industrialização e o desenvolvimento das comunicações, tornou este ofício obsoleto. Não obstante, na Idade Média e na Idade Moderna a importância dos almocreves é demonstrada através do facto de cada vila ter o seu corpo de almocreves submetidos ao almotaçé (oficial concelhio encarregado da fiscalização de questões logísticas e de abastecimento da respectiva vila ou cidade), e também por constituírem, não raras vezes, entre os profissionais do comércio e dos serviços o grupo mais numeroso, o que revela a importância da economia local em detrimento de uma economia baseada em relações internacionais como acontece hoje. Assim, e a título de exemplo, Torres Vedras no séc. XV tinha 47 almocreves inscritos e apenas 32 mercadores.
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Como já se percebeu, falamos de um mundo muito maior que o nosso, um mundo em que 50km não são meia hora mas um ou dois dias; um mundo em que os produtos de primeira necessidade se confundem com produtos de luxo; um mundo que assentava numa micro economia e numa micro sociedade de dimensão local que só por ocasião das feiras conhecia produtos e gentes "de fora"...
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Neste mundo grande, quem o pudesse tornar mais pequeno revestia-se de grande importância como comprovam os vários privilégios de que os almocreves gozavam. Em muitos locais podiam comprar e transportar cereais (prática normalmente proibida aos particulares locais), e também era comum terem algum tipo de isenção em algumas portagens terrestres, abundantes na Idade Média. De entre as rotas de abastecimento mais importantes, destaque para as que levavam os almocreves a transportar peixe do litoral para o interior e, no sentido inverso, cereais, bem como o transporte de mercadorias agrícolas e artesanais na zona raiana.
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À importância económica junta-se o papel primordial que tinham enquanto elementos de ligação inter-comunitários, porque não eram só mercadorias que os almocreves levavam. Com eles iam também as noticias de freguesia para freguesia, do campo para a cidade, e da cidade para o campo. Quem ia casar com quem, quem comprou o quê, quem vendeu o quê, quem é o novo pároco de sítio tal, se as colheitas para lá da serra prometem, se há perigo de guerra, etc etc...
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Durante muitos séculos os almocreves foram praticamente o único canal de comunicação, especialmente entre as comunidades das regiões mais inóspitas e isoladas das zonas serranas. Ao manterem a comunicação, os almocreves contribuíram também (aparte as rivalidades, não raras vezes seculares, entre algumas aldeias), para a formação e manutenção de elementos comuns de identidade, fundamentais para a formação de um sentimento de pertença a uma cultura e a uma nação que, não obstante as particularidades regionais, tinha na sua base elementos comuns.
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Embora a partir do séc. XIX o estatuto do almocreve começasse a decrescer, era no geral uma profissão respeitada e considerada, pois além das noticias e das mercadorias, os almocreves trilharam rotas e ao longo dos caminhos por eles trilhados nasciam estalagens, albergarias, e outros negócios familiares de apoio ao viajante, sendo os almocreves uma importante parte da clientela...
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Mas regra geral, a vida de almocreve era perigosa, especialmente nas zonas altas, onde o frio e as tempestades, podiam fazê-los perderem-se, além do perigo constante dos assaltos por parte de bandidos que infestavam os caminhos, sem esquecer os lobos e, em tempos mais remotos, os ursos. Fiquemos com o testemunho que Carlos de Oliveira Silvestre, no seu livro "Crónicas da Serra" (de Montemuro), nos dá sobre a seu contacto, em meados do séc. XX, com aquele que foi decerto um dos últimos almocreves:
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" Quantas vezes foram surpreendidos na serra pelo cair da noite, no meio de terríveis tempestades de chuva e neve, com o ribombar dos trovões a fazerem alternância ao uivar dos lobos. Na escuridão, que só os relâmpagos quebravam aqui e além, era impossível seguir o invisível carreiro que os devia conduzir a porto seguro [...] Lembro-me de, num certo dia de terrível tempestade, ter batido à porta da nossa humilde casa um almocreve de Penude com o burrito carregado de milho. As fortes pancadas que bateu na porta traduziam bem o desespero que lhe ia na alma. Depois de acolhido com a solicitude e carinho que nos era possível, o homem, de lágrimas nos olhos, contou a sua triste viagem. Perdera-se na serra e caminhara à sorte, sem saber para onde. Quando viu a luz da nossa candeia através da janela, quase não quis acreditar que estava salvo."
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sábado, julho 28, 2007


