A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

terça-feira, setembro 11, 2007

11 de Setembro de 2001 - Provocadores perigosos







* Jorge Cadima,
professor universitário
















Os decisores da política externa dos EUA são peritos na preparação de sabotagens que levam a novas e constantes agressões imperialistas. “Brzezinski sabe bem como se desencadeiam guerras, embora a «versão oficial» para consumo de massas seja outra”.

.
Passaram quase despercebidas na comunicação social do regime, as extraordinárias declarações do ex-Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Zbigniew Brzezinski, perante a Comissão para os Negócios Estrangeiros do Senado dos EUA. Numa declaração formal, no passado dia 1 de Fevereiro, Brzezinski alertou contra uma futura guerra dos EUA «com o Irão e com uma boa parte do mundo do Islão» e previu: «um cenário plausível para um confronto militar com o Irão envolve o fracasso iraquiano em alcançar as metas [estabelecidas pelo Presidente Bush para o actual «governo» no Iraque ocupado]; a que se seguirão acusações de responsabilidades iranianas por esse fracasso; e depois alguma provocação no Iraque ou um acto terrorista nos EUA, que será atribuído ao Irão; culminando-se com uma acção militar “defensiva” contra o Irão que lance uma América solitária num pântano cada vez mais largo e profundo que acabará por se estender do Iraque ao Irão, Afeganistão e Paquistão». Brzezinski não falava de improviso, nem de forma informal. Falava num depoimento oficial previamente preparado. Disse o que queria dizer. Não disse, mas não custa muito a perceber, que a autoria dessa «provocação» ou desse «acto terrorista nos EUA que será atribuído ao Irão» seria de gente interessada numa «acção militar “defensiva” [as aspas estão na versão oficial do discurso disponível no site Internet do Senado] dos EUA contra o Irão». Tal e qual como nos planos dos Chefes de Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, preparados no início dos anos 60 para «justificar» um ataque a Cuba (a «Operação Northwoods»).

.
Brzezinski não é uma dessas pessoas que ande para aí a inventar teorias de conspiração. É uma dessas pessoas cuja carreira foi feita lá onde se organizam e mandam executar as conspirações. Como ele próprio fez questão de salientar na também memorável entrevista que deu à revista francesa Nouvel Observateur (nº 1732, 15.1.98, disponível na Internet). Aí, confirmou a revelação feita nas Memórias do ex-director da CIA (e hoje Ministro da Defesa dos EUA) Robert Gates e «mantida secreta até agora», de que a CIA começou a ajudar os mujahedines afegãos seis meses antes da entrada das tropas soviéticas naquele país. E isto, apesar de, nas sempre interessantes palavras de Brzezinski, «a versão oficial da História» afirmar que a ajuda da CIA aos mujahedines fosse posterior a essa intervenção. «Foi na realidade no dia 3 de Julho de 1979 que o Presidente Carter assinou a primeira directiva sobre o apoio clandestino aos opositores do regime pró-soviético de Cabul. E nesse dia, eu escrevi uma nota ao Presidente em que explicava que, em minha opinião, esse apoio iria conduzir a uma intervenção militar dos Soviéticos». Como se vê, Brzezinski sabe bem como se desencadeiam guerras, embora a «versão oficial» para consumo de massas seja outra.
.
O que leva agora Brzezinski a esta espécie de «desmentido preventivo» duma «versão oficial da História», ainda antes dela ser posta a circular, parece ser o receio de que as aventuras militares dos EUA estejam a encaminhar-se para uma monumental derrocada: «A guerra no Iraque é uma calamidade histórica, estratégica e moral», afirmou no Senado. Parece recear que, tal como o Terceiro Reich, que era para durar mil anos e acabou desfeito em apenas doze - após inflingir à Humanidade a sua maior tragédia de sempre - também o «novo Século Americano» acabe por definhar de forma análoga (nos dois sentidos). É a resistência - iraquiana, libanesa, somali, afegã, latino-americana e de todos os povos - que faz abrir fendas nos centros dirigentes do imperialismo mundial.
.
Enquanto aguardamos as revelações de Brzezinski sobre o que realmente se passou no dia 11 de Setembro de 2001 (para além das «versões oficiais da História») ficamos já prevenidos: não deveremos acreditar nas «versões oficiais» se amanhã houver algum «acto terrorista nos EUA» ou noutra parte. Palavra de ex-Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA.
.
Jorge Cadima* - 08.03.07 in
O Diário.Info
.
Este artigo foi publicado no Avante! 1.735 de 1 de Março de 2007

_______________

O dia do terrorismo global
.
* Aurélio Santos
.
Foi numa manhã de Agosto.
.
Passaram 62 anos, mas esse dia não pode ser esquecido. Foi nele que, em Hiroshima, ao custo de meio milhão de vítimas, o mundo viveu a primeira operação global de terrorismo.
.
Os Estados Unidos pretendem apresentar o 11 de Setembro e a destruição das Torres Gémeas de Nova Iorque como início de uma época de terrorismo no mundo. É típica essa deformação psíquica da realidade pelo criminoso, para esconder os seus crimes perante si próprio.
.
É certo que não foram os americanos os inventores da utilização terrorista da violência sobre as populações como arma política de pressão. Mas nunca ela foi usada de forma tão brutal como arma de dominação global: é hoje indubitável que o lançamento das bombas de Hiroshima e Nagazaki não tinha qualquer interesse militar e serviu apenas como forma de chantagem política para lançamento da guerra fria.
.
Vi em Hanói, em hospitais, escolas, fábricas, habitações, muitas vítimas desse tipo de terrorismo que recorre ao bombardeamento e massacre de populações civis como forma de chantagem política, sinistramente iniciado em Guernica com aviões nazis, e trazida para os nossos dias com os bombardeamentos “cirúrgicos” do Iraque e da Sérvia..

Quando Bush, evocando a memória das vítimas inocentes do 11 de Setembro, se apresenta como mentor e chefe da «luta contra o terrorismo», reforçando, em nome da «civilização», o domínio mundial dos EEUU - bem podemos dizer: olha para o teu país, Bush, e para o rasto de sangue das vítimas, também elas inocentes, do percurso imperialista.
Hiroshima lembra-nos:
.
- os: valores da civilização humana não coincidem com aqueles que o imperialismo quer globalizar e os seus testas de ferro proclamam.
.
in Avante 2007.08.09

1 comentário:

De Amor e de Terra disse...

Oxalá o ouvissem!


Maria Mamede