* Ângelo Alves
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Na última semana o fantasma da Crise bateu às portas do mundo. Como os génios maus dos contos de Xerazade que saíam de vasos encontrados à beira-mar, este saiu da Bolsa de Nova Iorque, e logo aterrorizou o mundo com o seu vulto sombrio, que Camões descreveria como «ingente, fero e temeroso».
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Na última semana o fantasma da Crise bateu às portas do mundo. Como os génios maus dos contos de Xerazade que saíam de vasos encontrados à beira-mar, este saiu da Bolsa de Nova Iorque, e logo aterrorizou o mundo com o seu vulto sombrio, que Camões descreveria como «ingente, fero e temeroso».
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Desta vez, o susto foi maior que o estrago.
Desta vez, o susto foi maior que o estrago.
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Ao que parece.
Ao que parece.
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Mas o caso merece reflexão.
Mas o caso merece reflexão.
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Observa-se que os EUA, superpotência em decadência histórica, e a sua moeda, começam a sofrer uma implacável concorrência que ressurge e emana da lei do desenvolvimento desigual dos países, que Marx já descrevia como uma das marcas do capitalismo.
Observa-se que os EUA, superpotência em decadência histórica, e a sua moeda, começam a sofrer uma implacável concorrência que ressurge e emana da lei do desenvolvimento desigual dos países, que Marx já descrevia como uma das marcas do capitalismo.
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O cenário financeiro internacional, dominado pelos EUA, tem apresentado um perfil de extrema volatilidade que traduz as fragilidades deste sistema capitalista que já nos quiseram apresentar como «fim da História». É um preço que ele paga à internacionalização dos fluxos de capitais, que, com a globalização, se tornou bom motor das operações especulativas para acumulação de grandes excedentes de capital especulativo.
O cenário financeiro internacional, dominado pelos EUA, tem apresentado um perfil de extrema volatilidade que traduz as fragilidades deste sistema capitalista que já nos quiseram apresentar como «fim da História». É um preço que ele paga à internacionalização dos fluxos de capitais, que, com a globalização, se tornou bom motor das operações especulativas para acumulação de grandes excedentes de capital especulativo.
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Na hierarquia de poderes que comandam a concorrência capitalista impõe-se cada vez mais a dominância do capital financeiro parasitário sobre as formas material e monetária ligadas à produção.
Na hierarquia de poderes que comandam a concorrência capitalista impõe-se cada vez mais a dominância do capital financeiro parasitário sobre as formas material e monetária ligadas à produção.
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O circuito Dinheiro-Mercadoria-MaisDinheiro, descrito por Marx no Iº volume do Capital assume hoje a sua natureza colectiva e despótica num esquema em que predomina a fórmula Dinheiro-MaisDinheiro. Na sua evolução, o processo de reprodução capitalista torna-se cada vez mais parasitário.
O circuito Dinheiro-Mercadoria-MaisDinheiro, descrito por Marx no Iº volume do Capital assume hoje a sua natureza colectiva e despótica num esquema em que predomina a fórmula Dinheiro-MaisDinheiro. Na sua evolução, o processo de reprodução capitalista torna-se cada vez mais parasitário.
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Num mundo em que manam os mercados comandados pelo capital, os vencedores e os perdedores são arrumados socialmente em duas categorias fundamentais: os que acumulam o capital especulativo financeiro, têm «poder de compra» e gozam de «consumo de luxo» - e os que se tornaram dependentes do crédito, por carência de recursos ou obcecam consumista, e, permanentemente ameaçados pelo desemprego, são empurrados para uma competição desesperada pela sobrevivência.
Num mundo em que manam os mercados comandados pelo capital, os vencedores e os perdedores são arrumados socialmente em duas categorias fundamentais: os que acumulam o capital especulativo financeiro, têm «poder de compra» e gozam de «consumo de luxo» - e os que se tornaram dependentes do crédito, por carência de recursos ou obcecam consumista, e, permanentemente ameaçados pelo desemprego, são empurrados para uma competição desesperada pela sobrevivência.
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E essas situações, suaves ou despóticas, são apresentadas como prova da soberania e liberdade do indivíduo na sociedade capitalista...
E essas situações, suaves ou despóticas, são apresentadas como prova da soberania e liberdade do indivíduo na sociedade capitalista...
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in Avante 2007.08.23
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Imagem - As contradições do Capitalismo - desenho duma T-Shirt in
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