Para Saramago, Cuba "avançou muito em relação ao comunismo"


O escritor português José Saramago, Nobel de Literatura em 1998, não acredita que Cuba tenha alcançado o comunismo, apesar de achar que Fidel Castro, sim, é marxista-leninista. Em entrevista divulgada neste domingo (15) pelo jornal El Tiempo, de Bogotá, Saramago, afirmou, no entanto, que Cuba "avançou muito em relação ao comunismo".


"Eu não diria que Cuba chegou ao comunismo, apesar de ter se adiantado muito nessa direção. Não sabemos direito como se manifestará um comunismo real na prática, nem sabemos até onde pode chegar", afirmou o escritor. "Em Cuba, há uma visão muito clara do que poderá ser", acrescentou, ressaltando que o país está mais próximo da compreensão do ideal comunista.

Já quanto a Hugo Chávez, Saramago disse que o presidente venezuelano tem uma "arma poderosíssima" que é o petróleo, e que "ama seu povo". Também disse não achar que o presidente Chávez seja um problema, como alguns países da região, especialmente os Estados Unidos, acreditam.

Depois de assinalar que "ser comunista é um estado de espírito", Saramago — que visita a Colômbia para lançar seu novo livro — afirma que, em seus 80 anos, se sente mais comunista do que nunca. Ele concedeu entrevista coletiva em Bogotá, cidade designada como a capital mundial do livro pela Unesco e onde o escritor português participa de uma conferência sobre o uso do livro como instrumento da paz.

Problemas na Colômbia

Ao responder a uma pergunta do El Tiempo sobre o ressurgimento de governos progressistas na América Latina, Saramago disse que a esquerda "sofre uma espécie de tentação maligna — que é a fragmentação”. Deu a entender, na ocasião, que mantinha suas reservas.

O prêmio Nobel adotou tom crítico sobretudo com relação aos grupos armados que atuam na Colômbia, incluindo as guerrilhas de esquerda. "Há desaparecidos, seqüestrados, paramilitares e guerrilheiros que, no começo, suponho que tivessem vontade de mudar algo, mas se tornaram seqüestradores e narcotraficantes”, lamentou. “E o pior é que eles já não saberiam viver de outra forma."

O escritor octogenário também advertiu para o ressurgimento do fascismo no velho continente. "Na Europa estamos assistindo ao ressurgir da direita, à presença da extrema direita com insígnias fascistas", denunciou. Deixou claro, no entanto, que continua sendo comunista, "embora as coisas não sejam tão puras” como imaginava.

in Vermelho, 2007.07.15
Da redação, com agências
José Saramago - caricatura de António

Luiz Carlos Prestes, herói do povo brasileiro


* Walter Sorrentino (*)


Em recente entrevista ao Vermelho, a comunista Maria Prestes, viúva de Luiz Carlos Prestes, registra o legado do legendário do Cavaleiro da Esperança do povo brasileiro. De forma singela e nem por isso menos incisiva, afirma que “Luiz Carlos Prestes é o exemplo de um homem de caráter firme, de personalidade estóica, de coragem destemida. E, especialmente, uma pessoa incorruptível. Sua trajetória de revolucionário - marcada pela marcha da Coluna Prestes e pelo Levante Antifascista de 1935 é uma trajetória de herói”. Isto é uma verdade inegável. Esses episódios da vida e luta de Luiz Carlos Prestes são um patrimônio elevado de todos os brasileiros.

