Património: Máquina a vapor de via estreita
Locomotiva antiga enferruja na Régua
* Cristina Meireles
Assim, os quase duzentos mil euros, que foi quando custou a recuperação da locomotiva a vapor “Enschel E 214”, nas oficinas de Guifões, não estão a ser devidamente rentabilizados.
É que a “pérola” das locomotivas, cobiçada por empresas e coleccionadores de todo o Mundo, sobretudo da Suíça, França e Bélgica, está queda, muda e a ganhar ferrugem junto à estação da Régua. Trata-se de um investimento perdido e uma expectativa gorada na revitalização do comboio histórico a vapor na linha do Corgo.
A velha locomotiva, construída em 1923, foi a última das máquinas a vapor a sair da circulação ferroviária em Portugal e é considerada uma raridade, pois é articulada e, na altura, era das mais potentes na Linha métrica do Corgo. Esta máquina foi recuperada nas oficinas da EMEF Guifões (Maia), em 2001, mas está parada há dois anos.
Atrás de si, e provavelmente a selar o mesmo destino, três carruagens históricas CEYF. Uma delas, de 48 lugares, de 1926, tem a particularidade de ter transportado operários alemães para as oficinas onde reparavam as máquinas utilizadas na 2.ª Guerra Mundial, tendo depois circulado na Linha do Sabor. As outras duas são uma francesa de 1908, que andou na via férrea do Vouga, e outra portuguesa de 1913, que serviu a Linha do Corgo.
Ao que o CM apurou, a causa da imobilidade da histórica máquina prende-se com a não existência de infra-estruturas de abastecimento de água para a locomotiva, já que os velhos depósitos das estações estão degradados. Por outro lado, há o problema dos fogos. É que alguns especialistas consideraram que, em 2003, a velha máquina, foi a causa de alguns incêndios junto à linha.
Foto Cristina Meireles - A locomotiva 'Enschel E 214' de 1923 está a ganhar ferrugem -
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