Mundo
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O G8, grupo formado pelos sete mais importantes países industrializados e a Rússia, se despede de sua pretensão de liderança solitária. As graves consequências da crise econômica mundial, a ameaça da catástrofe climática e as pretensas potências nucleares Irã e Coreia do Norte – essas e outras circunstâncias obrigam o G8 a acolher novos parceiros em seu meio elitista. Entre eles, o Brasil, a China e a Índia.
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Encabeçado pela chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, o debate sobre o futuro do Grupo dos Oito inflamou-se no fechamento da cúpula em Áquila, nesta sexta-feira (10/07). São sobretudo os europeus a exigir mudanças, e eles encontram ressonância no chefe de Estado norte-americano, Barackk Obama.
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20 bilhões para a agricultura no Terceiro Mundo
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Em sua primeira participação na rodada das potências mundiais, Obama apresentou-se como força propulsora e "jogador de equipe" compreensivo. Ele colocou um acento próprio no terceiro e último dia da conferência, propondo uma iniciativa do G8 em favor dos agricultores do Terceiro Mundo.
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Cerca de 20 bilhões de dólares seriam dedicados ao aumento da produção agrícola, com o fim de tornar aqueles países independentes do ponto de vista da produção de alimentos.
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Trata-se de uma forma de incentivo à autoajuda. Entretanto, organizações humanitárias criticam os limites financeiros do projeto, especialmente por não estar claro quanto dos sugeridos 20 bilhões de dólares seria "dinheiro fresco".
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A verba seria concedida ao longo de três anos. Porém, "em face das proporções dramáticas da crise de fome, são necessários, no mínimo, 25 bilhões de dólares adicionais por ano", rebateu a Oxfam.
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Segundo a Organização Mundial de Alimentação e Agricultura, devido à crise financeira, o número dos que sofrem fome ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 1 bilhão. Mas, apesar da crise, as nações industriais não pretendem reduzir suas contribuições humanitárias, pois o G8 cumpre suas promessas, assegurou Merkel.
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Clima no topo da lista
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Também no espírito de Obama veio a exigência veemente do G8 à Coreia do Norte e ao Irã para que encerrem seus programas atômicos. Caso contrário, em especial o Irã deverá contar com a imposição de sanções mais rigorosas.
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No tocante à política climática, a premiê Merkel elogiou a contribuição dos Estados Unidos, que sob o antecessor de Obama, George W, Bush, viera praticamente boicotando qualquer avanço no setor.
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Agora, não apenas os EUA, como também os países emergentes de maior porte estão convencidos da necessidade de adotar medidas efetivas contra o aquecimento global, durante a cúpula mundial do clima, em dezembro, em Copenhague.
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G8, G20 ou G14?
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Os países europeus foram os primeiros a expressar abertamente o desejo de ampliar o G8 durante a cúpula. Obama também declarou que consegue imaginar mudanças. A Rússia e a União Europeia, contudo, mostraram-se mais reticentes com a perspectiva, lembrando as vantagens de uma rodada de debates menor.
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O G8 inclui a Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia. Já a partir de 2011, quando a França estará ocupando a presidência do clube de elite, o presidente Sarkozy deseja estabelecer um Grupo dos 14. Este possivelmente incluiria os países do G5 (Brasil, África do Sul, China, Índia e México) e o Egito.
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Desde que a crise da economia mundial aniquilou valores bilionários, o G20, formado pelas nações de maior desempenho econômico, assumiu o gerenciamento de crise. Segundo Sarkozy, "o G8 não é mais suficientemente representativo para fazer frente à crise econômica".
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Merkel propôs que se estabeleça uma nova estrutura para a cúpula de 2010. Também em sua opinião há, no momento, demasiados encontros no nível dos chefes de governo e de Estado.
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AV/dpa
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