Poderia se acrescentar: seu comportamento quando preso no Estado Novo de Vargas – que levou o seu advogado de defesa, Sobral Pinto, a invocar até mesmo a lei de proteção dos animais contra as condições de anos de prisão em masmorra solitária –; sua atitude exemplar com os algozes, não fornecendo informações que atingissem o seu Partido; o enfrentamento do terrível destino de Olga Benário, sua esposa, desterrada grávida para a prisão fascista na Alemanha, onde foi condenada à morte, tudo isso são mostras do desprendimento e abnegação de Prestes, baseados em convicções profundas e férrea disciplina. Prestes integra, sim, por esses feitos, a galeria das maiores lideranças populares do Brasil no século 20.

Aquilatar o papel de personagens desse porte é sempre muito complexo. Exige contextualizar as circunstâncias em que atuaram, o papel que jogaram, o que deixaram como legado. Essa é uma faceta indispensável da luta de idéias neste tempo. Os historiadores sociais e políticos têm farto material para pesquisar e resgatar esse papel,e já o vêm realizando. Os próprios comunistas precisam elaborar uma história do Partido Comunista do Brasil, de seus 85 anos de vida e luta porque a capacidade de aprender com o passado, extrair dele lições para orientar a luta, indica o grau de maturação das correntes transformadoras.

Isso registrará o papel de Prestes naqueles anos esperançosos, sob o efeito da histórica revolução soviética de 1917 que, com seus acertos e erros, deixou um legado de contribuições de grande vulto à humanidade durante o século 20. Registrará também os confrontos ideológicos profundos, irrepetíveis talvez em sua radicalidade própria do tempo, que separaram posteriormente caminhos entre as correntes de esquerda em todo o mundo, já sob o efeito de limitações e erros na experiência do socialismo na URSS, que conduziram afinal à sua derrocada nos anos 80-90. Examinará os impactos provindo desses confrontos no Brasil, acrescidos das disjunções de pensamentos estratégicos e táticos que se produziram então acerca do caráter da revolução brasileira, produzindo cismas no então PCB – Partido Comunista do Brasil –, no qual Prestes, como não poderia deixar de ser, foi figura central.

Resgatará em seu contexto histórico também o papel de personagens como João Amazonas, Gregório Bezerra, Carlos Marighela, Maurício Grabois, Pedro Pomar,Diógenes Arruda e muitos, muitos outros, que legaram exemplos de bravura indômita, desprendimento, dedicação à causa dos trabalhadores e do povo brasileiro. Personagens que levaram às últimas conseqüências a idéia da liberdade como consciência da necessidade na luta por uma nova sociedade, que sabiam o que faziam, estavam dispostos a pagar as exigências da luta com a própria vida, se necessário fosse – e muitas vezes o foi. Por isso, todos eles representam, cada um ao seu modo, uma síntese elevada dos anseios do povo brasileiro.

Aí reside um patrimônio da luta política e social no Brasil. Nele se inclui o patrimônio da corrente comunista, do qual nos orgulhamos. Orgulho que se expressa no registro este ano na comemoração dos 90 anos da revolução soviética. Orgulho de contar nessa luta com Oscar Niemeyer, gigante de lucidez e simplicidade, comunista convicto aos cem anos de vida e, ainda, dessa brasileira comunista Maria Prestes. Orgulho de ver referido, em discursos de Hugo Chávez, quando saúda os heróis da luta anti-imperialista em nosso sofrido continente latino-americano, o papel do brasileiro Luiz Carlos Prestes.

