A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

sábado, setembro 15, 2007

Dia do Bocage - Feriado Municipal de Setúbal





LASA
Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão
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PRÉMIO LITERÁRIO MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE - 9.ª Edição
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PROMOTOR
Lasa - Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão
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Concorrentes - Autores de Língua Portuguesa
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Os vencedores do 9º Concurso Literário Manuel Maria Barbosa du Bocage foram:
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Modalidade de Poesia:
Fernando Jorge Costa Paulino, de Setúbal, com o trabalho “Livro das Alegrias”
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Modalidade de Ensaio:
Não atribuído
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Modalidade de Revelação:
Sara Raquel Ferreira da Costa, de Vila de Cucujães, com o trabalho “Nas Entranhas do Mar”
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DATAS
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Entrega dos prémios: 15 de Setembro de 2007
- Dia de Bocage e da Cidade no Salão Nobre da Câmara Municipal (18:00 horas)

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Ver também:
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Fábulas de Bocage - Daniel Pires (ed.) - Setúbal, Centro de Estudos Bocageanos, 2000
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Recensões


Fábulas de Bocage
Daniel Pires (ed.)
Setúbal, Centro de Estudos Bocageanos, 2000

Fábulas de Bocage

Esta cuidada edição de quatro dezenas de páginas é constituída por uma interessante selecção de onze fábulas e um epigrama bocageanos. A transcrição dos textos é enriquecida pelas belas ilustrações de Julião Machado, resultando um trabalho de apurado gosto gráfico. A oportuna introdução (pp. 3-6) e a actualização do texto – tendo como base a edição comemorativa de 1905, confrontada com a edição original de 1799 e 1800 – são da responsabilidade de Daniel Pires.

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Sendo um género cultivado desde a antiguidade clássica (Esopo) até aos tempos modernos (La Fontaine ou Curvo Semedo), o discurso poético da fábula, protagonizado por animais com atitudes e ditos antropomorfizados, adequa-se admiravelmente à veia satírica de Bocage, como nos lembra o organizador desta bela edição: "Curiosamente, Bocage só tardiamente cultivou a fábula, o que não deixa de ser surpreendente, pois trata-se de um género feito à sua medida, e sintonia com a sua proverbial irreverência e o seu espírito crítico". Duas edições de referência da obra poética bocageana (Obras de Bocage, Porto, Lello, 1968, pp. 1103-1155; e Opera Omnia, Lisboa, Bertrand, vol. IV, 1972, pp. 176-212) registam 28 fábulas, originais ou traduzidas de La Fontaine.

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Curiosamente, tem-se assistido nos últimos tempos a um apreciável número de publicações onde sobressai a vida e obra de Bocage. Entre outras edições, destaquem-se três ou quatro de natureza diversa, a título de exemplo: primeiro, a de uma obra intitulada Fábulas e Contos para Crianças (Lisboa, Instituto Piaget, 2000), antologia contendo textos bocageanos; segunda, a teatralização da vida do poeta, Bocage, Ele Mesmo (Lisboa, Portugalmundo, 1999), na sequência de outras conhecidas dramatizações de tão atribulada existência; terceira, um estudo introdutório, de preocupações didácticas, intitulado Para uma Leitura da Poesia de Bocage (Lisboa, Presença, 1999), do autor desta recensão; por fim, um exercício de reescrita paródia de algums poemas de Bocage, da autoria do professor brasileiro (da Universidade de São Paulo), Francisco Maciel da Silveira, e incluídos em Palimpsestos. Uma História Intertextual da Literatura Portuguesa (Santiago de Compostela, Edicións Laiovento, 1997, pp. 23-25).

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Daniel Pires (n. em 1951) é o dinâmico director do Centro de Estudos Bocageanos (CEB), a quem se devem, aliás, outros importantes trabalhos de divulgação da obra do poeta sadino, tais como: a organização e publicação da brochura da Exposição Biobibliográfica comemorativa dos 230 e dos 190 anos do nascimento e da morte de Bocage (Setúbal, Câmara Municipal de Setúbal / Biblioteca Pública Municipal de Setúbal, 1995); ou, com Fernando Marcos, a edição de uma pasta com 15 belos postais (sépia), sobre Bocage na Prisão (Setúbal, CEB, 1999). A sua actividade crítica e ensaística tem ainda outros temas de interesse, como se conclui das suas publicações sobre vários autores. Merecedor de destaque está o seu incansável trabalho de um Dicionário da Imprensa Periódica Literária Portuguesa no Século XX (Lisboa, Grifo), já com dois volumes publicados (1º vol., 1900-1940; 2º vol., 1º tomo, 1941-1974). Ficamos, pois, à espera do seguimento deste importante serviço à cultura portuguesa, no domínio pouco estudado da sua imprensa periódica, bem como de outros trabalhos de divulgação ou de ensaio interpretativo sobre a obra poética do maior pré-romântico português.

Cândido Martins, Outubro de 2000

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1 comentário:

De Amor e de Terra disse...

Acho muito interssantes os Prémios Literários...
Embora muito sujectivos, mas interessantes.
Às vezes, chega-se à conclusão que os premiados talvez não fossem os melhores...mas errar é humano!
Há ainda alguns em que se premeia quem já está cheio de prémios, mas que se há-de fazer?
Assim o risco é menor, e o trabalho também!...

Maria Mamede