A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

sábado, julho 07, 2007


Ler : A. M. Galopim de Carvalho
O amigo dos dinossauros
* Dina Gusmão
Os problemas do Ambiente sempre se confrontaram com os da Economia”, diz.
Galopim de Carvalho, geólogo de formação e guardião dos dinossauros por devoção, tem entre mãos um livro de memórias e um dicionário de Geologia que ainda vai na letra ‘C’ e que já lhe leva quatro meses... “Não sei se tenho vida para isto”, desabafa, a pretexto do novo livro: ‘Como Bola Colorida’, da Editora Âncora.
Na origem desta obra está a chamada de atenção urgente para a Terra e os seus recursos. E, quando comparado ao ambientalista Al Gore, responde que a diferença está na candidatura à presidência dos Estado Unidos: “Eu nunca seria candidato!”, brinca. “À dimensão de cada um, dizemos os dois o mesmo: Temos de viver em harmonia com a Natureza! A obra de Al Gore, a sua inesgotável energia, é algo por que a nossa geração vai ter de lhe agradecer... Só interesses economicistas podem acusar o seu discurso de alarmista, mas os problemas do Ambiente sempre se confrontaram com os da Economia”, denuncia.
Por tudo isto, um livro fácil de ler e de reter. Vantagens de um cientista que é também ficcionista desde que, em 1992, se estreou com ‘O Cheiro da Madeira’: o primeiro de quatro.
Inspirado pela simplicidade de Zélia Gattai, arriscou o romance, sempre tangente à biografia. Como aquele em que conta como ‘ganhou’ uma surdez progressiva.“Essa história está no meu terceiro romance (‘Os Homens Não Tapam as Orelhas’), onde conto como durante o serviço militar, sendo artilheiro, quando fazíamos fogo de artilharia, era o que nos diziam... Deu no que deu”, recorda.
Começa a escrever à hora a que o filho mais novo se deita (06:00), mas não é nos livros que tem o seu maior projecto. “Uma batalha sem tréguas e foi por ela que me tornei, como diz, o guardião dos ‘dinos’. Acontece que, há 15 anos, a construção da CREL ameaçava destruir a jazida de Carenque: um trilho de 140 metros de um dinossauro que andou por aqui há 90 e tal milhões de anos. Para salvar a jazida desenvolvi uma campanha de mediatização que me associa até hoje aos dinossauros. E pouco sabia sobre eles. Ganhámos essa batalha porque os túneis foram feitos e as pegadas salvas, mas falta conservá-las... Depois de dez milhões de euros já gastos, por mais 15 milhões não se conclui o projecto? É falta de perspectiva de investimento!”, acusa.
Em 2003, deixou a direcção do Museu de História Natural, ao qual se mantém ligado como colaborador. Neste contexto, organiza uma exposição, a estrear em Setembro no Museu da Pedra, em Cantanhede. Sobre dinossauros, claro!
PESSOAL - QUALIDADE E DEFEITO
Desafiado a revelar a sua maior qualidade e o seu maior defeito, o professor dá resposta única: “A teimosia porque é tudo uma questão de perspectiva."
RITUAL OU SUPERSTIÇÃO
“Sou alegremente liberto de problemas de natureza mística”, diz sobre a ausência de superstições. Rituais tem um: “Brincar com as pedras pretas e brancas dos passeios.”
PERÍODO HISTÓRICO
“O actual, por tudo o que tem sido a evolução da ciência e da tecnologia desde que tenho consciência... É tudo tão fascinante, tão exuberante”, elege.
FILOSOFIA DE VIDA
“A bonomia que é a característica que mais vezes me apontam e aquela em que melhor me reconheço. E recomendo!”, diz.
in Correio da Manhã 2007.07.06
Foto - Marta Victorino
Sobre o Museu da Lourinhã visitar: http://www.museulourinha.org/
Sobre o Museu de História Natural ver: http://www.mnhn.ul.pt/geologia/plumas.htm
Sobre a Pedra Furada, em Setúbal:

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