Enfim, trata-se de enfoques a serem feitos no espírito da época. Porque cada uma tem seus próprios desafios e gesta seus próprios heróis na luta revolucionária. A história os julga, contextualizados em seu tempo, mas fornecendo contribuições perenes aos que seguem perseguindo os mesmos ideais radicais de liberdade e justiça social, anti-imperialistas, socialistas. Herdar e dar continuidade à causa que eles abraçaram inclui também apreender seu papel histórico, de acertos, erros e vicissitudes, para re-alimentar ideais e convicções, base para o desprendimento e abnegação, dedicação e disciplina com a causa transformadora.

É outro o contexto da época hoje, mas o problema é o mesmo: ser militante da causa transformadora, marxista e revolucionária. Talvez de modos mais diversos: não é novo o caminho, mas se pode caminhar de novo jeito, como dizia o poeta Thiago de Mello. Também este tempo que nos foi dado viver gestará seus heróis, anônimos ou não. Mas uma coisa é certa: se alimentarão do exemplo dos que passaram, heróis do povo brasileiro. Assimilarão o passado, para uma síntese nova e mais elevada da luta pelo socialismo, nossa razão de existir. Sem idealizações românticas, a-históricas, pois ninguém é infalível nem perfeito. Compreendendo que erros fazem parte da trajetória e fornecem igualmente elementos para o aprendizado.

Os comunistas, quando pensam no futuro, não esquecem seu passado: essa é uma lição essencial de todos os que percorrem as trilhas da luta pela transformação social revolucionária.
(*) Médico, secretário de Organização do Comitê Central do PCdoB

Clique aqui para ver a entrevista de Maria Prestes

in Vermelho 27 DE JULHO DE 2007
Gravura - Prestes, em jornal da época do levante de 35

sexta-feira, julho 27, 2007


In Memoriam do que foi o Poeta da Liberdade
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«Trova do Vento que Passa»

