A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

quarta-feira, setembro 19, 2007

Coisas do Dinheiro - Território pobre e ilhas de riqueza

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* Armando Esteves Pereira,
Director-Adjunto
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A riqueza mora cada vez mais à beira-mar, nas duas grandes áreas metropolitanas e no Algarve, entre a estrada 125 e a praia.
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Portugal já é muito mais pequeno na realidade do que os cerca de 90 mil quilómetros quadrados da geografia. O poder e o dinheiro moram numa faixa estreita à volta de duas maiores cidades, como o confirma o estudo sobre o poder de compra concelhio, divulgado sexta-feira pelo INE (Instituto Nacional de Estatística). Fora das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e dos concelhos mais ricos do Algarve, só algumas capitais de distrito têm alguma importância.
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Metade da riqueza nacional reside em apenas 20 municípios, sendo que 11% do poder de compra do País mora em Lisboa, 4,1% em Sintra e 3,6% no Porto. Isto significa que em cada cem euros gastos no País, 11 ficam em Lisboa.
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Os concelhos mais pobres são obviamente os do Interior. Resende, Ribeira de Pena, Cinfães, Celorico de Basto, Baião, Freixo de Espada à Cinta, Senancelhe, Carrazeda de Ansiães, Tabuaço, Armamar, Terras de Bouro, Vinhais, Vila Nova de Paiva, Aguiar da Beira, Alcoutim, Nordeste e Corvo, onde há menos dinheiro.
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Em média, cada cidadão de um destes concelhos tem menos de metade do poder de compra que um habitante dos 43 municípios mais ricos. Com o fecho de escolas, hospitais e abandono de serviços públicos, as vilas do Interior acabarão por ser cada vez mais uma espécie de reservas abandonadas. Restarão algumas cidades capitais de distrito com algum poder de atracção deste território, mas a riqueza mora cada vez mais à beira-mar, nas duas grandes áreas metropolitanas e no Algarve, entre a estrada 125 e a praia.
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ONDAS DE CRISE.
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Vítor Constâncio desdramatizou o impacto da crise do crédito hipotecário em Portugal. O ministro das Finanças tem afinado pelo mesmo tom. É verdade que o mercado português é dos menos expostos ao impacto desta crise, que por cá tem sido sentida principalmente pela desvalorização da Bolsa. Mas a crise do crédito ainda vai ter novos choques. A última vítima é um banco inglês, o Northern Rock que teve de pedir um empréstimo de emergência ao Banco de Inglaterra. Os depositantes fizeram filas à porta das agências para recuperar o dinheiro. Este banco é um dos cinco maiores na concessão de crédito hipotecário no mercado britânico. Este novo episódio em terras de sua majestade vai ter efeitos no mercado português, porque os bancos nacionais também vão lá fora buscar dinheiro para emprestar cá dentro e é natural que estes casos obriguem a um aumento dos prémios de risco para empréstimos à habitação, o que acaba por se reflectir em novos aumentos das prestações mensais a pagar pelos consumidores endividados.
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RETOMA SEM RITMO
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O pico da retoma já passou na Europa. E Portugal nem lá chegou. Até agora as exportações têm-se portado muito bem, mas um abrandamento em mercados como a França ou Alemanha pode ter efeitos negativos em Portugal. O petróleo também bate novos recordes, o que é mais uma má notícia. Se a Europa arrefece, Portugal constipa-se.
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O PÃO E O BIODISEL
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Em economia está tudo ligado. A moda do biodiesel pode ser politicamente muito correcta, mas também tem uma pesada factura. Com a escassez dos cereais, o preço da farinha aumenta, o que significa que além do pão a pressão nos preços também se vai assistir em outros produtos essenciais como o leite, os ovos e a carne. E, como se sabe, são os mais pobres os mais penalizados pelos aumentos dos produtos alimentares.
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in Correio da Manhã 2007.09.16
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16-09-2007 - 00:00:00 Agrava-se crise no pão
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