A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

sábado, julho 28, 2007


Para Saramago, Cuba "avançou muito em relação ao comunismo"


O escritor português José Saramago, Nobel de Literatura em 1998, não acredita que Cuba tenha alcançado o comunismo, apesar de achar que Fidel Castro, sim, é marxista-leninista. Em entrevista divulgada neste domingo (15) pelo jornal El Tiempo, de Bogotá, Saramago, afirmou, no entanto, que Cuba "avançou muito em relação ao comunismo".


"Eu não diria que Cuba chegou ao comunismo, apesar de ter se adiantado muito nessa direção. Não sabemos direito como se manifestará um comunismo real na prática, nem sabemos até onde pode chegar", afirmou o escritor. "Em Cuba, há uma visão muito clara do que poderá ser", acrescentou, ressaltando que o país está mais próximo da compreensão do ideal comunista.

Já quanto a Hugo Chávez, Saramago disse que o presidente venezuelano tem uma "arma poderosíssima" que é o petróleo, e que "ama seu povo". Também disse não achar que o presidente Chávez seja um problema, como alguns países da região, especialmente os Estados Unidos, acreditam.

Depois de assinalar que "ser comunista é um estado de espírito", Saramago — que visita a Colômbia para lançar seu novo livro — afirma que, em seus 80 anos, se sente mais comunista do que nunca. Ele concedeu entrevista coletiva em Bogotá, cidade designada como a capital mundial do livro pela Unesco e onde o escritor português participa de uma conferência sobre o uso do livro como instrumento da paz.

Problemas na Colômbia

Ao responder a uma pergunta do El Tiempo sobre o ressurgimento de governos progressistas na América Latina, Saramago disse que a esquerda "sofre uma espécie de tentação maligna — que é a fragmentação”. Deu a entender, na ocasião, que mantinha suas reservas.

O prêmio Nobel adotou tom crítico sobretudo com relação aos grupos armados que atuam na Colômbia, incluindo as guerrilhas de esquerda. "Há desaparecidos, seqüestrados, paramilitares e guerrilheiros que, no começo, suponho que tivessem vontade de mudar algo, mas se tornaram seqüestradores e narcotraficantes”, lamentou. “E o pior é que eles já não saberiam viver de outra forma."

O escritor octogenário também advertiu para o ressurgimento do fascismo no velho continente. "Na Europa estamos assistindo ao ressurgir da direita, à presença da extrema direita com insígnias fascistas", denunciou. Deixou claro, no entanto, que continua sendo comunista, "embora as coisas não sejam tão puras” como imaginava.

in Vermelho, 2007.07.15
Da redação, com agências
José Saramago - caricatura de António

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