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* Octávio Ribeiro
O arcaísmo dos meios que medem a eficácia dos jornais no mercado contribui para a preocupante crise do sector.
.A actividade da Imprensa em Portugal padece de vários males que concorrem para o risco de decadência. Vejamos a falta de transparência em tempo real da avaliação da performance dos vários títulos. Nesta actividade, em pleno século XXI, cada título fica acastelado durante meses nos seus próprios números. Da situação dos projectos concorrentes nada de exacto se sabe a não ser quando são libertados os dados da APCT.
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Assim, só no final de Setembro são revelados os resultados do primeiro semestre. Isto num sector que determina decisões de investimento publicitário onde se somam cerca de duzentos milhões de euros por ano. Convenhamos que é pouco rigoroso, no mínimo. E, seguramente, cada vez mais, passível de produzir retracções no investimento face a áreas de comunicação massiva onde a avaliação do risco e dos resultados é mais exacta e rápida.
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Apesar do arcaísmo dos instrumentos, aqui, no CM, orgulhar-nos-emos sempre dos nossos êxitos crescentes – que pena os resultados deste Verão só se tornarem públicos no Inverno –, mas nunca retiraremos satisfação do definhamento de qualquer projecto jornalístico. A morte de um jornal é sempre um défice na pluralidade.
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Como deixámos claro em editorial, aquando da nossa passagem à liderança das audiências do Bareme – onde, aliás, se obtém o extraordinário fenómeno de se dar o CM como o diário com menos leitores por cada exemplar vendido, apesar de ser, notoriamente, o jornal predominante em locais de leitura colectiva por todo o País abaixo do IP5 –, o nosso critério de comunicação e análise privilegiará sempre as vendas em banca. Enquanto dado mais fiável para medir a eficácia da relação com o leitor.
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E esta relação, caro leitor, é o que mais importa, como fiel da qualidade que procuramos sempre para o seu CM.
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in Correio da Manhã 2007.09.29
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