Ex-assessor de Reagan diz que Bush iniciará ditadura nos EUA
No entanto, este economista é um dos mais ácidos críticos da administração de George W. Bush, e insta o povo e o congresso de seu país a exigir o impeachment do presidente.
Roberts afirma que Bush levou o país a duas guerras imperiais sem justificativa (a invasão do Afeganistão em 2001, e do Iraque em 2003), reduziu as liberdades e direitos civis, eliminou a independência dos meios de comunicação, e que a destruição das torres do World Trade Center não pode ser explicada unicamente pelo impacto dos aviões – ele não apóia teorias conspiratórias que o governo tenha colocado bombas no edifício, mas que a explicação oficial não é satisfatória.
Também acusa a imprensa de seu país de ser radicalmente pró-Bush e ocultar vários fatos à população. "Qualquer um que dependa da imprensa, da TV ou da rádio de direita está totalmente mal informado. A administração Bush conseguiu criar um verdadeiro Ministério de Propaganda". A favor disso, ele escreve em no site Counterpunch, um célebre meio independente nos EUA, que em junho deste ano alunos da Universidade de Stanford impediram Bush de entrar na universidade e dar uma palestra. No entanto, nenhum dos grandes meios de comunicação noticiou um fato tão importante como este.
Porém, há uma semana, Roberts lançou uma acusação muito mais grave contra o atual presidente estadunidense. Também no Counterpunch, ele escreveu estar convencido de que no próximo ano Bush inaugurará uma ditadura em seu país.
Ninguém duvida que os democratas ganharão as eleições presidenciais nos EUA. A má administração interna (evidente quando do desastre do furacão Katrina, em 2005), as duas guerras desatadas pela administração e sua determinação de começar uma terceira (contra o Irã) tornaram o governo de Bush extremamente impopular. O Partido Republicano não tem a menor possibilidade de continuar no poder, caso respeite as eleições.
Por isso, segundo Roberts, em breve os EUA sofrerão um grande ataque terrorista, provavelmente armado pelo próprio governo, argumento para que Bush instaure um estado de sítio, anule as eleições, imponha grandes restrições às liberdades civis e, de passo, ataque o Irã.
É uma acusação muito dura, e Roberts não tem nenhuma evidência para sustentá-la. Porém, o que mais chama a atenção é que ela tenha vindo de um conservador, de um ex-funcionário de Reagan – um presidente que também teve uma política exterior agressiva, como o recrudescimento da Guerra Fria, o ataque contra a Líbia, a invasão de Granada, a derrubada de um avião de passageiros iraniano, e o apoio aos contras na Nicarágua.
Em geral, os críticos de Bush são considerados "esquerdistas" ou "socialistas", termos pejorativos para a maioria da população estadunidense, mas este ataque não vale contra Roberts. Que um homem que participou em um governo tão conservador e agressivo como o de Reagan seja um crítico ferrenho de Bush é a prova contundente de que o atual governo estadunidense supera qualquer outro em belicosidade e desrespeito à liberdade. E, se Roberts estiver certo, o pior ainda está por vir.
Portal Pravda - Vermelho - 24 DE JULHO DE 2007 - 13h15
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