A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

quinta-feira, setembro 13, 2007

Que sucedeu a Maddie? (5) - Quem é Michael Capland ?


Advogado de Pinochet contratado pelos McCannMichael Caplan, especialista em casos de extradição, foi escolhido pelo casal para a sua defesaMichael Caplan foi o advogado britânico contratado pelos McCann para a batalha judicial que podem vir a ter pela frente, uma vez constituídos arguidos do processo do “Caso Maddie”.
SIC
.
Vídeos (clicar na hiperligação)
Jornal da Noite
.
.
Michael Capland cobra de 800 a mil euros por hora
.
Caplan é um dos mais conceituados advogados ingleses, especialista em casos de extradição e direito privado internacional, conhecido especialmente pelo caso mediático de Augusto Pinochet, em que o advogado impediu a extradição do ditador chileno para ser julgado em Espanha.
.
Uma das principais publicações ligadas ao direito classificou-o este ano, como a melhor arma que se pode ter em grandes casos judiciais.
.
Michael Caplan é um dos principais associados da empresa Kingsley Napley que, em parceria com Angus McBride, da mesma empresa, especialista em grandes processos criminais, também contratado pelos McCann, irão ficar a cargo da defesa do casal.
.
Os dois advogados britânicos irão trabalhar em conjunto com o Carlos Pinto de Abreu, o advogado português que tem acompanhado o processo do casal McCann.
.
O escritório Kingsley Napley confirmou a parceria entre os advogados, mas recusou-se a falar em valores relativos ao pagamento. No entanto, sabe-se que poderão cobrar entre 800 e 1.000 euros por hora.
.

.
.
Opinião - Condição de arguidos
.
* Francisco Moita Flores
criminalista
.
Antes de mais é preciso que diga aquilo que a emoção, muitas vezes apressada e disparatada, esquece. As diligências que a PJ está a fazer no caso dos McCann continuam incompletas, no que respeita aos exames laboratoriais do ADN do sangue encontrado pelo cão inglês. Quer isto dizer que a imensa expectativa que se gerou em torno dos acontecimentos de ontem, tal como já aqui tinha escrito, foi muito para além daquilo que a sensatez mandava.
.
Dito de outra forma: a fortíssima pressão que existe a nível mundial sobre este caso (só me lembro de uma coisa assim nos últimos trinta anos com o caso O. J. Simpson), com particular destaque para Portugal e Inglaterra, não é compatível com a tranquilidade, os métodos, a paciência necessários ao êxito da investigação criminal. Por isso que se diga que o tempo do jornalismo não é o mesmo tempo da justiça. Ao jornalista basta-lhe a confirmação de uma fonte ou duas, sejam pessoais ou documentais; a polícia precisa de confirmar exaustivamente cada indício na medida em que os seus actos podem atingir imediatamente os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.
.
É aqui que entra a constituição de arguidos. No caso da mãe de Maddie, segundo julgo saber, foi ela quem pediu esse estatuto. É um direito que lhe assiste. As perguntas que a polícia lhe terá feito como testemunha podiam, eventualmente, deixá-la exposta a maior responsabilidade criminal e, por esta via, requereu outro estatuto. O arguido apenas responde se quiser. Até pode remeter-se ao silêncio absoluto. É um direito constitucional. Quem acusa é quem tem a obrigação de produzir prova contra quem está sob suspeita.
.
Por outro lado, se não foi ela, ou o seu advogado que solicitou tal estatuto, e foi decisão da polícia, então quer dizer que as contradições entre a prova recolhida e o depoimento são de tal maneira evidentes que não pode, e não deve, continuar a inquirição sem informar a testemunha que o seu estatuto foi alterado e passou a ser suspeito (arguido).
.
Porém, nenhuma destas decisões tem qualquer efeito se não for ratificada pelo Ministério Público, entidade que dirige a investigação e, então, o magistrado pode decidir ir mais longe e proceder à apresentação dos arguidos ao juiz de instrução.
.
Ainda não se chegou aqui. A PJ fez bem em não ter dado este passo. Foi prudente. As notícias que vão chegando de Inglaterra, raiando o insulto, apoiadas em declarações quase histéricas de raiva, ódio e racismo contra Portugal e a polícia portuguesa são a expressão mais visível das forças que se movimentam para liquidar esta investigação. E desgraçadamente para os homens da PJ que estão no terreno da investigação poucos têm sido os apoios e muitos os silêncios que a cobardia política, disfarçada de prudência, continua a omitir.
.
Raramente assumo uma parte quando escrevo. Procuro afastar-me, ser distante, emitir juízos não contaminados por paixões. Mas por lealdade aos meus leitores, e ao jornal que dá abrigo às minhas palavras, devo confessar que neste momento, neste caso, em nome da amizade, do reconhecimento da competência aos meus antigos colegas, e sei que são dos melhores que neste caso estão a trabalhar, à defesa dos valores da nossa justiça, da honradez do trabalho que estão a fazer, tomo partido. Sobre este caso, estarei aqui a defender a polícia. Em nome da verdade. E em nome dos valores em que acredito. Nomeadamente do meu país, da terra dos meus filhos e dos meus netos. Que é pobre, onde a imprensa não tem a força dos outros, nem a política a força dos outros, mas cuja polícia, neste caso, tem provado que os melhores ideais de cidadania têm de ser defendidos. Custe o que custar. Seja quem for o criminoso.
.
in Correio da Manhã 2007.08.09

1 comentário:

De Amor e de Terra disse...

Pobre de quem não tem dinheiro para se defender ou para levar qualquer caso avante!...

Neste, oxalá se consiga chegar à verdade!



Maria Mamede