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novos
e notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre
PS: Histórico ataca executivo
Alegre denuncia clima de medo
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* Cristina Rita
com Lusa
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No mesmo dia em que o primeiro-ministro foi entrevistado na SIC, Manuel Alegre escreveu um artigo onde ataca o Governo, insurgindo-se contra o medo, a propósito de “alguns casos ultimamente vindos a público”, cujo denominador comum é “a delação e a confusão entre lealdade e subserviência”.
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Em artigo publicado ontem no jornal ‘Público’, o histórico dirigente do PS refere que “há um clima propício a comportamentos com raízes profundas na nossa história, desde os esbirros do Santo Ofício até aos bufos da PIDE”.
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O vice-presidente do Parlamento elenca ainda as áreas em que discorda da actuação do Governo: “A progressiva destruição do Serviço Nacional de Saúde”, o Estatuto dos Jornalistas que configura “um risco para a liberdade de imprensa”, bem como o “precedente grave” do cruzamento de dados na Função Pública ou a “tendência privatizadora” em sectores como a electricidade. E, a Sócrates, deixa o aviso: “Não tenho qualquer questão pessoal com José Sócrates, de quem muitas vezes discordo, mas em quem aprecio o gosto pela intervenção política. O que ponho em causa é a redução da política à sua pessoa”, alertando que o PS não se pode “auto-amordaçar”..
Em reacção, Capoulas Santos afirmou ao Rádio Clube Português que o artigo “é a prova viva de que há liberdade de expressão no País e no partido” e João Soares, no seu site, discorda da falta de liberdade, mas não vê inconveniente em sublinhar esse valor. Ao CM, Vítor Ramalho considera normal as críticas de Alegre e defende “o reforço do partido” e não de movimentos de cidadãos.
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Do lado do Governo, Vieira da Silva, ministro do Trabalho, salienta que o Executivo se tem pautado pelo “rigor, exigência e reforço democrático”.
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in Correio da Manhã 2007.07.26
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NOTA
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* Victor Nogueira
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- Para muitos de nós, no tempo do fascismo, Manuel Alegre era uma referência - A Voz no Rádio Portugal Livre e o poeta da Resistência, da Praça da Canção e do Canto e as Armas, proibidos e retirados do mercado.
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Mas com o 26 de Abril Alegre aparece claramente irmanado com Soares e acerca destes dois «camaradas» algo se aprende em "A Verdade e a Mentira na Revolução de Abril - A contra-revolução confessa-se», de Álvaro Cunhal (Edições Avante) ou, para quem tema facciosismos, leia os três alentados volumes da entrevista que Mário Soares concedeu à jornalista Maria João Avilez (editado pelo PÚBLICO).
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Alegre é a rosa vermelha ou o cravo empalhado sempre que o PS pretende dar uma de democracia interna. Um dia se saberá porque abalaram Guterres (PS) e Durão Barroso (PSD), este para a Comissão Europeia, e porque Jorge Sampaio (PS) deu posse a Santana Lopes (PSD) para logo o demitir, apesar do PSD ter então a maioria. Deste modo permitiu que o PS com promessas de outra política ganhasse as eleições por larga maioria tendo como primeiro-ministro Sócrates.
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Desde há muito, desde o 1º Coverno de Mário Soares, que o PS arrumou o socialismo na gaveta e se virou para a defesa, mais ou menos encoberta, do Grande Patronato, em detrimento dos Trabalhadores e da arraia-miúda. Há muito que o PS deixou de ser de esquerda e internamente democrático, onde se permita de facto a discordância.
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Ainda um dia se saberá porque o PS teve dois candidatos às últimas eleições presidenciais - Mário Soares e Manuel Alegre, este nitídamente mal preparado apesar de se apresentar com cheiro de esquerda e como o poeta da Liberdade. Mas este desaguisado permitiu a eleição de Cavaco Silva (PSD) que vai apoiando a política de Sócrates, o testa de ferro de quem defende uma política ao serviço dos poderosos sem direitos para os restantes cidadãos. Um dia se saberá porque Guterres e Sampaio andam por aí ao serviço da ONU para «ajudar» os pobres a libertarem-se da pobreza e da doença.
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E Ele há coincidências. Zita Seabra, a flor da inocência enganada e comida pelos lobos, diz que «Foi Assim » que se lançou nos braços do PSD dizendo cobras e lagartos do PCP. E Manuel Alegre, que tal como Soares foram militantes do PCP, publica um artigo num Jornal «atacando» a política de Sócrates e do PS - de que sempre tem sido deputado, alto dirigente e militante, para provar que não tem medo e permitir que outros seus «camaradas» digam que no PS há liberdade de expressão e democracia. Claro que o Alegre nunca será posto borda-fora porque nas horas cruciais lá faz o frete, convencido ou não. Alegre é a cereja no cimo do bolo rançoso, que vem afirmar o que muita gente diz do governo mais à direita desde o 25 de Abril, desacreditando o socialismo e a esquerda consequente..
Para quem quiser ler, o artigo de Manuel Alegre encontra-se em :
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etc, etc, etc

Paredes de Coura: Subal tem apenas um residente
Alfaiate é o último habitante da aldeia
* Carla Alexandra Vieira,
Paredes de Coura


