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__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

quinta-feira, julho 09, 2009

Portugueses continuam a escolher Angola, mas crise já provoca regressos antecipados

Consulado revela que há 72 mil pessoas inscritas
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09.07.2009 - 07h58 Lusa
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Nos últimos três anos, 30 mil portugueses chegaram a Angola para trabalhar, mas os primeiros sinais de que o país não é o "El Dorado" tão falado começam a surgir. Responsáveis ligados ao sector empresarial português admitiram à Agência Lusa que se multiplicam os casos de portugueses que foram obrigados a regressar a Portugal
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Mas isso está longe de demover os portugueses a partirem para Angola como as cifras oficiais e as estimativas, também oficiais, apontam. De acordo com dados do Consulado Geral de Portugal em Luanda, actualmente estão inscritos cerca de 72 mil portugueses, 15 mil dos quais nos últimos três anos.
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Mas, porque a inscrição consular não é obrigatória, a estimativa é que por cada inscrito exista um que não o faz, totalizando à volta de 30 mil os novos membros da comunidade portuguesa em Angola, explicou à Lusa o Cônsul Geral em Luanda, Pedro Silva Rodrigues.
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Dados sobre os regressos "forçados" não existem mas podem ser muitas centenas no último ano, porque, como explicou à Lusa uma fonte ligada aos investimentos portugueses em Angola, "os casos que passam de boca em boca sobre regressos inusitados vão-se multiplicando".
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Apesar disto, os números da Agência Nacional para o Investimento Privado em Angola (ANIP) não enganam quanto à importância que o país tem para os investidores portugueses. Em 2007, esse investimento chegou aos 235 milhões de dólares, com 247 projectos aprovados, e, em 2008, subiu para os 615 milhões de dólares.
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Além dos grandes investimentos, como os das construtoras, sector bancário ou telecomunicações, existem centenas de projectos de pequena e média dimensão, desde as madeiras e móveis, medicamentos ou maquinaria, que exigem mão-de-obra qualificada não existente em Angola e são um forte impulso para a emigração portuguesa.
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Um dos exemplos desta realidade é o de José Castro, técnico qualificado na área da climatização e refrigeração que partiu há um ano da cidade de Viseu, em Portugal, e rapidamente teve sucesso profissional em Angola. José Castro explica o motivo do sucesso: "O mercado angolano tem muita falta de técnicos qualificados nestas áreas".
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Mas nem tudo são rosas e este emigrante diz ter conhecimento de que "são ainda bastantes" os portugueses que chegam a Angola e têm de regressar porque "não trazem na bagagem as respostas que o mercado pretende" em matéria de qualificação. Outro exemplo é o de Carlos M. que está em Luanda há dois anos como quadro médio de uma empresa ligada à importação de produtos alimentares e admitiu à Lusa que tem "um excelente contrato", que lhe permite ganhar "muito mais que em Portugal".
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Mas Carlos M. considerou que o cenário de hoje "não é o mesmo de há dois anos", efeitos da crise económica e financeira mundial.
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"As coisas estão a mudar. Há sinais disso que são evidentes, como o facto de algumas pessoas que conheço e que estavam em empresas importantes, terem regressado a Portugal nas últimas semanas", disse.
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O Governo já informou que um número significativo de projectos de obras públicas foi anulado ou colocado em "standby" até que a crise esmoreça.
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As autoridades angolanas confirmam ainda outro dado negativo para os investidores estrangeiros. A crise provocou uma grande escassez de divisas no mercado, levando a maiores dificuldades nas transferências de dinheiro para o exterior.
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in Público
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