Artur Fernandes Breia é o último alfaiate de Paredes de Coura e curiosamente o único habitante do lugar de Subal. Vive quase isolado e não fossem os clientes, que nunca o abandonaram, a sua vida seria de uma profunda solidão.
Num local que antes fervilhava de vida e movimento, resta agora o “alfaiate de Subal”. Com 70 anos de idade, Artur Breia, natural de Monção, lembra que começou a aprender a arte com apenas dez anos: “Depois da escola ia para uma pequena oficina dar os primeiros pontos e cortes. Com 14 anos já trabalhava por conta própria.
”A aventura por terras de África, sempre acompanhado da máquina de costura, surgiu pouco depois. “Em Angola vivia-se muito bem, com bom clima, sempre com dinheiro no bolso e muitos amigos”, relembra.
Em 1976 regressou a Portugal. Casado e com filhos, estabeleceu-se num lugar onde, “infelizmente”, só ele resiste. “Apenas resto eu e a minha loja. Os moradores foram morrendo, as casas foram-se fechando e até a carpintaria que dava tanto movimento ao local acabou por encerrar”, lamenta.
Na pequena alfaiataria o barulho da velha máquina de costura insiste em quebrar o silêncio. Clientes é que nunca faltaram a Artur Breia. “Não consegui enriquecer, mas fiz sempre uma vida digna e criei os filhos. Tenho clientes certos que já cá vêm há mais de 20 anos”, garante, enquanto afirma que, pelo menos naquelas paragens, a crise não se faz sentir. “Ainda tenho muitos clientes, mas o problema é que eu sozinho não consigo dar resposta a tanto trabalho. Por isso, já não aceito fazer certos serviços e prefiro dedicar-me aos arranjos”, explica ao CM, sem nunca parar de trabalhar, apesar de as visitas serem um bem escasso.
Largar a costura não está nos planos de Artur Breia. “O que é que eu vou fazer depois?”, interroga-se, entre dois pontos numa bainha.
in Correio da Manhã 2007.07.26
Imagem - Artur Breia - Foto Carla A Vieira

Funcionários mal-tratados pelas juntas
CGA nega aposentação a doentes crónicos


A Caixa Geral de Aposentações (CGA) indeferiu os pedidos de aposentação apresentados por seis funcionários do Estado com um grau de incapacidade em torno dos 85%, conferido pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), na sequência de doenças oncológicas, renais ou psicológicas graves, segundo a edição desta quinta-feira do ‘Diário de Notícias’.
Apesar do indeferimento da CGA, a maioria dos trabalhadores em causa, com idades compreendidas entre os 50 e os 60 anos e com mais de 30 anos de serviço, acabou por passar a reforma, mas com uma penalização de 4,5% por cada ano de antecipação.
De acordo com o diário, em causa nos seis casos está não só a decisão médica face aos dados clínicos existentes, mas também o modo como as decisões foram tomadas e como os funcionários foram tratados.
Segundo a denúncia feita pelo Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores, os trabalhadores terão sido atendidos pelas juntas médicas por períodos entre três a cinco minutos, tendo sido alvo de comentários de mau gosto, como “a senhora não quer é trabalhar”, “mas a senhora já cá veio e volta cá outra vez?”, ou “a senhora está com muito bom aspecto. Quer é andar para aí a passear”, escreve o jornal.
A CGA indica, no seu relatório de actividades referente ao ano passado, que, durante 2006, pela primeira vez desde 2002, saíram das juntas mais aptos do que inválidos.
O ‘DN’ informa que foram considerados aptos para trabalhar 3.625 funcionários, o que aumenta o peso de 45%, em 2005, para 51%, em 2006.
in Correio da Manhã on line 2007.07.26


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Nova lei aprovada
Estradas financiadas pelos consumidores
A Comissão Parlamentar de Obras Públicas aprovou esta quinta-feira, sem qualquer alteração, o diploma que cria uma contribuição para financiar a rede de estradas, uma medida que a oposição qualifica de “desorçamentação”.
O PS foi o único partido a votar favoravelmente o diploma, que regula o financiamento da rede rodoviária portuguesa, a cargo da Estradas de Portugal, aguardando agora pela promulgação.
A nova lei prevê uma contribuição paga pelos consumidores de combustíveis, que será de 6,4 cêntimos por cada litro de gasolina e de 8,6 cêntimos por cada litro de gasóleo.
Para garantir que não há aumento de impostos, o Governo pretende reduzir no Imposto sobre Produtos Pretolíferos (ISP) a contrapartida dessa receita da contribuição.
in Correio da Manhã on line 2007.07.26
» Comentários on line no CM
Quinta-feira, 26 Julho
- Crispim Nabiça Este governo expolia a população por todos os quadrantes, sem prestar contas a ninguém dos rios de dinheiro que saca ao povo. Esta "inventona" das estradas é mais uma, pois já pagamos mais de sessenta por cento de imposto nos combustiveis para esse fim. Quando este governo descapitalizar toda a população, o que fará a seguir?!!!
- ferreira Assim, até eu governava o País! É fácil! Se não há dinheiro, arranja-se! No governo da minha casa, para que tudo corra sem sobressaltos e sem dívidas, corto nas despesas! Nada de férias, nada de roupas de marca, nada de sapatos italianos, nada de carteiras! Economia pura e dura!
- Raposeiro Deixem-me cá ver os trocos que ainda me restam no bolso. Até estas moedas estado quer levar.
- Joao Fernandes Dinis Porque não retira o Governo a quantia correspondente do imposto já cobrado? Isto é que é o SIMPLEX?

O negócio das «privadas» soma e segue (11)
Assembleia Geral vai decidir
Moderna pode fechar por falência
Segundo uma fonte da instituição, o cenário da declaração de falência e do encerramento do estabelecimento de ensino será o mais provável, já que as alternativas - uma injecção de capitais por parte dos cooperadores dentro de 60 dias ou a diminuição do capital para metade – dificilmente serão executáveis.
Caso nenhuma das medidas previstas seja cumprida pela administração da Dimensino, “pode qualquer sócio ou credor requerer ao tribunal, enquanto aquela situação se mantiver, a dissolução da sociedade”, acrescentou a fonte.
in Correio da Manhã 2007.07.26
Ordenados em atraso
Universidade Moderna nega crise
Em conferência de imprensa, o vice-reitor Fernando Cardoso afirmou que “as notícias veiculadas sobre a UM por parte de alguns órgãos de comunicação social são falsas”. No comunicado não foi feita qualquer referência aos ordenados em atraso.
Segundo o responsável, apenas um docente “decidiu desvincular a sua actividade da universidade”, estando já a decorrer o processo de substituição. No entanto, não foi revelado qual o docente em causa nem os motivos pelos quais se desvinculou.
MINISTRO PREOCUPADO COM INSTITUIÇÃO
O ministro da Ciência e Ensino Superior solicitou à Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES) uma “acção urgente de acompanhamento para avaliar as medias que estão a ser tomadas (pela Dinensino) para remediar a situação, nomeadamente a nível dos ordenados em atraso” da situação da UM.A assessora garante que o ministro Mariano Gago “está a acompanhar com preocupação” a situação da instituição, cuja cooperativa proprietária é arguida em 38 processos só no Tribunal de Trabalho de Lisboa, todos por questões contratuais como despedimentos ou ordenados.
in Correio da Manhã Última Hora 2007-05-25 - 19:06:00
Universidade:
Queixa contra a Moderna
A Universidade Moderna está a ser investigada pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DIAP) por irregularidades no seu funcionamento e dívidas a professores e ao Fisco. Já foram penhorados 14 automóveis.
in Correio da Manhã 2007-04-28
Nova gestão
Universidade Moderna agora é S.A.
A Universidade Moderna alterou o sistema de gestão e passou a ser controlada por uma sociedade anónima, porque considera que o modelo cooperativo está esgotado.
De acordo com Hamady Diall, presidente da Dinensino, com esta transformação a cooperativa que fundou a Universidade pretende captar investimento para relançar a actividade da Moderna. “Criámos uma sociedade anónima capaz de implementar um novo modelo de gestão”, em que a cooperativa Dinensino “entrega a gestão” da universidade de Lisboa e Setúbal à UEP, sociedade que agora controla a Moderna. Hamady Diall afirma que já estão garantidos 6,2 milhões de euros e prevê que o objectivo de dez milhões de euros seja atingido este ano.
in Correio da Manhã 2007-02-08
NOTA - Nenhuma destas notícias motivou comentários on line dos leitores do CM, que tenham sido publicados - VN